BOMBA DO JAECI

Cruzeiro errou ao demitir Ceni

Com a decisão, Raposa continua como forte candidata a cair para Segunda Divisão do Brasileiro

Jaeci Carvalho


Recebi milhares de mensagens nas minhas redes sociais de torcedores cruzeirenses indignados com a demissão de Rogério Ceni e a permanência da diretoria, acusada de corrupção e lavagem de dinheiro.
Os internautas diziam querer encontrar o ex-técnico, que ficou 46 dias no cargo, e pedir desculpas a ele. O Cruzeiro está com a receita certa para cair para a Segundona, pois as equipes que já estiveram lá contrataram três técnicos na temporada, a diretoria não se entendia e os torcedores estavam revoltados. No Z-4, já há algum tempo, o time azul está sem respaldo junto à sociedade, mercado financeiro, já que ninguém empresta dinheiro ao clube, numa situação que jamais viveu. Frequentar as páginas policiais virou rotina para o Cruzeiro, e o torcedor não vê a hora de esse pesadelo acabar.
 
Em 46 dias no Cruzeiro, Rogério Ceni custou cerca de R$ 3,5 milhões ao clube - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Prejuízo

Segundo uma fonte, Rogério Ceni ganhava R$ 690 mil mensais. Ficou 1 mês e meio no cargo. O Cruzeiro pagou a multa de R$ 1 milhão ao Fortaleza para tirá-lo de lá. R$ 1,8 milhão de multa pela demissão dele agora.
O custo total de Ceni, em 46 dias, foi de R$ 3,490 milhões. O que corresponde a um salário de R$ 75.869 por dia. Isso quebra qualquer clube no Brasil.

Thiago Neves

Pivô da demissão de Ceni, por ter ficado no banco no jogo contra o Ceará e ter sido apoiado por alguns jogadores experientes e que “mandam” no clube, Thiago Neves é um jogador que ganha uma fortuna e jamais justificou o alto salário. Em quatro anos de clube, fez algumas raras boas partidas, mas se manteve graças aos dois títulos da Copa do Brasil, que, na verdade, o Cruzeiro deve a Fábio, com defesas impossíveis, principalmente nas penalidades. Neves é odiado pela torcida, que jamais o aceitou pelo seu comportamento dentro e fora de campo. Os torcedores têm criticado, além dele, o atacante Fred, Ariel Cabral, Edílson e outros reforços, contratados a peso de ouro, que não deram resultado. A expectativa é de que uma barca seja feita no fim do ano, mas não há dinheiro para indenizações de possíveis contratos suspensos.

Candidato de consenso

Existe um candidato que seria de consenso e poderia assumir o clube, caso a diretoria renuncie. Aquiles Diniz, banqueiro, rico e independente, conselheiro nato há 35 anos. Ele era o candidato para a eleição anterior, mas só aceitava se não houvesse oposição. Como Wagner Pires se candidatou, Aquiles não aceitou ser candidato e tirou o time de campo. Sua família também não queria que assumisse. Uma fonte me revelou que se ele for chamado – e é sabido que várias pessoas influentes do clube já ligaram para ele –, poderia, sim, assumir. Mas desde que saíssem todos os atuais dirigentes, investigados pela polícia e pelo Ministério Público.
A dívida de mais de R$ 500 milhões não seria problema, pois, como banqueiro e gestor, ele saberia negociá-la, sem prejuízo para o clube. Resta saber se Aquiles deixaria a tranquilidade de sua vida para encarar essa missão. Cruzeirense apaixonado ele é, assim como seu filho Leo, mas para dirigir o clube muita coisa teria que mudar.

Sem dinheiro e sem caneco

Um pênalti infantil, cometido pelo volante Elias, tirou do Atlético a possibilidade de ganhar R$ 16 milhões, caso fosse campeão da Copa Sul-Americana, e a possibilidade de voltar à fase de grupos da Libertadores em 2020. Um prejuízo incalculável. O Galo jogava bem, tinha 2 a 0 a seu favor, quando, de forma displicente, em jogada que não resultaria em nada, o volante cometeu a penalidade. Com o 2 a 1, o time argentino do Colón eliminou o Atlético nas penalidades. O cargo do técnico Rodrigo Santana está questionado, mas ele garante confiar no diretor de futebol, Rui Costa. O Atlético preocupa-se, agora, apenas com o Brasileirão. Está parado na décima posição, com 27 pontos e 6 derrotas consecutivas. Mais um tropeço e será o fim da linha para Santana, mesmo com a diretoria garantindo-o no cargo.
Cuca e Felipão são os nomes cotados.

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