Pacientes do Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, terão um momento de relaxamento e descontração para fugir da rotina, nem sempre agradável, da internação. No próximo sábado (16/9), aqueles que forem selecionados pela equipe de enfermagem vão interagir com cachorros no evento Um Dia de Cão. Implantado há oito anos, o projeto é um sucesso. Viviane Parisotto Marino, coordenadora do Serviço de Medicina Nuclear do hospital, explica como o programa funciona.
Leia Mais
Bar e Museu Clube da Esquina promove festival de gastronomia em setembroJantares e almoços beneficentes foram sucesso no Palácio da LiberdadeMineira Luana Vitra expõe na 35ª Bienal de São PauloAlmoço pretende reunir quem vai ao Viva Brasil no domingo (24/9)Instituto Cultural Filarmônica lança o programa Amigos da Filarmônica 2024Trevo de Ouro Preto e Mariana ganha escultura no sábado (16/9)Água é tema de exposição imersiva em cartaz na Casa Fiat de Cultura, em BHPoeta carioca Elisa Lucinda declara seu amor por Carlos Drummond de AndradeA ideia surgiu após uma leitura recreativa do livro “Ação terapêutica dos cães” e do encontro com o adestrador Lucinei Braga, membro do projeto. Eu já era apaixonada por cães, possuía quatro de raças e tamanhos diferentes.
Como os primeiros pacientes que participaram do projeto, em 2015, receberam a ideia de ter visitantes de quatro patas? Como o programa é recebido hoje?
O primeiro paciente era um jovem cadeirante, que foi atendido no estacionamento do Madre Teresa tamanha a resistência da comunidade hospitalar. Já tínhamos vários pares “humano-cão” cadastrados, mas apenas uma cadelinha vira-lata apareceu, a Beja, resgatada em Araxá depois de experiências desafiadoras. Ela foi a nossa motivação para continuar. Isso resultou na equipe de voluntários extremamente capacitados e competentes, que seguem no projeto com apoio das irmãs do hospital. O primeiro paciente já estava muito motivado, cheio de expectativas, e certamente foi uma boa experiência. O que observamos hoje é o grande desejo de receber visitas e interagir, mesmo quando o paciente não foi selecionado ou autorizado por seu médico.
Ao longo desses oito anos, que momentos marcaram o projeto pela emoção, por um fato inusitado ou por uma curiosidade?
Foram muitos, dos mais singelos aos mais impactantes. Lembro-me do paciente com paralisia do membro superior pós-AVC em fisioterapia sem sucesso, que movimentou o braço acarinhando um cachorro. Lembro-me também da alegria do paciente com paralisia total após um acidente de carro, que dizia não gostar de cachorro, feliz em dividir o leito com o golden que deitou a seu lado, dando um chega pra lá para se ajeitar ali.
Qual é o perfil dos pacientes que são autorizados a receber carinho dos cães? Qual é o critério de seleção dos animais?
Os pacientes, prioritariamente, são os que estão em internação prolongada, que atendem as normas do CDC americano e são liberados por seus médicos e, por fim, que desejem participar desse momento de vida plena, o momento de interação de dois seres vivos. É pura energia!
Longe do hospital, os cães podem ser aliados na recuperação de pacientes recém-chegados em casa?
Sim, podem, e existem projetos específicos em diferentes instituições e locais. É comum no exterior os grandes hospitais terem o seu mascote.
Como é a sua relação pessoal com os cachorros? O que você observa na relação entre o ser humano e os pets?
Sempre gostei de cães. Só pude criá-los após me casar. Tivemos vários. Nos deram alegrias e suas perdas foram sofridas. Fizeram e fazem parte da história de vida. São fiéis, não nos abandonam, estão sempre prontos para nos receber. Quando filhotes, levados; quando velhinhos, nos mostram a nossa própria finitude. Um verdadeiro presente.