Jornal Estado de Minas

DESLOCAMENTO E INTERAÇÃO

Turismo virtual: embala para viagem, por favor?!

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Só para esclarecer, turismo para acontecer de verdade tem que envolver deslocamento e interação, no mínimo. Sem falar das sensações que esta atividade proporciona. Por mais que tenhamos evoluído na prática do turismo, com atrativos estruturados – ok, nem sempre – hotéis com cada vez mais estrutura e serviços, e meios de transporte sempre avançando para chegarmos rápido e em segurança ao nosso destino, o bacana do turismo mesmo são as sensações primitivas que ele proporciona.



Deixar os olhos enxergarem um cenário completamente diferente do que vemos em nosso dia a dia, escutar ruídos que nem sabíamos que existia, ou um silêncio que também não conhecíamos. Experimentar sabores e aromas que ficam para sempre na memória, e sentir texturas estranhas à nossa rotina, transformam as viagens em algo muito além do físico.  Mas em tempos de pandemia, vai bem uma experiência de turismo virtual, ou visita virtual, que acho mais apropriado. Um ensaio ou um aperitivo do que está por vir!

A pandemia do coronavírus desfez muitos planejamentos de viagem e cancelou, adiou ou remarcou sonhos que eram para acontecer em 2020. Porém trouxe também uma enxurrada de criatividade e formas de experimentar destinos, que na verdade se apresentam não como produtos finais, mas como uma bela propaganda do que vamos encontrar, quando já estivermos lá, no destino escolhido.

Aqui na coluna já conversamos um pouco sobre a importância de entender para onde estamos viajando. No texto “Como consumimos nossos destinos históricos” , abordei como deveríamos consumir destinos de forma criativa e interativa. E as experiências virtuais no turismo chegaram justamente para preencher essa lacuna que faltava para a nossa fase de planejamento de viagem. Por isso, certamente saem na frente as empresas que estão antenadas para este tipo de experiência, no estilo “comece em casa e termine in loco”. 

Além das visitas virtuais a museus que estão disponíveis na internet, nasce uma forma guiada de conhecer destinos, roteiros e atrativos. Eu vivenciei uma experiência com o box surpresa “Turistando em Casa” da Go Guidia, que mistura o físico com o virtual, o expositivo com o interativo, e o humano com a máquina. Num passeio pelo triângulo histórico de São Paulo, o guia Laércio nos leva em 12 pontos que contam a história da maior cidade da América Latina. Do lado de cá temos em mãos uma caixa, com diversos envelopes, um para cada local a ser visitado. Dentro de cada envelope uma forma de interagir com destino. Enquanto o Laércio vai contando sobre cada atrativo, vamos interagindo através de mapa de figurinhas, desenhos, montagens e diversos apetrechos que nos envolvem mais com o tema e com a história de São Paulo.





Outra abordagem bacana, é que o projeto ainda envolve outras empresas e até mesmo iniciativas solidárias, como o movimento “SP Invisível”, mostrando também problemas comuns às grandes cidades, e tentando trazer alternativas de apoio. Ou seja, além dos atrativos, é possível conhecer iniciativas que provavelmente estando lá, a gente nem saberia que existem. No fim, fica o gostinho de quero mais. A vontade de entrar na Casa da Ópera, na Catedral da Sé, no Solar da Marquesa de Santos ou andar pelos viadutos do Chá ou Santa Ifigênia com um novo olhar, conhecendo a história dos principais prédios que estão por ali.

As experiências virtuais podem nos abrir um leque de possibilidades nos destinos, e já nos envolver antes mesmo de arrumarmos as malas. Certamente, faz com que possamos chegar com mais conhecimento em locais, que pelo menos nós brasileiros, deveríamos conhecer melhor. Mas que reféns da educação sucateada que tivemos ao longo dos anos, não tivemos a oportunidade nem as tecnologias tão acessíveis como hoje em dia. Portanto, degustar destinos antes visita-los pode ser uma excelente forma de viajar durante a pandemia. 

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