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Estado de Minas COLUNA HIT

Herdeiro de fotógrafo tradicional de BH mostra relíquias do acervo do pai

Dono da Foto Iannini, Braz Iannini registrou momentos importantes da cena cultural da cidade e passou para o filho Sérgio o amor pela fotografia


27/08/2023 04:00 - atualizado 26/08/2023 01:14
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A atriz Wilma Henriques
Detalhe de portrait da atriz Wilma Henriques (1964) (foto: Braz Iannini Filho e Sérgio Iannini/Divulgação)
 
Sérgio Iannini, que completa 80 anos em outubro, abre a pasta preta. Cuidadosamente, retira o envelope que guarda relíquias preciosas que remetem à  história de BH.  Dezenas de fotografias em preto e branco, no tamanho 24cm por 30cm, resgatam momentos da produção operística da capital entre o fim dos anos 1950 e meados dos anos 1960. “Papai adorava ópera, era tenor. Só não seguiu carreira porque o negócio dele era a fotografia”, comenta Sérgio.
 
Braz Iannini aponta, em alguns dos retratos, a divisão de tarefas entre os dois. “Nesta aqui, eu fiz a luz”, diz Sérgio, mostrando a imagem da atriz Wilma Henriques, clicada em 1964. No finalzinho da vida, Braz teve de lidar com o glaucoma.
 
Otávio Cardoso em 'As mãos de Eurídice', na TV Itacolomi (1975)
Otávio Cardoso em 'As mãos de Eurídice', na TV Itacolomi (1975) (foto: Braz Iannini Filho e Sérgio Iannini/Divulgação)
 
 
O ineditismo das fotos encanta não só pelo que elas mostram, mas pelo formato raríssimo para os padrões atuais – sobretudo nestes tempos em que o digital “cancelou” as fotos impressas.
 
 
Sérgio conta que a ideia era fazer, nos anos 1980, a exposição comemorativa da Foto Iannini, a loja do pai. Braz veio de Cataguases para a capital ainda menino. Comandou seu negócio no Edifício Cruzeiro (Praça Sete); na Avenida Afonso Pena, 342; na Galeria Ouvidor; e na Rua Goiás, o último endereço.
 
Assis Pacheco em %u201CO guarani%u201D (1952)
Assis Pacheco em %u201CO guarani%u201D (1952) (foto: Braz Iannini Filho e Sérgio Iannini/Divulgação)
 
 
Com a morte do pai, aos 73 anos, Sérgio desistiu da exposição. A loja não resistiu ao Plano Collor e fechou as portas definitivamente.
 
Não havia tempo ruim para Braz Iannini na hora de registrar óperas, a maioria delas no Teatro Francisco Nunes. Como o trabalho ia até tarde, muitas vezes ele seguia a pé do Centro até a casa da família, no bairro Carlos Prates. “Transporte noturno era difícil”, explica Sérgio.
 
Montagem de %u201CCavalleria Rusticana%u201D, no Francisco Nunes (1962)
Montagem de %u201CCavalleria Rusticana%u201D, no Francisco Nunes (1962) (foto: Braz Iannini Filho e Sérgio Iannini/Divulgação)
 
 
Fotografar casamento nunca foi o trabalho preferido dos Iannini, que optaram por se especializar em fotos em estúdio, no estilo portrait, e clicar turmas de formandos das faculdades de Belo Horizonte.
 
Representante comercial, Sérgio mantém as fotos guardadas em casa junto de centenas de negativos. Em breve, o acervo será digitalizado – recuperando, assim, cenas de importantes capítulos da história cultural de Belo Horizonte.

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