Nas rede sociais, o violeiro Chico Lobo fez uma declaração emocionada sobre o show que uniu, no Sesc Palladium, o MPB 4 e a dupla Kleiton & Kledir. “A cada número, um aperto no peito, uma vontade de chorar um choro bom, de emoção, de arrepio.
Juntos ou em momentos separados, não importava, a unidade estava lá. Afinal, são 40 anos de amizade”, escreveu resumindo bem o sentimento de todos que, por cerca de uma hora e meia, se emocionaram com “Cálice”, do repertório de Chico Buarque, que volta a ter significado importante; se divertiram com “Maria fumaça”, um dos sucessos da dupla nos anos 1980; e, claro, "Vira virou", que, no bis, ganhou participação especial com Esther, que concorreu ao The Voice Kids com a canção.
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O músico gaúcho lamentou o fato de que, tantos anos depois, o Brasil ainda está na miséria. “Mas que bom que ainda exista movimentos como a Ação da Cidadania”. Foi aplaudido com respeito.
O músico gaúcho lamentou o fato de que, tantos anos depois, o Brasil ainda está na miséria. “Mas que bom que ainda exista movimentos como a Ação da Cidadania”. Foi aplaudido com respeito.
E foi durante o lançamento do movimento, nos anos 1990, que Kledir lembrou uma história de Aquiles, que provocou risos na plateia. No encerramento de um evento que propôs jejum de 24 horas no Parque Lage, juntaram muitas pessoas e, de repente, entram hare krishnas. “De repente, vejo Aquiles, sempre sério e muito discreto, dançando atrás deles como se não houvesse amanhã”, brincou, para diversão do público.
A turnê marca os 40 anos de amizade dos músicos e isso fica bem claro no início do repertório, que reúne “Canção da América”, “Semeadura”, “Amigo é para essas coisas”. O primeiro encontro dos gaúchos com o quarteto foi no Teatro Tuca, em São Paulo.
“Eles entravam só no meio do show. E, já na estreia, arrasaram com aquela música linda”, disse em referência a “Vira virou”. Na coxia daquele show, nos idos 1990, Miltinho lembra uma frase que Rui disse. “Acho que daqui a pouco vamos ter que abrir o show para esses caras”.
Kledir reconhece que muito antes do MPB 4 gravar “Vira virou” e transformá-la em sucesso no Brasil, ele e o irmão tinham grande admiração pelo grupo desde o início da formação musical dele e de Kleiton. “Que essa amizade seja eterna”, declarou.
“Eles entravam só no meio do show. E, já na estreia, arrasaram com aquela música linda”, disse em referência a “Vira virou”. Na coxia daquele show, nos idos 1990, Miltinho lembra uma frase que Rui disse. “Acho que daqui a pouco vamos ter que abrir o show para esses caras”.
Kledir reconhece que muito antes do MPB 4 gravar “Vira virou” e transformá-la em sucesso no Brasil, ele e o irmão tinham grande admiração pelo grupo desde o início da formação musical dele e de Kleiton. “Que essa amizade seja eterna”, declarou.
Kleiton e Miltinho revelaram curiosidades na forma de compor de Chico Buarque, que, por muitos anos, fez show acompanhado pelo MPB 4. “Quando o letrista recebe uma música, memoriza a melodia repetindo como mantra até achar as palavras. O Chico desenvolveu uma técnica muito especial, só dele, que se chama a letra monstro. Ele inventa qualquer coisa para guardar o tamanho, a métrica dos versos e acentuação tônica da melodia. Depois, descarta e começa a colocar as frases reais”, disse Kledir.
Miltinho descobriu essa técnica no susto quando um dia recebeu ligação de Chico Buarque pedindo uma música que ele tinha ouvido 10 anos antes. “Estou querendo fazer uma letra com aquela melodia que você fez. Vê se é isso aí: 'Rabo de tatu que mora lá na marambaia.'” Era a letra monstro da qual surgiu “Angélica”, homenagem dele para Zuzu Angel.
Chico Lobo escreveu em sua rede social: “Quando esse show passar na sua cidade, não perca. Não deixe de assistir. É um mergulho certeiro no melhor de nossa MPB”.