BOMBA DO JAECI

A briga infantil entre Lásaro e Perrella

Dirigentes de Atlético e Cruzeiro deveriam estar se preocupando com a situação complicada dos clubes e planejando a próxima temporada

Jaeci Carvalho
O vice-presidente do Atlético, Lásaro Cunha, e o gestor do futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella - Foto: Fotos: Gladyston Rodrigues e Juarez Rodrigues/EM/D.A Press


O tiro cruzado entre o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cunha (E), e o homem-forte do futebol do Cruzeiro, Zezé Perrella, é apenas mais um ingrediente de um clássico ridículo que teremos amanhã, no Mineirão. Sim, pois desde 2011, quando o Galo teve a chance de rebaixar a Raposa e tomou de 6 a 1, Cruzeiro e Atlético fazem um clássico sem prestígio e qualidade. O Galo praticamente escapou da queda ao derrotar o Goiás. O Cruzeiro continua penando, pois os resultados do meio de semana foram péssimos para ele. O torcedor vai comparecer muito mais para dar uma força do que para ver um grande espetáculo. O ano para o futebol mineiro é bisonho e só poderia terminar assim, com acusações e discussões sem propósito, que não levarão nenhum clube a lugar algum. Eles deveriam é estar pensando em reformulação para a próxima temporada, sob o risco de continuarmos a ser chacotas nacionais.

O Fla é melhor
Ex-volante de Cruzeiro e Flamengo, o chileno Maldonado disse que “o Flamengo de hoje é bem melhor que o Cruzeiro da Tríplice Coroa de 2003”, time do qual ele fazia parte. Maldonado elogia o atual grupo do Flamengo pela qualidade da maioria dos jogadores, em nível de Seleção, e, é claro, pelo dinheiro gasto com eles.
Não gosto de comparar épocas. Cada time tem o seu valor. Hoje o momento é do Flamengo, como em 2003 foi do Cruzeiro. Vale lembrar que o Cruzeiro ganhou a Tríplice Coroa com Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão. O Flamengo poderá ganhar com Brasileiro, Libertadores e Mundial Interclubes. O peso será bem maior. Mesmo tendo sido campeão carioca, o rubro-negro pretende dispensar esse título e não contar como uma “quádrupla coroa”.

Bola fora
Quando o São Paulo contratou Daniel Alves, pagando a ele R$ 1,5 milhão mensais, eu avisei que era um erro, pois o futebol brasileiro não permite que se pague essa fortuna a um jogador, principalmente, de 36 anos e lateral-direito, metido a jogar no meio campo. A conta chegou, Daniel Alves não está jogando nada e o São Paulo em apuros para pagar os salários. Supervalorizaram um lateral que jamais jogou bem na Seleção e que nada ganhou, exceto uma Copa América, medíocre, na qual o Brasil empatou com Venezuela e Paraguai. O torcedor brasileiro tem que aprender a analisar futebol de forma diferente e parar de valorizar ex-jogadores em atividade. Daniel Alves não tinha mais mercado na Europa e mentiu ao dizer que recusou o Barcelona para jogar no São Paulo. Foi mandado embora do PSG e aportou no tricolor paulista ganhando essa fortuna. Por atitudes irresponsáveis como essa, os clubes brasileiros estão de pires na mão.

Trégua 45
A torcida do Galo deu uma trégua ao time e à diretoria, evitando vaiar e apoiando para que o clube chegue logo aos 45 pontos e não corra nenhum risco de rebaixamento.
Depois que isso acontecer, promete uma manifestação gigantesca para pedir a saída do diretor de futebol, Rui Costa, e sua trupe, além de uma barca gigante, com ex-jogadores em atividade. No momento mais decisivo e marcante, quem está salvando o time são os garotos da base, como fizeram Marquinhos e Bruninho na quarta-feira, contra o Goiás, quando marcaram os gols da vitória alvinegra. A diretoria precisa entender que não vale a pena pagar fortunas a medalhões que vivem no DM, no banco ou que nem sequer são relacionados. Nem tampouco a jogadores fracos, que são titulares. A conta chegou e ela é dolorosa. O Galo não pode ter uma folha salarial pagando fortunas a jogadores comuns e sem condição de vestir a camisa alvinegra.
 
 
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