Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Façam suas apostas: em que fase o Brasil cairá na Copa do Catar?



Aproveitei a semana para rever as duas últimas derrotas da Seleção Brasileira, nas Copas de 2014, no Brasil – aquele impiedoso 7 a 1 que a Alemanha impôs ao time de Felipão, na maior vergonha da história do esporte mundial –, e na Copa de 2018, na Rússia, 2 a 1 para a Bélgica.


Tite tomou um nó tático de Roberto Martinez, e está procurando Hazard, Lukaku e De Bruyne até hoje. O vexame no Mineirão não poderia ser diferente mesmo. O Brasil teve dificuldades em todos os jogos, até chegar naquela semifinal. Também, um time que tinha Maicon, David Luiz, Dante, Marcelo, Fernandinho, Paulinho, Luiz Gustavo, Oscar, Bernard, Fred e Hulk não poderia ir mais longe e, nem tampouco, deixar de ser goleado quando enfrentasse um adversário mais qualificado. E olha que os alemães tiraram o pé.

Respeitaram a história do nosso futebol, desrespeitada por Felipão e por esses jogadores medíocres. Fernandinho entregou três gols. David Luiz, dois. Os outros dois foram em erros coletivos. A Alemanha parecia estar treinando, ou enfrentando uma equipe de várzea. Há rumores de que, no vestiário, os jogadores alemães combinaram de preservar o Brasil e se preservarem para a final contra a Argentina. E foi o que vimos.

Vou poupar o excelente goleiro Júlio César, que não teve culpa de nada. Puseram-no numa fogueira, num time medíocre. Neymar já estava fora da Copa, pois foi cortado depois daquela entrada desleal do colombiano Zúñiga. Thiago Silva, o chorão, que não quis bater o pênalti contra o Chile, estava suspenso. Se livrou do vexame, mas participou do fracasso, junto com os demais. É um zagueiro que tem lobby, elogiado por muitos dos meus colegas, mas para mim é absolutamente medíocre.


Outro dia fizeram uma pesquisa, perguntando de qual Felipão os torcedores se lembram: o campeão de 2002 ou o protagonista do maior vexame da Seleção Brasileira? A segunda opção ganhou de goleada. Penso assim também. Felipão sujou sua história, a do Brasil e deixou muitas crianças traumatizadas, chorando no Mineirão. Olhem bem o time que ele pôs em campo contra a Alemanha! Três atacantes fraquíssimos: Bernard, Fred e Hulk. Olhem os zagueiros que ele convocou! Um cara que perdeu a Eurocopa, com Portugal, em casa, para a Grécia, jamais deveria ter voltado ao comando do time Canarinho. Um erro crasso, que nos transformou em chacotas mundiais.

Revi o jogo com a Bélgica, uma equipe muito bem treinada, com belos jogadores. Tite levou Renato Augusto, Fágner, Douglas Costa e Fred machucados. Manteve seus parceiros, Fernandinho e Paulinho, ambos dos 7 a 1. Pra não perder a “tradição”, Fernandinho foi logo entregando o primeiro gol aos belgas, ao marcar contra, em cobrança de escanteio.

Eu avisei, Tite, que com sua confraria não chegaríamos a lugar nenhum. Foi Fernandinho também quem não conseguiu parar Lukaku, que arrancou, passou como quis e entregou para De Bruyne chutar forte, no canto, pegando Alisson mal colocado. A bola seria defensável se o goleiro brasileiro estivesse bem posicionado. Tite morreu abraçado com Paulinho, Fernandinho e Renato Augusto, assim como vai morrer em 2022 com Coutinho e talvez com o mesmo Fernandinho, que ele chamou para a Copa América do ano passado.


Com Thiago Silva, com Daniel Alves e mais alguns de sua confraria. Parece que ele esqueceu Paulinho e Renato Augusto. Parece, mas a qualquer momento ele pode nos surpreender. Teimoso e amigo dos amigos. Tite não convoca por competência e sim por amizade, confraria ou coisa parecida.

E ele vive dizendo que o Brasil fez sua melhor partida contra os belgas. Balela. A Bélgica nos respeitou, principalmente no primeiro tempo, quando poderia ter liquidado a fatura. Sofreu um gol, mas em nenhum momento esteve ameaçada pelo empate. Hazard matou a defesa brasileira. Joga muito.

Esqueci de citar Gabriel Jesus, titular nos cinco jogos e nenhum gol. A desculpa do Tite é a de que ele ajudou, abrindo espaços. Vou rir! Nos bons tempos do futebol brasileiro, centroavante tinha que fazer gols. No escrete de Tite, ele tem que colaborar. Marcar, dar carrinho ou coisa parecida.


Esse Tite é um brincalhão! Ganhou na Copa América, competição fraca, que jamais demos importância, mesmo assim, aos trancos e barrancos, empatando com Venezuela e Paraguai. E a final foi contra o inexpressivo Peru. Estamos há quatro edições de Mundiais sendo eliminados pelos europeus, e Tite quer enaltecer uma conquista contra adversários sul-americanos, que estão tão mal quanto a gente.

Não temos técnico, time, grupo e craques para ganhar Mundiais. Temos Neymar, que não podemos deixar de admitir que é diferente e craque, mas não parece querer ganhar uma Copa e não tem no grupo de Tite pelo menos dois jogadores perto de sua qualidade. Coutinho, que o Bayern de Munique já está devolvendo ao Barça, é uma piada de mau gosto.

Agrada-me Firmino, artilheiro sempre. O resto do grupo é um bando, sem renovação, pois Paquetá, Vinícius Júnior e outros ainda não conseguiram se firmar. A dois anos e meio do Mundial, não acredito que vão evoluir a esse ponto. Aliás, o Milan está louco para se livrar do prejuízo chamado Paquetá. Um fracasso só.


Bem feito, os europeus pagam fortunas por jogadores que nem pronto estão e que fazem um golzinho ou um joguinho mais ou menos. Jogaram dinheiro no ralo. De todos os jovens que foram para a Europa, Rodrigo, que está no Real Madrid, é o mais promissor e pode ser protagonista com Neymar em 2022, no Catar.

Não acredito mais em Papai Noel, em mula sem cabeça, ou Saci Pererê. Portanto, as chances de o Brasil ganhar o Mundial são remotas e pequenas. Dizem que na bolsa de apostas, hoje, é 1 em 100. Em toda Copa, o Brasil sempre entrou como favorito, mas nas últimas edições esse favoritismo tem parado nas quartas de final – com França, em 2006, Holanda, em 2010, e Bélgica, em 2018 – e na semifinal, em 2014, contra a Alemanha.

Façam suas apostas e me digam em que fase o time de Tite vai cair na Copa do Catar. Pra mim, não seria nenhuma surpresa se caíssemos na primeira fase ou nas oitavas. Com esse comandante e esses jogadores fracassados, não vejo nada de positivo no horizonte. Técnicos, jogadores e dirigentes gostam dos bajuladores. Da minha parte, jamais terão isso.

Adoro elogiar quando o trabalho é bem-feito e honesto. Porém, com um grupo desses, com jogadores fracassados nas últimas duas Copas, não há o que elogiar. Gostaria muito de ver Neymar brilhar. Esse é craque. Mas, pelo jeito, ele não quer. Sendo assim, façam suas apostas. Em que fase o Brasil cairá no Catar?