A Banda Devise faz neste sábado (15/4), no Mercado Distrital do Cruzeiro, a sua última apresentação. O fim do grupo foi decidido por causa da mudança do vocalista, Luis Couto, para o exterior. O músico conta que eles já trabalharam a distância anteriormente, durante a pandemia, mas era um outro momento.
"Somos uma banda que precisa estar perto fisicamente. A gente é mais do que só quatro músicos tocando. Tem muita amizade, muito sentimento ali, o que se reflete diretamente no som, e a gente acha que, a distância, não conseguiria entregar o que a gente quer enquanto banda!”, afirma.
Ele diz também que, depois de 10 anos de história, sem parar, sem férias, é hora de um respiro. "Assimilar outras experiências para, quem sabe um dia, a gente se reencontrar e poder trazer coisas novas para a nossa música."
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O show terá abertura do Projeto Shaun, de Porto Alegre, em sua primeira apresentação em Belo Horizonte. "Somos muito ligados, e tinha que ser eles nesse momento com a gente. O repertório vai passar por toda a nossa discografia. Com músicas que não tocamos mais há bastante tempo. Vai ter também alguns convidados que fazem parte da nossa história", afirma Luis.
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A decisão, o vocalista reconhece, não foi fácil. A gente ainda tinha algumas coisas pra realizar. Estávamos em um processo de produção intenso, com várias músicas que, a princípio, não iremos lançar, pelo menos não mais nesse projeto. A banda também vivia um momento muito bom, com shows cada vez maiores, mais legais, tocando em outros estados do Brasil. Mas, para a gente, estar bem é mais importante. E essa decisão está intimamente ligada a isso", afirma.
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Formada por Luís Couto (voz/guitarra), Bruno Vieira (guitarra), Bruno Bontempo (contrabaixo) e Daniel Mascarenhas (bateria), a banda faz um balanço positivo da trajetória. "Realizamos muito mais do que achávamos que podíamos. É muito difícil uma banda independente sobreviver esse tempo, conseguir se manter ativa com shows, músicas, discos. Fizemos tudo isso na raça, sem muito apoio, além dos nossos amigos e fãs, o que faz a gente se sentir mais realizado ainda. E ainda é especial pensar que fizemos isso tudo entre quatro grandes e melhores amigos.”
LINHA DO TEMPO
2013
Início, com produção e gravação das músicas do primeiro disco.
2014
Lançamento do primeiro disco, "Lume"
2015
A Devise foi escolhida pela Converse para participar do projeto mundial Converse Rubber Tracks, que gravava novas bandas, capitaneado no Brasil por Jean Dolabella (ex Diesel, Sepultura e agora Pitty e Ego Kill Talent). O resultado foi o lançamento de um single intitulado "Qualquer hora"
2017
Lançamento do "Petricor", segundo disco da banda. Gravado em quatro estúdios diferentes, entre Belo Horizonte e São Paulo.
2018
Primeiro show em um grande festival (Breve, em Belo Horizonte). Ao lado de nomes como Caetano Veloso, Pabllo Vittar, Mano Brown, Iza, Djonga, Young Lights, Daparte, entre outros.
2018
Vencedora do festival Claro Que é Rock, da 98FM de Belo Horizonte, disputado entre diversos artistas de Minas Gerais
2020
Pandemia. Uma nova forma de trabalho. A banda lançou diversos singles e versões que foram produzidos a distância. Essas gravações resultaram no EP "Aqui dentro" (2021)
2021
Lançamento do terceiro disco, "Depois de abrir os olhos", com participação da cantora francesa YSEE, integrante do Noel Gallagher's High Flying Birds, a carreira solo de Noel Gallagher (Oasis). E também com a participação de Lucas Guerra, integrante da banda Collid e ex-Pense
2022
Vencedora do Prêmio Dynamite, na categoria Melhor Disco de Rock de 2021
2022
Julian Casablancas, vocalista da banda The Strokes, reconheceu nas redes sociais que preferiu a versão da música "Is this it?" feita pela Devise do que a original, dos próprios Strokes
2023
Lançamento do último single, “Até o fim”, e despedida da banda