Para quem, como eu, voar não é o esporte favorito, crianças a bordo podem ser boa companhia, capaz de aliviar as tensões, ou deixar os cabelos em pé. Rumo a Orlando (EUA) para fazer a reportagem especial sobre o cruzeiro Disney Fantasy, com personagens da Disney e da Pixar, a coluna se jogou na brincadeira “aérea”.
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“Bom, pela idade, não vão abrir a boca por nada”, penso, já me acalmando. Até identificar alguns bebês. Fofos, mas basta o olhar enviesado dos pais para dispararem o bué.
Tio 'torto' assumido
Amo crianças. Amigos próximos sabem que tenho zelo e carinho pelos filhos deles, meus sobrinhos “tortos”. Com a mãe de um deles, aliás, combinei de visitar os parques da Disney um dia. Criança é criança, não tem como não me derreter por elas. A vizinha do banco da frente, de 4 anos, concentrada em algum joguinho, sem perceber que uma hora depois do embarque continuamos no mesmo lugar, inocentemente pergunta: “Já voamos, mamãe?”. Diz isso com uma tranquilidade de dar inveja.
Meu sonho, neste momento, é ter a inocência dessa menina, pois a cabeça fervilha: “Vai demorar para chegar?”, “O tempo estará bom e sem turbulência?”, “É verdade, mesmo, que turbulência não joga avião no chão? Sei lá, seguro morreu de velho”. Misericórdia!, oito horas apertado nesta fila como sardinha em lata...
O comandante avisa à tripulação para se preparar para a decolagem, enquanto continuo rezando – o que faço há um bom tempo, aliás. O avião decola. E ouço uma vozinha, às gargalhadas, gritando: “Meu estômago flutuou!!!”. Daí em diante, entro no ritmo da inocência infantil. Só assim para este voo diurno, longo e apertado passar rápido.
O sono some, mas o corpo cansado pede cama para dar aquela esticada. Entre os filmes a bordo, nenhuma novidade. Não sei se o azar foi meu de ter visto todos eles, ou de todos serem tão ruins que não valem repeteco a 40 mil metros de altura.
Passada mais da metade da viagem, a menina, por puro tédio, descobre que as fivelas do cinto de segurança podem virar instrumentos de percussão. Ela bate os dois lados da fivela, com força, um contra o outro. Sensação pior do que o choro dos bebês, que, acreditem, estão mais tranquilos do que eu.
A turbulência vem com o aviso de alguém da tripulação. Onde estão as crianças para contar piada, fazer uma graça, sei lá! Sumiram, ficam mudinhas da silva. Às 16h em ponto, o avião toca o solo de Orlando.
BIG FIVE X ESTRELAS DA DISNEY
Mesmo que você, assim como eu, nunca tenha feito um safári, é inevitável a comparação divertida entre os Big Five – leão, leopardo, rinoceronte, búfalo e elefante – e as estrelas da Disney. Voltar para casa sem ter foto de Mickey, Minnie, Donald, Margarida, Pluto e Pateta é como retornar da África sem os Big Five. A diferença entre o cruzeiro da Disney e o safári africano é que, a bordo do navio, você tem hora e local marcados para se encontrar com o “zoo” de Walt Disney.