Vale lembrar que nas décadas de 1960, 1970 e começo da década de 1980, os torcedores gostavam mais dos estaduais em detrimento do Brasileirão, mas os tempos mudaram e a realidade hoje é nua e crua. Os times do interior são de aluguel e não revelam mais ninguém. Os times da capital gastam dinheiro, tempo, correm riscos de ter jogadores machucados e técnicos demitidos em prol de uma competição que não dás mais. E não me venham dizer que o Campeonato Paulista é atraente, porque não é. A média de público lá, há pouco tempo, era de 4 mil pagantes por jogo. Com folhas salariais absurdas , os clubes brasileiros têm prejuízos gigantescos no começo da temporada. A TV, dona dos direitos, compra alguns campeonatos somente pelo institucional, pois sabe que não há retorno financeiro e de público.
Lembro quando o Galo caiu. Meus amigos iam para os bares de BH às terças, sextas e sábados para ver o time jogar . E quando a partida era em casa, o estádio lotava. Foi assim com Corinthians, Inter, Grêmio, Vasco, Fluminense, Botafogo, Palmeiras e outros. Flamengo, Santos e São Paulo jamais caíram. Estão ilesos. Mas, vale lembrar, que um dia poderão cair. Na Itália, exceto a Inter de Milão, todos os grandes e poderosos já caíram. Mas o torcedor acha a Segundona a morte.
E que o Ministério Público e a Polícia Civil deem um parecer sobre as acusações ao ex-presidente, Wagner Pires de Sá, seus diretores e vice-presidente de futebol. São culpados ou inocentes? Serão condenados e devolverão o que, supostamente, roubaram? Segundo o MP, as investigações estão bem adiantadas e o torcedor terá novidades nos próximos dias.
O Cruzeiro, segundo o conselho gestor, virou terra arrasada, com dívida na casa de R$ 1 bilhão , sem dinheiro e orçamento para pagar salários atrasados e outras pendências mais. Entretanto, sempre digo: é o Cruzeiro, um gigante do cenário nacional e internacional, e terá que se reinventar. A instituição é maior que todos os dirigentes que por lá passaram ou que lá estão. Só acho que uma eleição agora faria muito bem ao clube e o poria no trilho certo. Sérgio Rodrigues, advogado brilhante e correto, é um excelente nome.
Cabe ao clube entender essa urgência, essa necessidade, para se repaginar o mais rapidamente possível. Quanto ao jogo de hoje, não tenho muito a comentar. É apenas uma partida sem apelo, sem emoção, que não vai representar nada na vida do Cruzeiro . Aliás, para ele e Atlético, ganhar a taça do Mineiro é só mais uma para a coleção. Os torcedores nem sacaneiam uns aos outros quando ganham, tamanha a inexpressividade da competição. Essa é a mais pura verdade, que muita gente não quer enxergar.