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Biblioteca do Minas Tênis Clube é sucesso com menos de um ano de inaguração

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Um dos mais novos espaços voltados à leitura, a biblioteca do Minas Tênis Clube ainda não completou um ano desde a sua inauguração e é um sucesso entre sócios e não sócios. O movimento é intenso e variado, conforme este colunista atestou em um sábado em que, mesmo com o dia ensolarado convidando a curtir as piscinas do clube, adultos e crianças se revezavam em busca de livros.





Por quase duas horas observando o entra e sai do espaço, chamou a atenção a garota que devorava um romance. Ela estava ali antes da minha chegada e continuou depois que saí.

Uma mãe acompanhada pelo filho, um garoto de 5 anos, entrou e, juntos, foram direto à seção infantil, onde o menino fez a escolha de cinco títulos. Três outras crianças preferiram ler ali mesmo. Um deles, outro menino, estava tão vidrado na leitura que deu vontade de entrar naquela aventura. Uma senhora procurou um título e disse que depois de passar pela piscina levaria o livro para casa.

Apesar de funcionar em um clube com associados, a biblioteca é aberta aos não sócios. No bate-papo a seguir, André Rubião, diretor de cultura do Minas Tênis Clube, faz um balanço do funcionamento da biblioteca.



André Rubião planeja diversas atividades relacionadas à leitura para 2023 (foto: Isabela Renault/Divulgação)


A biblioteca do Minas ainda não completou seu primeiro aniversário e já é um grande sucesso, com média de 1.500 empréstimos por mês. Números expressivos, especialmente por estarmos em um mundo digital. Qual a razão dessa boa repercussão?

Foi uma grata surpresa. Imaginávamos que a média de 300 a 500 empréstimos por mês seria um ótimo resultado e planejávamos diversas ações para atrair leitores. Mas não foi preciso.

Logo no primeiro mês já tivemos números contundentes. Acho que a qualidade e a diversidade do acervo contribuíram para esse resultado, mas percebi também muitos pais que, ao levar os filhos para fugir das telas, acabaram se sensibilizando com o espaço físico e o atendimento acolhedor, tornando-se leitores assíduos dos livros biblioteca.

O acervo, que reúne mais de 7 mil exemplares, não para de crescer, graças também às doações. Com o grande volume que vocês recebem, a biblioteca também é um polo distribuidor. Como funciona esse processo de encaminhar livros para outras bibliotecas e que importância o Minas atribui a esse gesto?

A oferta de doações iniciou-se antes mesmo de inaugurarmos, com a participação efetiva dos sócios do clube. Como o espaço é limitado, começamos a repassar parte desse material para outras bibliotecas espalhadas pelo estado, contribuindo para a circulação e a descentralização, além de reforçar a proposta de responsabilidade social do Minas.



As pessoas interessadas em doar podem consultar o Regimento Interno de Funcionamento da Biblioteca, no site do Minas.

A ideia de criar a biblioteca nasceu no planejamento do Centro Cultural, há 10 anos. Qual o balanço do centro cultural no fomento à cultura em Belo Horizonte?

Na primeira etapa, em 2013, implantamos o teatro, o centro de memória, a galeria de arte e o café cultural. Neste ano, concluímos o planejamento inicial, com a inauguração da biblioteca, das duas salas de cinema e de mais uma galeria de arte. Hoje, realizamos em média 300 eventos por ano.

O desafio agora é integrar esses espaços com uma programação conceitual diferenciada, como fizemos na comemoração dos 50 anos do Clube da Esquina, com shows, mostra de filmes, exposição, palestras etc. Esse diálogo entre diversas linguagens é muito instigante para a cultura.

Passei um sábado observando o movimento na biblioteca. Vi crianças acompanhadas dos pais, vi idosos, adultos e estudantes. Alguns sócios do MTC; outros, não. O que vocês já perceberam desse movimento que é capaz de atender ainda mais o público?
  
Nosso principal objetivo era criar um espaço com ações gratuitas que garantissem a ampliação do acesso à informação e à cultura. Quando nos deparamos com essa diversidade de público, com menos de um ano de funcionamento, temos a certeza de que a proposta está sendo cumprida com sucesso.



Fora isso, nosso acervo contempla obras para todas as idades, em diversos segmentos, e é acessível a portadores de deficiências físicas e a pessoas com baixa visão.

Como as pessoas (sócios e não sócios do MTC) podem se filiar à biblioteca? Qual a importância de trazer não sócios do clube à biblioteca?

O Centro Cultural Unimed-BH Minas é o único espaço do Minas Tênis Clube aberto a toda a população. Consideramos que este ainda seja um dos maiores desafios: fazer com que a sociedade entenda que o local foi construído com recursos públicos e, portanto, é aberto a todos. Para se cadastrar, basta apresentar documento com foto e comprovante de endereço e informar e-mail e telefone. Para sócios do clube, o cadastro é realizado mediante apresentação da carteirinha, física ou digital.

O que o público pode esperar na programação da biblioteca para o ano que vem?

A partir do ano que vem, vamos iniciar uma programação cultural com diversas palestras, oficinas de criação literária, contações de histórias, mediações de leituras etc. Essas ações irão reforçar a biblioteca como um espaço de convívio, trazendo ainda mais vida para o local.