O Atlético vive um processo de renovação, com um técnico moderno e competente, Rafael Dudamel, que fez o milagre de fazer a Seleção Venezuelana crescer. Está renovando o time com garotos da base e algumas contratações pontuais. Porém, precisa resolver, urgente, a situação de Ricardo Oliveira. O jogador tem história e currículo, mas, aos 39 anos, não dá mais para atuar numa equipe de ponta do futebol brasileiro. É ruim até para ele mesmo, e constrangedor. Quando entra em campo, a gente percebe o esforço, mas o corpo não obedece mais o comando do cérebro. E, cá pra nós, não deve ser um jogador barato. O Atlético aposentou Leonardo Silva, capitão, fundamental na conquista da Libertadores em 2013, e deveria fazer o mesmo com Ricardo Oliveira. Ou liberá-lo para buscar espaço em outro clube. Esse garoto Di Santo me agrada muito. Centroavante moderno, de qualidade, que se movimenta e sabe fazer gols. É preciso dar a ele a 9, mais confiança e crédito. O Galo precisa resolver também a situação de Cazares. Não vejo um camisa 10 mais técnico e com a qualidade que ele tem. Resta saber se ele estará comprometido com os companheiros e o técnico. Por enquanto, as especulações dão conta de uma possível saída, mas eu o chamaria para uma conversa de pé de ouvido e o convenceria a ficar. Ou alguém aponta, no mercado atual, um 10 melhor que ele, e barato? Quanto a Diego Tardelli, também tem história no clube, vencedor, artilheiro e tem identificação com a torcida. Mas é um jogador caro e veterano, que não deu certo no Grêmio. Na atual política do clube, é inviável uma contratação assim.
Tite pode atrapalhar
O técnico da Seleção Brasileira promete ir à Colômbia se encontrar com André Jardine e a garotada do Pré-Olímpico. Esse é meu medo. Tudo está indo tão bem e temo que Tite estrague o ambiente e o esquema tático, caso dê palpite no que de certo existe lá. O treinador cuida muito mal da Seleção principal e agora quer dar pitacos no time que busca uma das duas vagas na Olimpíada de Tóquio. A Seleção Brasileira tem dado vexame nas mãos de Tite, que, mesmo com a conquista da Copa América, apresentou futebol de quinta categoria. Vários jogadores, reservas em suas equipes, são titulares com Tite, caso de Gabriel Jesus, eterno reserva de Agüero. O argentino, sim, é fora de série, e o técnico do City, Pep Guardiola, já disse que nem imagina Jesus como titular, pois Agüero é um fenômeno, uma máquina de fazer gols. As Eliminatórias começam em março. Felizmente, a tabela privilegia o Brasil, que estreará contra a Bolívia, no Nordeste. Três pontos garantidos, mais pela fragilidade do adversário do que pelos méritos de Tite e sua confraria.
Negócio da China
Com o dinheiro da venda de Gabigol, a Inter de Milão contratou o dinamarquês Eriksen, que pertencia ao Tottenham. Um baita jogador. Os italianos deram um chapéu histórico no Flamengo, pois Gabigol é aquele que fez apenas um gol em sua passagem pela Europa, e que fracassou, tanto na Itália quanto em Portugal. No Brasil, contra defensores fracos, ele deita e rola. Foi o artilheiro da temporada no Brasil, mas não despertou o interesse de nenhum clube europeu, nem os médios. Se ele fosse tudo isso, teria sido disputado no mercado. Isso mostra os equívocos do futebol brasileiro, onde jogadores comuns ganham fortunas. Gabigol é um bom empurrador de bola para o gol, principalmente quando o goleiro está batido. Particularmente, o acho bem comum. Se o Flamengo tivesse contratado Eriksen, teria feito melhor negócio. Porém, para os jogos contra times brasileiros, dá para o gasto com Gabigol, que teve sorte, muita sorte, na final da Libertadores, quando o zagueiro Pinola, que fez uma partida gigante, falhou no final do jogo. Aqueles dois gols, com certeza, pesaram para a contratação do ex-jogador santista. O desejo da torcida e do técnico Jorge Jesus em manter Gabigol está realizado. Eu, como flamenguista, prefiro um centroavante técnico e goleador, como Suárez, do Barcelona.