Jornal Estado de Minas

TURISMO E NEGÓCIOS

Turismo de vacina: você estaria disposto a investir?

Ao ler este título, você leitor, está provavelmente em busca basicamente de onde e quanto custa esta experiência, nesta “nova” modalidade de viagens. Claro que vou abordar um pouco sobre quais destinos já começaram a praticar o tal turismo de vacina, mas te convido aqui a uma reflexão mais profunda sobre como as viagens tem um forte impacto em nossas vidas, como determina certos comportamentos e mais, como a segmentação é estratégica, tanto na gestão de destinos turísticos quanto na decisão de viagens por parte do turista.



Já falei sobre segmentação turística no meu blog, no texto “Segmentação Turística: o que é e porque é tão importante”. Mas em resumo a segmentação é uma forma de explorar o turismo pelo viés do que motiva as pessoas a viajarem. Ou seja, um destino turístico ou empreendimento se posiciona de forma entrar na lista de desejos dos turistas de uma maneira pontual.


A segmentação passa tanto pela vocação do destino, como pelo investimento disponível para o estímulo à atividade turística. E em casos específicos, como o do tema da nossa coluna de hoje, pelo senso de oportunidade. Já abordei o tema turismo e vacina por aqui, há algumas semanas, no texto 'Vacina e viagem: efeitos políticos e econômicos que influenciam o turismo'. 

Entretanto, alguns destinos, já bem posicionados em outros segmentos, encontraram na vacina contra a COVID-19 uma forma de estimular a visitação turística, aliando seus atrativos turísticos à esperança da não contaminação e garantia de saúde. Não entrar nas estatísticas mundiais da pandemia é atualmente o elemento mais cobiçado do mundo. Saúde virou luxo (ou sempre foi?!), e como já sabemos historicamente, este é um artigo disponível em abundância apenas aos mais abastados. E nesse encontro do santo com o andor, podemos assistir aos endinheirados ávidos pela vacina e pelas aglomerações se encontrando com a oportunidade não apenas de viajar, mas de encontrar o pote de ouro no fim do arco íris. Só que dessa vez o ouro vem forma de seringa, e não engorda nossa conta bancária, mas invade nosso corpo de imunidade





Obviamente que existe a discussão moral, sobre o “turismo de vacina”, mas a verdade é que sempre aconteceu. Tudo aquilo que de alguma forma motiva as pessoas a viajarem, recebe o batismo de turismo de qualquer coisa. Por isso, para saber aproveitar as oportunidades que o turismo gera, seja para quem produz ou para quem consome a atividade, é importante a busca pelo profissionalismo na atuação. Só assim é possível trabalhar o turismo como oportunidade e não oportunismo. 

Para os que querem se planejar para uma viagem de vacina, é bom saber que os valores transitam entre R$ 18 mil e podem chegar a R$ 50 mil, por pessoa. Afinal a prática do turismo tem a ver não só com a motivação, mas essencialmente com a disponibilidade financeira do viajante. Os Estados Unidos tem sido o destino mais comum para os brasileiros, especialmente no estado da Flórida. Os pacotes geralmente incluem uma parada para quarentena de 15 dias no México, Costa Rica ou República Dominicana e em seguida para os Estados Unidos, já com a data da vacinação marcada. Quem quiser visitar o castelo do Conde Drácula, na Romênia, pode ir e trocar a mordida do vampiro pela picada da vacina. Já o prefeito de Nova York anunciou que a vacina aos turistas seria realizada em plena Times Square e Central Park, com o objetivo de incentivar o turismo.

Neste salve-se quem puder, onde quem tem mais passa na frente, quem de nós pode atirar a primeira pedra?! Afinal todos nós do reino animal temos como instinto a sobrevivência. E se a sobrevivência passar por dias de quarentena em um resort em Cancun e finalizar com a imunização e uma tarde de compras em Nova York, quem não se arriscaria, não é?! 

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