Jornal Estado de Minas

ISABELLA RICCI

Turismo: relevantes atrativos precisam de expressivos investimentos

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Não é raro em museus renomados mundialmente encontrarmos uma caixinha de doações logo na entrada. Em alguns na Europa, por exemplo, é possível ver através das caixas transparentes de acrílico quantias consideráveis. É o valor que muitos visitantes dão a estas estruturas que contam histórias, antigas ou recentes. E valor é algo bem diferente de preço, afinal nem sempre é possível atribuir preço a coisas muito valorosas.




 
Entretanto, nem sempre dá para manter esses importantes atrativos apenas com doações. Na verdade, quase nunca dá. Para manter a história viva e atrativa o suficiente para ser visitada é necessária uma boa quantidade de investimentos: em aparatos, manutenção e pessoas. Temos em Minas Gerais, bem pertinho de Belo Horizonte uma dessas histórias, que mistura a história de quatro irmãos, a paixão pela arquitetura como elemento artístico e o esforço para manter vivo não só o acervo, mas todo um contexto que transformou em miniaturas importantes edificações que contam a história do Brasil. É o Museu das reduções que atualmente está instalado em Cachoeira do Campo, distrito da histórica Ouro Preto.
 
Voltando no tempo, mais especificamente há 43 anos, os 4 irmãos Vilhena – Ênnio, Décio, Evangelina e Sylvia, já aposentados, rodaram o Brasil munidos de um sonho e muita técnica para reproduzir a miniatura de 29 importantes edificações que contam a história do nosso país. E assim foi. Percorreram 24 municípios espalhados por 15 estados brasileiros. E o que torna este acervo tão especial? É que não são simples maquetes.
 
Cada reprodução foi feita em escala utilizando exatamente os mesmos materiais utilizados nas edificações originais. Desta forma, foram confeccionados lampiões, grades, sinos, portões, balaústres, treliças, comportas metálicas, janelas, portas, colunas em cantaria, engradamentos, telhas de barro, de amianto, de zinco, entre outros elementos esculpidos manualmente para compor as edificações e fachadas de alvenaria, criadas e pintadas nas cores originais. A riqueza de detalhes e a fidelidade aos prédios reproduzidos impressionam profissionais e amantes da arquitetura, design e história.




 
Após quase 5 anos fechado, por falta de investimentos condizentes com a importância do acervo, finalmente o Museu das Reduções foi reaberto em uma localização privilegiada. Seguindo a tendência cada vez mais palpável de associar esforços e empreendedores competentes comprometidos com uma entrega de qualidade, o novo espaço com o antigo e impecável acervo está agora localizado no caminho de Belo
Horizonte para Ouro Preto, no Espaço Vivenda, em Cachoeira do Campo. Por lá, além do museu, o visitante pode estacionar tranquilamente, experimentar um pouco da gastronomia mineira com restaurante e lanchonete e ainda garantir as lembrancinhas com o rico artesanato que é possível encontrar no distrito.
 
Para os turistas de plantão, fica a dica de passeio imperdível. Para gestores municipais e estaduais de todo esse Brasil, fica o anseio por um olhar mais atento à nossa cultura e aos nossos artistas. Para os empresários, fica o exemplo de que mesmo na crise, é possível empreender com criatividade e associativismo. Ou seja, como já falei diversas vezes por aqui e em todo canto, o turismo é uma atividade dinâmica e se cada um faz sua parte, ele é sim sustentável em sua essência.

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