“Barítono”, a nova turnê de Lulu Santos, oferece muito mais do que os fãs podem esperar de um grande show. A começar pela pontualidade. Três minutos depois do horário marcado, às 22h, a banda tomou seu lugar, ao som de funk. Na sequência, Lulu deu as primeiras notas de “Toda forma de amor”, que ganhou, digamos, atualização. O verso “Eu sou seu homem/ você é minha mulher” foi alterado para “Eu sou um homem/ você é o que quiser”. Empolgada, a plateia cantou com Lulu o refrão “E a gente vai à luta/ E conhece a dor/ Consideramos justa/ Toda forma de amor”.
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A emoção daquele momento remete aos tempos cruéis da pandemia, quando, entre tanta gente que sofreu com a chegada da COVID-19, montadores de palco, roadies, carregadores, técnicos de luz e som foram duramente afetados pela falta de dinheiro e trabalho, devido à suspensão de eventos culturais. Foi uma homenagem simbólica. Curiosamente, o cenário do show não trazia telão de LED. Nada contra a tecnologia, mas os recursos usados em “Barítono” – metros de voil sob o palco, além da luz – criaram a maior sintonia com o repertório. Assinado por Karen Araújo, o cenário foi executado por Clissa Cohem. Lulu elogiou também “as três costureiras fabulosas da zona do Porto do Rio de Janeiro”, responsáveis por aquela beleza.