Jornal Estado de Minas

A arte terá a função de ajudar as pessoas a serem mais adaptáveis ao novo mundo

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis



Estou vendo muitas previsões de como será o mundo após a pandemia, mas poucos textos sobre como nós gostaríamos que fosse o mundo depois desta dura experiência.

Estou lendo um livro do filósofo chinês Byung-Chul Han, chamado Sociedade da transparência. Ele diz que nenhuma relação será duradoura com transparência total. Cita, ainda, que é a falta de transparência do outro que mantém viva a relação. Simplificando, o ser humano não gosta dessa realidade crua e dura que estamos vivendo. Uma mentira deliciosa é bem mais interessante do que uma verdade amarga.



A citação sobre transparência me lembrou os vários comentários de amigos que estão se afastando das notícias para fugir deste realismo cruel. Ouvi de um grande amigo que as notícias atualmente estão igual novela. Basta ver um capítulo por semana que você se sente atualizado.

O consumo de variados tipos de arte cria uma fuga momentânea da realidade. As letras metafóricas de algumas canções nos dão a sensação de que foram criadas para se encaixar em nossas vidas. É uma forma de se inebriar, se divertir e sair um pouco do mundo real, que neste momento não está sendo fácil.

As Lives dos artistas também cumprem este papel de fuga da realidade repetitiva, na qual acordamos todos os dias e buscamos os números de óbitos e contaminados. Se pelo menos dessem destaque aos números de pessoas que se curaram, aumentaria a nossa sensação que estamos vencendo o inimigo invisível.



A arte terá uma nova função na sociedade. Ajudará as pessoas a serem cada vez mais adaptáveis a este novo mundo agressivo e instável. Ser criativo e se atualizar constantemente passarão a ser itens prioritários em nossas vidas.

Se por um lado estamos identificando um mundo incerto e diferente, vemos valores serem alterados e a vida em sociedade se tornar mais coletiva por uma questão de sobrevivência. Que eu esteja errado e todo o meu pessimismo com o ser humano seja passageiro; e que valores como “menos é mais”, “consumir por consumir saiu de moda” se tornem permanentes neste mundo.

Saiba selecionar aquilo que importa para você. Não se perca neste mar de informações desencontradas que vivemos. Terminando com mais uma frase do meu filósofo chinês: “(...) a Hipercomunicação e a hiperinformação não trazem luz à escuridão”.