A Marisa é uma profissional, uma autora, cantora com total domínio sobre a imagem dela, sobre o que ela quer passar também. Ela é muito clara na maneira que faz os pedidos, comunica os desejos dela. Foi muito rica a troca entre três pessoas, seis mãos. Por isso o figurino foi tão especial, porque tem muito da Marisa, muito do meu acabamento, que é muito precioso, sei exatamente o que vai funcionar em termos de volumes, materiais, e do Giovanni, que trabalhou com Madonna, várias celebridades, fazendo clipes e shows. A junção foi muito rica.
A Marisa tem um corpo ótimo e ela ficou superbem com esse macacão, uma base que é um sexy, mas não é sexy, por estar supercoberta, e não mostra as formas do corpo dela. É uma base muito neutra em que fui colocando, de forma com que combinasse com os próximos looks. Ora essa base aparece velada, ora ela aparece revelada.
Em relação ao show é como aqueles filmes que você assiste e considera que está tudo perfeito: a luz, a direção, o figurino, com a beleza e, principalmente com o repertório que ela preenche tudo de uma forma única e muito especial.
Obviamente, os outros elementos são extremamente importantes para que ela cresça e fique segura. Sinto nesse show uma Marisa muito segura, uma mulher muito poderosa e uma artista digna. Que orgulho dessa mulher ser brasileira e estar levando esse show para o mundo
Fazíamos campanhas para os clientes em um formato novo, misturando as duas coisas. Formato que utilizo até hoje com meus clientes em São Paulo. Montei uma agência, cresci muito e abri uma loja, Cubo, supervanguarda na época, misturando design, livros e roupas. Vendíamos os estilistas novos do Brasil, na loja que era supermoderna.
Conheci o Daniel Ueda, stylist até hoje importante em São Paulo, quando fiz assitência para ele em um trabalho em Belo Horizonte. Foi quando vi que o método de trabalho era muito diferente do método que eu fazia. Óbvio que, em Minas, havia menos investimentos na parte de produção de moda, de imagem. Decidi fechar tudo.
Minha sócia foi para Barcelona, eu vim para São Paulo ser assistente dele (Daniel Ueda) e comecei, depois de muito tempo, a entrar no mercado de moda, a assinar meus próprios editoriais de moda. Em 2005, era muito mais difícil do que hoje você ser absorvido pelo mercado. Hoje as coisas são mais rápidas.
Comecei a misturar a parte de design com styling, o que deu muita visibilidade. Comecei a trabalhar nas principais revistas, principais marcas e fui me estabelecendo. Um ponto forte na minha carreira foi o encontro com Giovanni Bianco, na época fazia vários projetos internacionais muito importantes também, e eu comecei a entender e aprender com a metodologia de trabalho, de pesquisa, de perfeccionismo. Tive dois mentores: Daniel Ueda e Giovanni Bianco, que me levaram a ser o profissional que sou hoje.