O jornalista J. D. Vital é o novo integrante da Academia Mineira de Letras (AML). Tendo como patrono o poeta inconfidente Cláudio Manuel da Costa e como fundador Brant Horta, a cadeira destinada a ele foi ocupada pelos jornalistas João Etienne Arreguy Filho e Fábio Proença Doyle. A cerimônia de posse foi comandada pelo presidente da AML, Rogério Faria Tavares. Na entrada da Academia, a Banda de Música Santa Cecília de Barão de Cocais, terra de Vital, recebeu os convidados em grande estilo, executando vários números e o Hino Nacional.
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Em seu discurso, Vital relembrou passagens de sua trajetória pessoal e profissional. Homenageou os jornalistas mineiros que se dedicaram à literatura, mencionando seus nomes e obras. Começou lembrando as próprias origens: “Nos meus 13 anos, menino pobre das Três Bicas, em Barão de Cocais, filho do metalúrgico e presidente da Banda de Música Santa Cecília, Raimundo Vital, e de dona Lulu”.
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O novo imortal da AML fez questão de destacar Brant Horta. E lembrou: “Seu primeiro sucessor, João Etienne Arreguy Filho, de Caratinga, também sabia de jornalismo. Trabalhou no Diário Católico, fundado pelo primeiro arcebispo de Belo Horizonte, Dom Antônio Cabral. Formado em direito pela UFMG, foi professor, poeta, tradutor, homem de teatro e técnico de basquete. Lembro-me de João Etienne, ator, no teatro da Imprensa Oficial. Tinha um vozeirão maior que sua estatura. Estrelou a videopeça 'O estripador da Rua G', do jornalista Robert Francis Drummond, xará do procurador-geral americano Robert Francis Kennedy, inimigo da máfia. Roberto, de 'Hilda Furacão', 'Sangue de Coca-Cola' e 'A morte de DJ em Paris'.”
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Ao reverenciar Fábio Proença Doyle, seu antecessor na cadeira 10, Vital lembrou que ele nasceu em Belo Horizonte em 1928, no dia 14 de julho, Dia Mundial da Liberdade de Pensamento. “Apesar de sua formação jurídica, advogado pela UFMG, procurador concursado da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, professor de teoria geral do Estado na UNI-BH, Fábio Doyle foi, acima de tudo, um jornalista. Do dia 1º de junho de 1948, quando foi admitido como repórter-auxiliar do Estado de Minas, aos 20 anos de idade, até o dia de sua morte, em 19 de abril de 2021, quando saiu publicado no Estado de Minas seu artigo derradeiro, sua última coluna semanal”, afirmou.
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Em sua homenagem ao jornalismo mineiro, J. D. Vital não se esqueceu dos que já se foram. “Fica claro que a cadeira de número 10, mais do que a mim, cabe à imprensa, que, genuflexo, saúdo e homenageio na memória de Dídimo Paiva, do Estado de Minas; Parajara dos Santos e Mauro Santayanna, do Diário do Rio Doce; Atanagildo Cortes, do Correio de Araxá; Alécio Cunha Damasceno, de O Tempo; José Costa, do Diário do Comércio; e Murilo Rubião, do Suplemento Literário de Minas Gerais. A 10 é território livre dos jornalistas mineiros”, afirmou o novo imortal.