Para os fãs de Zezé Motta, não basta que ela seja atriz e cantora no panteão das divas ou fonte de inspiração para Caetano Veloso, a quem ele dedicou “Tigresa”.
Sábado (16/7), cerca de 100 pessoas, parte do público que assistiu emocionado ao show “Coração vagabundo - Zezé canta Caetano”, quis reverência-lá no foyer do teatro do Minas Tênis Clube.
A surpresa com o número de fãs ficou estampada na cara de Zezé, que recebeu a todos com um belo sorriso no rosto. Entre aplausos, ganhou uma nova homenagem do repertório de Caetano. "Você é a Glória da vida", gritou o ator Zé Walter Albinati, da Cia Luna Lunera. Os fãs aplaudiram mais uma vez.
A cantora não escondeu a emoção do retorno aos palcos, depois de muito tempo parada, por causa da pandemia. "Que energia gostosa, voltamos em grande estilo. É bem complicado você ficar um tempo parado. Cada um com sua função passou por isso", observou.
"Se não eu me lasco", disse, puxando risos da plateia. "Mas eu quero compartilhar um segredo com vocês. Vocês acreditam que eu pensei na Juma (a personagem da novela “Pantanal”, da Rede Globo) enquanto cantava essa música? (O ciúme)... Serpente...fica furiosa", citou, entre gargalhadas. "Mas, graças a Deus, eu fiz certo."
"Zezé, quando você vai dar para mim?", o público divertiu-se com a história. "Não sou uma pessoa limitada, as pessoas conheciam a Angela, mas eu ficava preocupada com a história, por eu ter um namorado muito ciumento. Se o Marcos souber disso, não vai dar certo", disse.
Para evitar problemas, por muito tempo, deu uma volta enorme para evitar passar por ali. Mas, um dia, muito atrasada para compromissos, não teve jeito. "Deus é pai, e Angela não estará lá", pensou. "Ela estava. Sabe o que ela fez? Zezé Motta quando você vai dar para mim de novo? Eu adoro a Angela!", afirmou.
Talentosos jovens atores, cenário e figurinos ricos em detalhes dão vida à obra escrita por Claudia Barral, que conta a história de três irmãs que vivem em Carinhanha, uma cidade às margens do Rio São Francisco: a mais nova das moças, às vésperas de seu noivado, apaixona-se por um viajante, um acaso que muda o rumo de todas as personagens.
Canções da MPB cantadas ao vivo ajudam a narrar a história, que nos bastidores conta com o trabalho da cantora e preparadora vocal Babaya Morais, da cantora lírica e professora de canto italiana Francesca Della Monica, e do músico paulista Everton Gennari, trabalhando na espacialização e antropologia da voz.
“Toda a concepção e montagem é sobre como ficamos fragilizadas e vulneráveis às decisões de diagnósticos e a esse lugar do poder do médico, do corpo nesse lugar. É algo que abordo desde 2017, e as notícias sobre a violência ocorrida no Rio de Janeiro envolvendo esse tema mostram que, infelizmente, ele é sempre atual, está no papel da arte também falar sobre isso”, afirma Carolina Correa, idealizadora do espetáculo.
O evento está marcado para sábado (23/7), a partir das 14h, na Funarte, e conta com apresentação de “Brisa’s beach”, da Minha Companhia; “Vulcânica”, da Companhia Teatro Adulto; “Protótipo para cavalo: Corra, Aisha, corra!”, de Aisha Brunno e Bramma Bremmer, e shows com Clara x Sofia, Azzula e Sagrada Profana.