Jornal Estado de Minas

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Quais são as apostas e os desafios para o ano que está começando?

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Agora vai. O ano começou e o que passou, passou. Hora de olhar adiante com esperança de um futuro melhor e, acima de tudo, democrático. O Instituto HIT/HC quis saber de personalidades ligadas à vida cultural e social de Belo Horizonte e do estado quais são os desafios e as apostas que fazem para o ano que está começando. Como o passado a gente deixa para trás, a coluna também perguntou o que cada um prefere esquecer.





Por aqui continuamos no desafio de garantir qualidade de informação. Jamais notícias falsas e mentiras, que inundaram o ‘zap da tia’ como verdade suprema. Seguimos acreditando que arte e cultura são essenciais não só para a formação de um povo, mas também aliados para afastar os tempos sombrios.

A aposta vai por um ano mais alegre, leve, em que os projetos de tantas companhias de teatro e de dança espalhados pelo estado se concretizem. Assim como projetos de audiovisual levem público às salas de cinema em busca de identificação com sua história ou apenas por diversão. Para trás, deixamos aqueles post inacreditáveis feitos por gente tão próxima defendo a Terra plana, combatendo a ciência e a educação. Tanta sandice que é melhor esquecer e deixar que antropólogos tentem decifrar o que foram esses anos.

Por aqui, o desejo de um 2023 cheio de saúde, alegrias e uma agenda cheia.

Rogério Faria Tavares

Presidente da Academia Mineira de Letras
 
•Desafio

Retomar uma agenda de atividades físicas que seja viável e, sobretudo, agradável, que se encaixe bem no dia a dia (talvez volte para as aulas de ioga e para a natação).



Outro desafio é passar mais tempo fruindo da convivência com a natureza, ao ar livre, em momentos menos  urbanos. A vida na grande cidade é ótima, mas não há nada melhor que fugir de vez em quando, com a família, para um local mais sossegado, sem celular e sem internet. Minas é pródiga em lugares encantadores, que recarregam a energia da gente em pouco tempo.

•Aposta

Termino meu segundo e último mandato como presidente da Academia em maio, bastante feliz com o trabalho que desenvolvi nesses quatro anos.

Sou muito grato pelo apoio que recebi de todos os acadêmicos, da valiosa equipe da AML, dos patrocinadores e da imprensa. Em 2023, vou começar novos projetos culturais e aposto num ambiente mais receptivo e acolhedor para a cultura e para os artistas. Não há país desenvolvido e próspero que despreze a cultura. Ela é a alma e a identidade de um povo.
 
•Já vai tarde

A indiferença em relação a quem tem fome. Em 2023 seguramente veremos uma sensibilidade  bem maior no tratamento do tema da segurança alimentar, pensado pioneiramente em BH, ainda nos anos 90, pelo acadêmico Patrus Ananias, em sua passagem pela prefeitura, e pela saudosa professora Regina Nabuco. Ainda bem! Hoje, no Brasil, são milhões e milhões de famintos. Como tolerar isso? Incompreensível e inaceitável.





 

Eliane Parreiras

Secretária municipal de Cultura
 
•Desafio

Gestão do tempo para alcançar as aspirações pessoais e profissionais da cultura na cidade, com equilíbrio, energia e potência.
 
•Aposta

Que a cultura volte a ocupar seu lugar estratégico e de importância no Brasil, tanto nas políticas públicas quanto no coração da sociedade.
 
•Já vai tarde

O ódio, a intolerância e o preconceito em nossa sociedade. Trazendo tempos de diálogo, construção coletiva e esperança.

Carlos Henrique Martins Teixeira

Presidente do Minas Tênis Clube
 
•Desafio

O desafio pessoal é manter sempre a serenidade, a tranquilidade e a temperança, mesmo nas adversidades. Tentar levar as coisas com muita calma, entendimento e equilíbrio.O desafio profissional, ao assumir a presidência do Minas, é o de reafirmar cada vez mais a nossa identidade como mineiros. De incentivar as pessoas a terem orgulho da mineiridade como uma identidade especial de nossa eficiência como povo.




 
•Aposta

 A aposta para o próximo ano é que exista mais a união entre as pessoas. Que seja um ano mais leve, com foco nas coisas simples e na sua execução com eficiência.
 
•Já vai tarde

A polarização política e a desunião das pessoas. Vamos deixar isso no passado e olhar para a frente. Quero o fim da intolerância e da agressividade.
 
 

Antônio Eustáquio da Rocha Soares

Presidente do Pampulha Iate Clube
 
•Desafio

Manter-me em equilíbrio frente ao cenário adverso causado pela pandemia que gerou muita apreensão e incertezas.




 
•Aposta  

Minha grande aposta para o ano que começa é reverter o cenário negativo gerado pela pandemia, que impactou de forma expressiva na economia mundial e, certamente, no segmento clubístico. Sempre com vistas a realizar uma grande gestão à frente do PIC.
 
•Já vai tarde

Impossível esquecer tudo que vivenciamos, mas, para mim, esta pandemia “já vai tarde”.
 
 

Leônidas Oliveira

Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais
 
•Desafio  

Que 2023 seja o ano da liberdade criativa das nossas gentes e comunidades. Um novo ciclo de fortalecimento da economia da criatividade, sendo esta a base para a cultura. Isso gera mais força para atrair quem procura experiências de turismo nessa gigante terra das Gerais e das Minas, unida por uma cultura de paz e de prosperidade. 

•Aposta para o ano 

Quero cuidar mais da minha alma, treinar mais o que é amar e voltarei a estudar de forma mais efetiva no pós-doutorado. Pretendo aprender mais sobre a história dos nossos municípios. Tenho sentido que quanto mais aprendo sobre a nossa terra, mais feliz me torno. Isso pra mim é fundamental para a energia que me move. Gosto de gente e de trabalhar com gente. 




 
•Já vai tarde 

Que em 2022 fiquem os momentos raivosos daquilo que não saiu como planejado. Que fique no passado o mal que isso possa ter feito a mim e aos demais.
 
 

Rud Carvalho

Empreendedor cultural e social
 
•Desafio

Após anos difíceis de pandemia, depois de os projetos culturais e sociais aos quais me dedico de corpo e alma terem sido praticamente anulados, tenho como desafio pessoal aperfeiçoar a estruturação desses projetos, principalmente o Bambu e o Elas, para alcançar os objetivos de divulgar, capacitar e educar com qualidade pessoas em vulnerabilidade social.
 
•Aposta

Uma aposta para 2023 é que consigamos alcançar uma previsibilidade para a realização de todos os projetos aos quais me dedico, para que as coisas aconteçam de forma mais tranquila, rotineira e estável.
 
•Já vai tarde

Já vai tarde é algo que eu não poderia falar para 2022, quando conseguimos executar 18 projetos culturais e sociais. Foi um ano muito feliz e de muita esperança. A única coisa que deixarei para trás é o cansaço após tanta realização!
 
 

Rodrigo Cezário

Consultor de moda
 
•Desafio

Depois de dois anos vivendo como nômade digital em lugares isolados e com muito contato com a natureza, o desafio do ano novo é equilibrar o estilo de vida slow com o retorno à cidade grande, agora morando no Centro de BH.




 
•Aposta

Colocar no ar o projeto socioeducacional Sementes Criativas, que tem o objetivo de capacitar e impulsionar profissionalmente 200 jovens da periferia de BH para atuarem como agentes culturais da indústria criativa, gerando emprego, renda e inclusão a partir das trajetórias individuais e capacitações para valorização do capital intelectual.
 
•Já vai tarde

Um dos períodos mais tenebrosos para a cultura brasileira depois da ditadura militar chegou ao fim. O desrespeito a artistas e ao patrimônio fez muitos estragos nos últimos quatro anos à produção de bens culturais, à preservação de acervos e à circulação do conhecimento.
 
 

Cristiano Seixas 

Quadrinista e diretor de criação da Casa dos Quadrinhos Escola de Artes Visuais
 
•Desafio 

Usar o difícil aprendizado de vida pessoal em 2022 de alguma forma nos projetos em que vou estar envolvido ao longo de 2023.  O entretenimento também pode ser uma catarse para os criadores e um possível ensinamento para o leitor ou espectador. Quero criar um material que una o escapismo com alguma profundidade.




 
•Aposta

Mais projetos em equipes e presenciais. Mais trocas projetando um futuro melhor. Acredito que vamos ver também as pessoas saindo um pouco mais do digital e buscando escritores e artistas com vozes diferentes.
 
•Já vai tarde

Todos os conflitos desnecessários entre amigos e familiares que vivemos nos últimos anos. O momento pede empatia e união.

 

Gabriel Martins

Diretor de “Marte Um”
 
•Desafio

Pessoal é ver mais filmes e ler mais livros (quase um clichê), profissional é construir uma ponte para auxiliar novos cineastas a conseguirem viabilizar seus projetos.
 
•Aposta

Aposta pessoal e profissional é sobreviver a um projeto gigante no qual estou envolvido neste momento (e não posso falar sobre ainda).
 
•Já vai tarde

Já vai tarde é o governo Bolsonaro.




 
 

Claudio Fraga

Criador do projeto infantil O Tubarão Martelo e os Habitantes do Fundo do Mar
 
•Desafio

Fazer o canal do Tubarão Martelo no YouTube atingir 50 MI de views e 100 mil inscritos.
 
•Aposta

Uma aposta: criar um novo projeto e espetáculo infantil, e também circular com o espetáculo do Tubarão Martelo em no mínimo cinco capitais brasileiras.
 
•Já vai tarde

A pandemia da COVID-19 e o desgoverno que tivemos nos últimos quatro anos.
 
 

João Vianna

Músico e diretor artístico
 
•Desafio

Saber dividir melhor o tempo de trabalho e atividades de bem-estar.
 
•Aposta

Iniciar o curso de maestro.
 
•Já vai tarde

A ameaça de uma nova pandemia de COVID.

 

Hilma Nogueira da Gama

Coordenadora da coloproctologia do Hospital Madre Tereza
 
•Desafio

Concluir meu curso de francês.
 
•Aposta

Diminuir meu colesterol.
 
•Já vai tarde

Xô preguiça, vou malhar!