Jornal Estado de Minas

Turismo Cultural: como vai ser a partir de agora?!

Semana passada falei aqui sobre um segmento que está em alta no turismo em tempos de pandemia, o cicloturismo. Todo mundo tem acompanhando o crescimento do turismo ao ar livre. Porém, o turismo cultural vem tentando também se recuperar, ainda que mais lentamente. É provável que esta lentidão aconteça pelo perfil do segmento, que normalmente acontece em locais fechados, como museus e casas de espetáculo, por exemplo.





Outro motivo que acaba castigando mais o segmento, é que o turismo cultural, ao contrário do que muitos pensam, não é estático. Não é apenas sobre parar em frente à uma obra de arte e ficar ali admirando. Turismo cultural tem a ver com intercâmbio. Intercâmbio de pessoas, de culturas, de fazeres e tantos mais. Tem a ver com o despertar dos sentidos: do toque, dos aromas, da visão e audição, dos sabores e também daquele sexto que fica escondidinho, mas que vez ou outra dá as caras.

E diante deste cenário tenho acompanhado o setor se movimentar, inovando nas experiências, não só para garantir a segurança das pessoas, como também para acompanhar essa evolução urgente que estamos vivendo. Esse confinamento que nos colocou nesse paradoxo de estudar mais, trabalhar mais, estar mais atentos às tecnologias, inovar mais e ao mesmo tempo nos sentir meio inertes. E eu tenho certeza que há muita gente da cultura lendo esse cenário e preparando experiências incríveis para todos nós.

Em Belo Horizonte, por exemplo, os equipamentos culturais estão reabrindo cheios de protocolos e planejamento, e ainda continuam garantindo as visitas virtuais para dar aquela vontade de ir lá ver de perto. O Circuito Liberdade, vem chegando bem mineiramente, mas de roupa nova, cheio de novidades e entrelinhas a serem descobertas. Pelo que tenho visto, as experiências irão muito além de dar uma voltinha na Praça da Liberdade e entrar nos museus, que são incríveis, diga-se de passagem. E pelo jeito, o retorno já começa a aparecer, pois a capital mineira está na lista de destinos turísticos tendência para 2021.





Falando de turismo cultural espalhado pelo Brasil e pelo mundo, você sabe quais são os patrimônios da humanidade declarados pela Unesco?! No Brasil são 14! O centro histórico de Ouro Preto em Minas Gerais, o centro histórico de Olinda em Pernambuco, as ruinas de São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul, o centro histórico de Salvador na Bahia, o Santuário de Bom Jesus do Matosinhos na cidade de Congonhas em Minas Gerais, Brasília no Distrito Federal, o Parque Nacional da Serra da Capivara no Piauí, o centro histórico de São Luís no Maranhão, o centro histórico de Diamantina também em Minas Gerais, o centro histórico da Cidade Goiás no estado de mesmo nome, a Praça São Francisco na cidade sergipana de São Cristóvão, as paisagens cariocas da cidade maravilhosa (RJ), o complexo da Pampulha em Belo Horizonte, e o mais recente tombamento foi o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro. Então não dá pra falar que por aqui não tem opções de turismo cultural, não é?! Afinal, esses são apenas os tombados pela Unesco. Não estão nesta lista os tombamentos federais e estaduais!

E para não falar que sou bairrista, você sabe quais as cidades com maior quantidade patrimônio turístico cultural espalhados pelo mundo?! Esta é uma lista quantitativa produzida pelo Totally Money, que apresenta um ranking das 10 cidades com maior número de teatros, museus, galerias, salas de shows, patrimônios da humanidade e restaurantes estrelados pelo Guia Michelin e os relaciona com a população, turistas estrangeiros e os gastos que realizam.

 Confira:

1. Amsterdã
2. Dublin
3. Praga
4. Miami
5. Paris
6. Barcelona
7. Milão
8. Roma
9. Viena 
10. Londres


Juntas, elas oferecem uma oferta cultural de cair de queixo: 1.818 teatros, 1.024 museus, 652 galerias de arte, 18 locais patrimônio da humanidade, 59 salas de shows e 287 restaurantes do Guia Michelin.  

Portanto, o turismo cultural merece o total apoio da população. Afinal de contas, ele conta a nossa história. Já falei por aqui que, se em um momento somos os visitantes, em outro somos os visitados. É o intercâmbio que mais do que nunca precisamos realizar, lembra?!
 

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