Jornal Estado de Minas

TURISMO

São Miguel do Gostoso: experiência, gastronomia e hospitalidade

O turismo tem lá suas subjetividades, afinal, apesar de ser sim uma atividade
econômica vai lá no nosso emocional. Toca em sentimentos e emoções que muitas
vezes quem está recebendo o turista nem faz ideia. Por isso, viagem é o tipo de coisa
que cada um tem que fazer a sua. Por mais que eu escreva, ou que você leia e assista a tudo que encontrar sobre um determinado destino, restaurante ou hotel, não adianta.



No final das contas a experiência é só sua. Porque o enxoval que me traz alguma sensação, para você é só conforto. E o aroma daquele cafezinho, que para mim é só um café gostoso, para você pode acender uma lembrança da infância.

E como essa série tem mostrado, São Miguel do Gostoso, no litoral norte do Rio Grande do Norte, é um exemplo de experiência turística, com ótima gastronomia e hospitalidade de impressionar até os mineiros. Por isso, as experiências que mexem com o sensorial são tão singulares.

Foi o que aconteceu comigo em São Miguel do Gostoso e Maracajaú. Alguns locais, fazem isso com muita naturalidade (e profissionalismo) por lá. Claro que a natureza nos rodeando ajuda, e muito. Afinal, acordar às 5h15 da manhã, com o sol já brilhando, barulhinho das ondas do mar ao fundo e ver a linha do horizonte, facilita a experiência. Isso é um fato!

Mas se você, além disso, ainda acorda numa cama gostosa, se sentindo uma rainha (ou rei), abre a porta e dá de cara com uma rede, uma mesinha de dois lugares charmosa, uma piscina privativa com cascata e quando levanta só um pouquinho o olhar dá de cara com o mar. Nossa! É respirar fundo e sentir a “vibe”. Esse é o impacto de acordar na 
Pousada Spa dos Amores.





E não é só isso! Com relativamente poucos bangalôs no espaço, a sensação é de exclusividade. Com poucos passos já é possível sentir o aroma do cafezinho. Aí a gente senta e fica olhando para o nada (ou tudo) só se desconectando do resto do mundo.

Frutas, pãezinhos quentinhos feitos por lá mesmo e uma conversa boa, completam o clima de “ai que vontade de não ir embora daqui”. E na Pousada Spa dos Amores, ainda tem um projeto super bacana, que é o “Céu e Mar - Escola de Hotelaria e Artes”.

Um projeto que não é megalomaníaco, mas que faz a sua parte social. O objetivo é
qualificar jovens para o exercício da pintura e do desenho. Exercitar o pensar criativo é um baita estímulo para crianças e jovens, pois se não tiver retorno financeiro ali, cria-se pelo menos (o que é muito) um pensar crítico, estimula a criatividade e torna uma geração totalmente tecnológica e digital mais observadora e reflexiva. E quem sabe quando você for lá já não compra uma obra de um pequeno futuro artista, hein?!

Outra experiência que pode-se encher a boca para dizer que foi (ou que vai) é o
gastrolar Jangadeiro. O conceito de gastrolar é uma experiência gastronômica que
acontece dentro do lar. Mas aviso que lá vai além.



O pai do Carlos era o artista Alberto Ferreira, que entre muitas fotografias históricas, fotografou o famoso gol de bicicleta do Pelé. Agora, me diga, se algum dia na vida, você imaginaria entrar em uma casa de muro azul, no interior do Rio Grande do Norte e dar de cara com uma sala que apresenta fotos históricas, como essa e tantas outras, como registros da construção de Brasília.

E mais, o filho do fotógrafo te apresenta as obras, conta a história do artista, do homem e do pai, Alberto Ferreira, que se mistura com a história dos próprios filhos. Não tem um fio do seu corpo que não vai arrepiar. Mas para saber a história completa, tem que ir lá. É aquele negócio da subjetividade do turismo e da emoção, que cada um tem a sua memória, lembra?!

Do lado de fora casa, no “quintal” você dá 10 passos e já está com o pé na areia, de
frente para o mar. Mas o pé na areia é com muito conforto e exclusividade. O gastrolar Jangadeiro atende a no máximo 32 pessoas simultaneamente, e a experiência é bem no movimento slow food. Por isso, a experiência por lá só acontece com reserva prévia. Os pratos são super gourmet, mas com ingredientes locais.

Preparados pelo Carlos e sua esposa, os insumos são de produtores locais, bem como a mão de obra empregada por lá. O menu é secreto, e a cada chegada de prato uma surpresa que estimula não só o paladar, mas quase todos os sentidos. Atendendo a apenas 32 pessoas simultaneamente, o gastrolar Jangadeiro é um exemplo de bom
gosto, senso de comunidade e sustentabilidade – ambiental, social e econômica. E a
proposta é tão boa, que serão 6 casas no Nordeste, que já estamos ansiosos para
conhecer!

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