Jornal Estado de Minas

Com saída anunciada, Cazares joga fora chance de ouro no Galo

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Foi legal rever as grandes decisões dos últimos tempos na TV Globo. Imagino os atleticanos revendo a decisão da Libertadores de 2013, no Mineirão. O cruzeirense revendo a decisão de 1997, também no Mineirão, com aquele gol épico de Elivélton. Eu, como flamenguista confesso, revi a decisão mais recente: Flamengo 2 a 1 no River Plate, com aqueles dois gols de Gabriel Jesus, como diriam os narradores antigos, “no apagar das luzes”. Que saudades do futebol bem jogado, dos craques como R10, que foi a alma daquele time do Galo em 2013. Porém, é preciso preservar as vidas, e o esporte bretão voltará, com certeza, na hora em que estivermos todos seguros e livres do coronavírus, esse inimigo invisível e mortal. Vamos torcer para que o Brasil consiga superar essa adversidade com o menor número de mortos e de contaminados. Não vou pedir a ninguém para ficar em casa, pois tenho recebido mensagens de gente que está passando fome. Porém, aqueles que têm que sair para trabalhar, que usem máscaras, se protejam e cuidem dos seus familiares e do outro. Ainda não há vacina, embora aqui nos Estados Unidos alguns tenham sido testados com resultados satisfatórios. Vamos agora para a fase 2, com mais testes e conclusões. Se Deus quiser, vai dar certo, e logo voltaremos perto do normal, pois o que era antes jamais será. Espero mesmo que as pessoas mudem para melhor depois desse isolamento social e das reflexões.


 
O Corinthians estaria interessado em Cazares, que recebeu elogios do presidente Andrés Sanchez. Nunca neguei minha admiração pelo equatoriano. Joga muito, tem qualidade, é fino e liso. Tem visão de jogo, dribla e chuta bem. O problema não são as qualidades dele e, sim, o defeito de parecer não querer jogar a bola que tem. Cazares é, sem dúvida alguma, o único camisa 10 no Brasil legítimo, com pinta de craque. O problema é que ele não quer ser isso. Joga fora uma chance de ouro no Atlético, onde está adaptado e é querido. Li aqui no Superesportes que seu empresário não o quer mais no Atlético. No fim do ano ele estará livre para jogar onde quiser. Se sair agora, o Atlético vai querer uma compensação financeira boa, com certeza. Se eu fosse Cazares, ouviria Sampaoli, ficaria e trabalharia com o técnico argentino. Ambos falam o castelhano e o diálogo fica mais fácil. Tenho certeza que o técnico argentino gosta dele e que a torcida alvinegra o perdoaria pelos deslizes cometidos. Não se pode abrir mão de um jogador dessa categoria. Entretanto, se ele não estiver feliz e não quiser jogar mais, não há jeito.
 
Não vejo no mercado um jogador com a capacidade técnica dele. Porém, ao jogar uma bela partida e depois ser péssimo em outras nove, ele causa a ira da torcida, que fica entre o amor e o ódio. Cazares tem dia de “Pelé” e outros de “Macalé”. Desse jeito, a massa alvinegra fica impaciente. Num momento em que os clubes estão todos sem dinheiro, com salários atrasados e em busca de soluções caseiras, perder Cazares será ruim para o Atlético. Não há dinheiro para contratações, para montar um grande time, e a esperança é depositada no técnico Sampaoli, que fez excelente trabalho no Santos no ano passado. Mas o Santos sempre teve uma divisão de base forte, revelando vários talentos por ano. Sampaoli soube mesclar jovens com experientes e foi vice-campeão brasileiro. Aliás, a imprensa nem os torcedores jamais enalteceram vice-campeonato. Mas o de Sampaoli foi valorizado. Acho legal, já que foi um bom trabalho e somente um pode ganhar a taça. Que tenhamos essa cultura daqui pra frente. Porém, milagres o técnico argentino não fará. E que ele saiba que o Atlético é gigante e que ninguém é maior que o clube.

Cruzeiro

A auditoria realizada no clube mostrou gastos inadmissíveis, inclusive em casas de entretenimento masculino, com bebidas e outras coisas mais. Uma vergonha. Tomaram o clube de assalto e o prejuízo é gigantesco. Mais de R$ 1 bilhão em dívidas, um clube quebrado e desmoralizado. A esperança da torcida é a condenação dos envolvidos, ressarcimento aos cofres do clube e uma nova era, que deve começar após a eleição desta semana, com Sérgio Santos Rodrigues sendo eleito. A tarefa de reconstrução não será fácil, mas a equipe do novo presidente terá de ser competente, capaz e criativa. A obrigação de o time voltar à elite do futebol ano que vem e de formar uma equipe competitiva para a disputa da Série B são desafios para a nova diretoria. Com a grandeza de um gigante que tem duas Copas Libertadores, quatro Brasileiros e seis Copas do Brasil, o Cruzeiro foi à lona, mas não a nocaute. Vai respirar, se recuperar antes da contagem dos 10 segundos e ressurgir das cinzas como a Fênix.



América

Continuo com a mesma opinião de que a FMF deveria declarar o América campeão mineiro desta temporada, já que o Coelho é o líder do campeonato, que foi paralisado por causa da pandemia do coronavírus. Seria a premiação ao melhor time da competição e reconhecimento à organização do Coelho. Para Atlético e Cruzeiro o título mineiro será mais um. Para o América e equipes do interior, uma baita conquista. Atlético e Cruzeiro deveriam entender isso e aceitar o desfecho com o decacampeão se sagrando campeão. É questão de bom senso, pois não vislumbro a volta do futebol tão cedo. Salvar vidas é a prioridade de todas as pessoas que são do bem.