Ainda sob inspiração da Mostra de Cinema de Tiradentes, que terminou sábado (28/1), e na delícia que é se deixar levar pela pesquisa na Gerência de Documentação do Estado de Minas (Gedoc), a coluna recupera uma história curiosa. Há quase 81 anos, em sua única visita ao Brasil, o diretor e ator norte-americano Orson Welles fez o filme “It's all true” (“É tudo verdade”), que nunca foi lançado.
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Mineira que assina figurino de Marisa Monte em 'Portas' fala desse trabalho'Carta de Tiradentes' é encaminhada ao MinC e aos Três PoderesPrimeira grande mostra d'OsGemeos em BH está confirmada para fevereiroEscritório de Gustavo Penna disputa prêmio ArchDaily Building of the Year"Velório à brasileira" lota Palácio das Artes com ingressos esgotadosBaby Mesquita, fundadora da Mimulus, ganha homenagem nos palcosSegundo revelou o EM, “o grande diretor norte-americano, à cata de valores, julgou aproveitáveis as qualidades da mineira recém-chegada. Contratou-a à razão de 100$00 diários pelo tempo que esteve no Rio”. A reportagem informa: “Maria Augusta está sendo aproveitada em diversas discussões sobre o carnaval carioca e aspectos românticos. De acordo com a técnica de Orson Welles, não há figura central predominante no filme. Há um tema anexo entre os fatos e cenas fotografados e sincronizados”. Maria Augusta também seria escalada para o elenco de “A Inconfidência Mineira”, projeto que consumiu 11 anos na vida da cineasta Carmen Santos.
A partir daí, pouco se sabe da carreira de Maria Augusta. E a coluna, que gosta de desafios, lança mais este: quem tem parentesco com a atriz, que se mudou de Belo Horizonte para Brasília, pode entrar em contato com a gente pelo e-mail cultura.em@uai.com.br.
EM BELO HORIZONTE
CIDADÃO KANE NO GRANDE HOTEL
O repórter do Estado de Minas entrevistou o cineasta americano em 10 de março de 1942, durante sua visita de dois dias à capital mineira. A reportagem, como era costume na época, não tem assinatura. O jornalista definiu Orson Welles como “pouco solene para um produtor e demasiado dogmático para um ator. Fala de tudo que os olhos veem, discute e doutrina com uma facilidade e um simplicismo verdadeiramente yankee”.
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Sobre seus planos no país, Welles declarou: “Nunca supus que pudesse encontrar tanto material 'filmável' no Brasil. Estou encantado com o Nordeste e os jangadeiros”. O repórter quis saber se Belo Horizonte o impressionara. “Em todos (os aspectos), meu caro amigo. Acho linda esta cidade, sempre esbatida de sol, de uma alegria solene e comunicativa. Vou vê-la melhor agora”, respondeu o ator.
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Logo após a conversa, o diretor e protagonista da obra-prima “Cidadão Kane” partiu “como um furacão”, anotou o repórter do EM.