As manhãs de domingo, no período de pouco mais de meia hora na correria enquanto me preparava para voltar a Sete Lagoas, eram sempre marcadas por encontros com Edmundo Lanna. Ele chegando para abrir o Buona Tavola!, eu, na entrada do prédio onde moro, esperando minha carona. Edmundo, sempre com gentileza e bom humor, ao me avistar ou cumprimentava de longe ou, com tempo, aproximava-se sempre para um dedo de prosa.
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O que não sabia era que aquele seria o meu último encontro com Edmundo, que morreu no final de outubro. Para minha tristeza, só fiquei sabendo depois da missa de sétimo dia.
O trecho da Alagoas onde ficava o Buona Tavola! perdeu o movimento das noites, quando os amigos de Edmundo sempre estavam por lá. Muito mais que apenas
para tomar umas e outras, mas para
prestigiar o amigo.
E são os amigos de Edmundo que lembram, com saudade, a importância dele para cada um. "Foi-se um aglutinador, amigo de uma vida toda", resumiu Lincoln Sabino. "Edmundinho reunia os amigos no seu quartel-general, o restaurante Buona Tavola!, junto com seu escudeiro Jonny. Claudia, seu irmão, irmãs e amigos jogam preces para intensificar sua luz na eternidade."
Para Sérgio Gustavo Bias Fortes Pereira da Silva, o Didi, como a maioria dos amigos e amigas o chamavam, era "um cara de grandes amizades, querido, agregador e sempre disposto a orientar todos que o procuravam". Ele conta que “a amizade veio da infância, dos tempos do Instituto Santa Helena, além de ser filho de uma família muito amiga".
Para Aristóteles Drummond, ex-presidente do Conselho Fiscal da Cemig, Edmundo era um amigo encantador. "Foi uma amizade de mais de 40 anos. Devo a ele o convívio com amigos no Buona Távola!, no final de tarde, e com os bolinhos de feijão. Nas comemorações do meu aniversário, sempre trazia bolinho de feijão."
“Com sua memória excepcional e sempre atento a detalhes, repassou histórias e momentos que deveriam e mereciam ter sido escritas. Quem de nós não ligou para ele para tirar uma dúvida, saber de um lugar interessante ou até mesmo um acontecimento desta nossa BH?”, recorda Julinho Pinto Coelho.