A artista reconhece que a publicação do livro, por sua vez, "representa a possibilidade de fomentar a discussão dos temas trazidos pelo trabalho e ampliar seu alcance para um número maior de pessoas, em Belo Horizonte, em outras cidades, ou até outros países, já que a edição do livro é bilingue".
No caso de BH, as fortes enchentes de 2020 colocaram esse tema ainda mais em evidência. Mas ainda temos um longo caminho pela frente em termos de políticas públicas sobre a preservação e o cuidado com as águas na cidade.
Penso meus trabalhos como ações que apontam para as relações sociais, acredito que tenham a ver com a paisagem, com a cidade, mas também com as disputas territoriais, a capacidade ou não de conviver, de aceitar as diferenças, de compartilhar, questões que configuram nosso contexto e modo de vida.
Daí precisamos falar de preservação das nascentes, de restrições às áreas de mineração, de impermeabilização do solo na cidade, de coleta de lixo, de garantir rede de água e esgoto a todos, e assim por diante.
Para isso, seria necessário estabelecer parcerias com empresas ou instituições que pudessem financiar essa expansão, por meio de leis de incentivo à cultura ou outras formas de apoio.
As imagens atuais procuram replicar de forma aproximada a localização e o ponto de vista das antigas, de modo a explicitar as alterações na paisagem da cidade relacionadas ao apagamento de seus cursos d’água.
Esse trabalho busca uma memória da cidade, fala sobre o que ela já foi e o que ela se tornou, a partir daquilo que em algum momento representava um pensamento de “modernidade”, de “futuro”. Isso nos permite também refletir sobre qual futuro podemos construir daqui em diante.