Otto e Moisés (filhos dos atores Sophie Charlotte e Daniel Oliveira), Joaquim (filho de Elen Cunha e do ator Júlio Andrade), Miguel (filho do cantor Rogério Flausino e Ludmila) são crianças. Não têm a dimensão da importância de Milton Nascimento para a história da música e da cultura brasileira.
Leia Mais
Milton Nascimento dá adeus aos palcos durante show apoteótico no MineirãoArtistas da música falam sobre a 'honra das honras''de cantar com MiltonTim Rescala comemora seus 60 anos em concertos no Rio, São Paulo e BHBanda Daparte comemora o primeiro aniversário de 'Fugadoce' com show'Faraó', hit do carnaval de Salvador, marca os 35 anos de carreira de MagaMimulus comemora seus 30 anos com homenagem a Baby MesquitaClaro que são crianças. Volta e meia, algo inusitado, como a luz do fundo dos copos do camarote da Cemig, chamava a atenção dos pequenos.
Conhecedores do repertório de Bituca, os pais deram um jeito para que os filhos não perdessem nada do momento histórico. Em “Bola de meia, bola de gude”, Daniel de Oliveira e Júlio Andrade colocaram os filhos nos ombros.
Miguel, o caçula de Rogério Flausino, de 7 anos, estava sentado algumas filas depois de Otto, Moisés e Joaquim. Era o mais emocionado. Chegou a cantar com o pai trechos de algumas canções, como “O trem azul”. Ludmila revelou que o filho conhece bem o repertório do Clube da Esquina.
Rogério Flausino contou que aquelas canções marcaram sua vida. “A poética do Clube da Esquina me moldou muito antes do rock Brasil”, afirmou.
Lembrou que de 1964 a 1968, Milton morou em sua cidade, Alfenas, vindo de Três Pontas, antes de se mudar para Belo Horizonte e conquistar o mundo.
O vocalista e compositor do Jota Quest chegou ao Mineirão quase no início do show de Bituca, depois de fazer verdadeiro périplo para desembarcar em Belo Horizonte. Veio de Cuiabá, de onde saiu às 5h30 com destino a São Paulo, para só depois chegar à capital mineira. Deu tudo certo.
No espaço que ocupava a tribuna do Mineirão, o público não escondia a ansiedade para o início da apresentação. Destacava-se imenso cartaz mostrando Bituca abraçado com Gal Costa, que nos deixou.
O cantor e compositor Celso Adolfo disse que, para ele, a emoção desse domingo começou em 1982, quando gravou com Milton sua canção “Coração brasileiro”. Em seguida, os dois trabalharam juntos no primeiro LP do jovem mineiro.
“Esta não é a última sessão de música. É mais uma sessão de música”, disse.
Regina Bertola, diretora do Grupo Ponto de Partida, de Barbacena, trabalhou com Milton e Os Meninos de Araçuaí, em 2004, no espetáculo que ficou em cartaz por 10 anos. Ela definiu Bituca como referência de genialidade.
“Sem fazer força, ele tem confiança na raiz dele, na luz que ele tem. Milton canta para viver, ele não vive para cantar”, apontou.
O arquiteto Gustavo Penna, sentado ao lado do compositor Tavinho Moura, foi sucinto: “Milton é a trilha sonora da minha vida. Toda vez que ouço, toca meu coração”.
Entre os convidados, Zélia Vargas já sabia que a noite seria diferente. Ela mora em Cascais, em Portugal, e viu o mesmo show em Lisboa.
A festa no Mineirão foi ainda mais especial para ela, pois estava com os bilhetes comprados para o show que Gal Costa faria em Lisboa.
“Eu moro há 10 anos em Portugal, e sempre me dá um quentinho no coração quando vejo shows como o do Milton”, disse.
A coreógrafa Suely Machado, diretora do Grupo de Dança 1º Ato, falou com gratidão sobre Bituca, afirmando que a obra dele faz parte da sua vida. “Milton tem a voz mais bonita do mundo”, elogiou.
Vânia Leonardo, acompanhada do marido, o advogado Marcelo Leonardo, comentou que a música de Milton Nascimento significa vida, poesia, carinho e amor. “Tudo de que o mundo está precisando”, resumiu.