Nem só de beijos e abraços, as mais delicadas declarações de felicidade, vive e sobrevive o Natal em família. Tirando um inconveniente ou outro que faz parte da festa, assim como a ceia e o vinho, quem nunca passou algum perrengue que atire o primeiro panetone.
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Amigos se unem em campanha para Teuda Bara, atriz do Grupo GalpãoHumberto Werneck toma posse na Academia Mineira de LetrasTizumba participa de ópera popular natalina, tradição do RecifeCasamentos voltam a mobilizar a agenda social de Belo HorizonteChuvarada em BH, nos anos 1940, inspirou samba de Ary BarrosoCentenário de Mário Bhering é comemorado com lançamento de livro“Tinha 10 anos, e ela me perguntou o que eu queria ganhar. Óbvio que, menino de 10 anos, eu queria uma bola de futebol. Quando cheguei em casa, o presente estava lá. Mas era uma bola de vôlei rosa, da Xuxa. Eu não poderia aparecer com aquela bola rosa da Xuxa na escola. Minha vida acabaria”, revelou, divertido com o perrengue.
Depois de ler o texto do sobrinho no Estadão, muito tempo depois daquele Natal, a tia confessou não ter dado o presente certo. “Quanto tinha 30 anos, minha tia me deu de presente uma bola de futebol”, revela Fábio.
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Tullio Dias, autor do livro “O almoço de Natal: Ou como sobreviver às reuniões familiares de fim de ano” (Letramento), guarda lembranças da ceia. “Minha história de perrengue natalino envolve refeições”, conta. Desde 2013, quando se tornou vegetariano, é sempre a mesma coisa.
“Por algum motivo abençoado, pessoas não vegetarianas querem 'experimentar' a comida do vegetariano. Todo ano, fico sem comer direito, porque comem a minha comida. Já foram várias discussões sobre isso, pedi para servirem apenas a versão vegetariana, já que todo mundo come, mas virou uma 'tradição'. Se não comer rápido e guardar comida, eu fico sem nada para comer depois”, diz.
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O jornalista Marcelo Seabra se lembra de um fato da infância. Quando tinha 6 anos, no último Natal antes de os pais se separarem, a mãe dele foi comprando vários presentes e escondendo.
“No dia 24, ela buscou um saco de batatas enorme na mercearia e colocou tudo lá dentro. À noite, os dois na sala, ao lado da árvore, me gritam, dizendo que o Papai Noel estava lá”, relembra.
“Corri com toda a velocidade e, quando cheguei lá, o Papai Noel já havia ido embora. Falei pra eles: 'Como dois adultos capazes e saudáveis não conseguiram segurar o Papai Noel por mais um segundo?'”
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Já o fotógrafo Marcos Tadeu passou perrengue no amigo-oculto. “Muito novo, todo feliz, fui comprar o presente de amigo-oculto para minha prima. Na hora da festa, descrevi, falei tudo sobre ela”, diz. “Foi quando meu pai ou algum parente falou: 'Esta aí não é a sua amiga oculta!'. Era outra. Fiquei morrendo de vergonha de trocar os nomes e o presente. Fiquei mal pela pessoa receber o presente que nem era dela.”
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Com ou sem perrengues, feliz Natal para todos!