Há pouco mais de dois meses, quem visita Tiradentes tem mais uma opção no passeio pela cidade histórica. A rua Direita abriga a sede da Mostra de Artes de Tiradentes (Martir), que reúne obras de arte contemporânea, dos anos 1970 até os dias de hoje.
Leia Mais
Aline Calixto mostra que carnaval é brincadeira levada a sérioO carnaval de BH ganha dois bailes que prometem agitar a capitalDe olho na foliaMemória de Eurico Justino será lembrada com prêmio que terá nome do artistaFábrica de BH garante confete e serpentina para todas as regiões do BrasilCom 76 anos, Leão da Lagoinha confirma cortejo no bairro homônimoMaria Helena Cadar, que foi destaque na Salgueiro, é homenageadaO Martir é um dos braços do Instituto Tragaluz, que também tem ações de combate à fome e à desnutrição na primeira infância. A coluna conversou com Pedro Navarro, diretor-executivo do Instituto, que funciona às quintas-feiras, das 10h às 17h; às sextas-feiras e sábados, das 10h às 22h.
Qual o maior desafio em montar um acervo da primeira mostra de arte mineira contemporânea de Tiradentes?
É importante destacar que se trata de um projeto desenvolvido a várias mãos, com destaque para Jane e Joel Padula, Patrícia e Pedro Navarro, Renata e Alexandre Resende e Tadeu Bandeira, principal doador do acervo.
Sendo a cidade de Tiradentes um dos berços da arte barroca em Minas Gerais, além de concentrar grande número de artesãos, lojas de arte popular e ateliês de artistas, justificável que o colecionador destinasse ao Instituto as obras contemporâneas. Almejamos acompanhar as tendências artísticas e propiciar maior visão da produção atual, ainda vinculada à riqueza e proeminência do período colonial.
Sendo a cidade de Tiradentes um dos berços da arte barroca em Minas Gerais, além de concentrar grande número de artesãos, lojas de arte popular e ateliês de artistas, justificável que o colecionador destinasse ao Instituto as obras contemporâneas. Almejamos acompanhar as tendências artísticas e propiciar maior visão da produção atual, ainda vinculada à riqueza e proeminência do período colonial.
Como nasceu o Instituto Tragaluz, que tem como um dos braços o Martir?
O Tragaluz Restaurante Casa é um restaurante tradicional de Tiradentes e um dos mais apreciados do estado. Continuamente, apoia iniciativas as mais diversas. Percebemos a necessidade de “institucionalizar” a organização para potencializar as ações em desenvolvimento. Constituído dentro dos padrões legais, o Instituto Tragaluz objetiva contribuir com a cidade e região.
Cabe lembrar que a cidade tem outros espaços e ricos festivais culturais. Entretanto, nada impede que o Instituto Tragaluz dê também a sua contribuição artística, cultural e social.
Cabe lembrar que a cidade tem outros espaços e ricos festivais culturais. Entretanto, nada impede que o Instituto Tragaluz dê também a sua contribuição artística, cultural e social.
A CasaNutri é outro braço do Martir. Com tanta beleza em Tiradentes, acho que ninguém (até agora) voltou os olhos para essa questão na cidade. Conte um pouco desse cenário e como vai funcionar a CN.
Outra frente do Instituto Tragaluz é o foco de atuação em projetos sociais, especialmente relacionados à primeira infância. Tiradentes e São João del-Rei, por exemplo, integram o mapa da fome do Brasil, segundo relatório público elaborado por importantes e competentes órgãos e instituições.
Esta triste realidade ocasiona importantes consequências para o desenvolvimento infantil, impossibilitando que crianças desempenhem em sua totalidade as capacidades físicas e intelectuais.
Esta triste realidade ocasiona importantes consequências para o desenvolvimento infantil, impossibilitando que crianças desempenhem em sua totalidade as capacidades físicas e intelectuais.
Nesta primeira etapa, a Casa Nutri, parceria com a ONG ABC e Prefeitura de Tiradentes, acompanha aproximadamente 25 famílias, baseando-se em critérios nutricionais da criança e sociais da família.
Temos uma nutricionista que acompanha semanalmente as crianças, além de fornecimento de aporte proteico com ovo caipira para elas e seu núcleo familiar. Recentemente, avaliamos o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças das creches municipais, com a elaboração de planos de cuidado, quando necessários. Quem sabe conseguiremos expandir os projetos e a atuação para outros locais do Campo das Vertentes?
Temos uma nutricionista que acompanha semanalmente as crianças, além de fornecimento de aporte proteico com ovo caipira para elas e seu núcleo familiar. Recentemente, avaliamos o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças das creches municipais, com a elaboração de planos de cuidado, quando necessários. Quem sabe conseguiremos expandir os projetos e a atuação para outros locais do Campo das Vertentes?
Em visita recente a Tiradentes, vi quanto o Tragaluz cresceu. O Martir é uma expansão do restaurante que chega à esquina. Observei também que a poucos metros há uma outra casa à venda...
Difícil encontrarmos um quarteirão mais charmoso! Uai, precisamos conhecer esta casa!? Na verdade, o Martir tem vida própria – a cozinha do Tragaluz apoiará o D'Angola, um delicioso café/winebar no jardim do museu. Arte e gastronomia são indissociáveis. Cada artista tem a sua nutrição e sua maneira de criar.
Independentemente da característica da cozinha, alta ou baixa (não gostamos dessa “segregação”), tradicional ou contemporânea, quando há conhecimento, envolvimento para transformar o alimento e entregar para o mundo, sem dúvida isso é uma manifestação artística.
A pandemia impactou todos. Ainda é momento de adaptação, prudência nos investimentos, atenção às oportunidades e desafios atuais. Em relação ao futuro, adiantamos que temos novidades no forno e outras em banho-maria.
Independentemente da característica da cozinha, alta ou baixa (não gostamos dessa “segregação”), tradicional ou contemporânea, quando há conhecimento, envolvimento para transformar o alimento e entregar para o mundo, sem dúvida isso é uma manifestação artística.
A pandemia impactou todos. Ainda é momento de adaptação, prudência nos investimentos, atenção às oportunidades e desafios atuais. Em relação ao futuro, adiantamos que temos novidades no forno e outras em banho-maria.
Você é da medicina e está firme na gastronomia e nas artes. Qual a avaliação de sua chegada a Tiradentes até hoje?
Tiradentes é encantadora. Ela mantém ares provincianos, tem seu próprio ritmo e lida com as questões rotineiras. A Serra de São José nos abraça logo na chegada. A cidade continua linda, movimentada e desejada por mineiros, cariocas, paulistas e demais visitantes.
O calendário de eventos e festivais da cidade continua vibrante, buscando equilibrar os desafios e os cuidados que o momento exige. O turismo está em constante transição. Os setores público e privado, além da sociedade civil, hoje dividem a responsabilidade de manter esta preciosidade preservada e adaptada às exigências da atualidade.
O calendário de eventos e festivais da cidade continua vibrante, buscando equilibrar os desafios e os cuidados que o momento exige. O turismo está em constante transição. Os setores público e privado, além da sociedade civil, hoje dividem a responsabilidade de manter esta preciosidade preservada e adaptada às exigências da atualidade.
Claro que não podemos deixar de lembrar de Zenilca de Navarro quando falamos do Tragaluz e tudo que ele representa para Tiradentes e a gastronomia. Como você vê a importância dela nesse mercado e nessa história?
A ligação dela com o restaurante é umbilical. Um de nossos desafios, ao adquirir o Tragaluz há oito anos, foi mudar sem mudar. Manter o exercício de olhar para trás, estando atentos às oportunidades que se apresentam. Contextualizar alguns processos operacionais e de gestão, sem perder a essência de valorização da mão de obra local e do seu entorno.
O Tragaluz talvez tenha sido um dos primeiros restaurantes do Brasil a trazer os ingredientes típicos mineiros em uma casa que prima pela elegância não somente no ambiente e serviço. Há sofisticação na comida da roça, na comida simples, no quintal.
O quiabo, jiló, couve, abóbora, carne de porco ou d’angola, além de inúmeras outras iguarias, como a goiabada, doce de leite e queijos de Minas estão presentes em nosso cardápio desde o início de funcionamento, há mais de duas décadas...
O quiabo, jiló, couve, abóbora, carne de porco ou d’angola, além de inúmeras outras iguarias, como a goiabada, doce de leite e queijos de Minas estão presentes em nosso cardápio desde o início de funcionamento, há mais de duas décadas...