O recente fato protagonizado vergonhosamente pelo deputado Arthur do Val, em viagem para a Ucrânia, levantou novamente o termo “turismo sexual”. Em áudios vazados, ele se refere às mulheres ucranianas de maneira vulgar, considerando voltar lá no ano que vem para fazer o que em situação de guerra ele não teve como fazer. É preciso entender que nem tudo é turismo, como as pessoas teimam em acreditar.
Qualquer motivo, por mais bizarro ou asqueroso que seja, se transforma em turismo de alguma coisa. Porém, é preciso ficar claro que, o termo “turismo sexual” deve ser abolido do vocabulário mundial, em qualquer idioma. Turismo sexual não existe! O que existe é exploração sexual e nada tem a ver com a atividade turística.
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Não cabe essa terminologia para nominar o que o tal deputado pretendia fazer. O que ele pretendia fazer (ou pretende, sem ser descoberto) é exploração sexual. É inaceitável tratarmos isso como turismo. Apesar da amplitude da definição da OMT sobre o que é turismo, não se pode achar que, qualquer deslocamento, qualquer hospedagem e qualquer programa pode ser tratado puramente como turismo. E ainda, quando atribuímos o termo turismo a um crime, que é a exploração sexual, este crime automaticamente fica menos grave. Afinal, turismo é considerada uma atividade de lazer e prazerosa.
Se adicionado a isso ainda temos mulheres em situação de vulnerabilidade, seja ela financeira, já que segundo Arthur do Val elas “são fáceis porque são pobres” ou emocional porque “são supersimpáticas e super gente boa” em uma situação de guerra, o que gente do tipo dele faz é ainda mais grave. Aliás, o mais grave não é o que ele fez (porque por sorte não chegou a acontecer), mas quem ele é. Acabou deixando à mostra uma parte obscura do seu caráter que mostrou realmente quem são tipos de pessoa como ele, que têm a cara de pau de se autodenominar turistas.
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