Jornal Estado de Minas

TURISMO E NEGÓCIOS

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Se tem uma coisa que a pandemia e o confinamento fizeram foi fazer as pessoas olharem para dentro. Para dentro de si, para dentro de casa, para a relação com os filhos e parceiros, e para as relações de e com o trabalho.



E nessa, o turismo interno garantiu que também fosse visto. Nunca se falou tanto em turismo interno – acho que muita gente talvez nem conhecesse esse termo – e em viajar de carro pelas redondezas mesmo. Afinal, o bacana era pegar a mala de rodinhas e sair em “airport style” para postar fotos no Instagram.

Por outro lado, nesses muitos anos de gestão do turismo, já vi tantos projetos e preocupação em atrair o turista internacional, que talvez o setor também tenha se esquecido de olhar para dentro. Então agora, temos a faca e o queijo nas mãos!

Nessa hora, muito além do mea culpa, visitantes e visitados podem fazer o turismo no Brasil deslanchar. E o que ganhamos com isso?! Visitantes ganham a oportunidade de conhecer o país em um movimento mais lento e contínuo, não precisando apenas das férias ou feriados prolongados para viajar. Uma escapadinha no final de semana, ou um passeio pelos atrativos turísticos da sua própria cidade, são alternativas excelentes para começar a desvendar esse nosso país. Sem falar na grande contribuição econômica que darão ao país e ao setor, pois assim nossas divisas irão circular por aqui mesmo.

Já os visitados nunca tiveram tantos holofotes voltados para si. E agora é a hora de os destinos mostrarem duas coisas essenciais para entrarem como escolha dos visitantes: competência e competitividade.

Competência para fazer um turismo organizado, considerando a famosa tríade: o que fazer, onde ficar e onde comer. Mesmo sabendo que por trás dela tem muito trabalho envolvido que não aparece. E se ainda puder dar um bônus de excelência no “como chegar”, parabéns! Mas isso levaria mais tempo e mais recursos públicos. Afinal estamos falando de facilitar o acesso viário nesta extensa e péssima malha rodoviária que temos. E o pouco – para não dizer nenhum – investimento em outros meios de transporte terrestre, como os trens, por exemplo.



E ainda: jamais esquecer que vivemos o novo normal, então as regras de biossegurança são avaliadas o tempo todo. Até por quem não as cumpre. De qualquer maneira destinos turísticos competentes serão percebidos.

O próximo passo, é a competitividade. Ou seja, quando se escolhe as opções da tríade mencionada acima, é hora de bater o martelo. E aqueles destinos que conseguem oferecer o melhor custo x benefício dentro do seu nicho ou segmentação, certamente estarão bem cotados pelos visitantes.

Entretanto, é preciso que o setor tenha atenção. O mês de setembro já apresentou recuperação das vendas de viagens, e segundo levantamento da Braztoa (Associação Brasileira de Operadoras de Turismo), os destinos de praia ainda são os preferidos para os brasileiros. Destacam-se nas buscas o nordeste do país e Cancún, no México.



Portanto, é importante criar alternativas atraentes para quem vai passear pelo país, e também é importante saber valorizar que perto da gente também tem muita coisa boa para se fazer. 

Apesar de sabermos que os mais de 7 mil quilômetros de litoral que nosso país possui são extremamente atraentes, já é hora de rumar Brasil adentro. E conhecer parques nacionais e estaduais, cachoeiras, cultura, gastronomia, manifestações culturais e mais uma infinidade de atratividades.

Falta muita estrutura e planejamento?! Sim, falta! Quando a gente viaja para um lugar legal, lá no fundo vem em nossa mente: "Nossa, na minha cidade dava para fazer isso! Talvez até melhor!"

E assim temos tratado nosso turismo nas últimas décadas. O que já está prontinho é consumido. A qualquer custo, diga-se de passagem. O que não está fica na eterna peleja: o destino não investe porque ainda não tem turista, e o turista não vai porque ainda não tem estrutura. Espero que 2020 tenha vindo para nos ensinar como fazer isso melhor.

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