O Atlético estreou no Brasileirão com uma grande vitória sobre o Fla, no Maracanã, mostrando que quer realmente brigar pela taça, que não vê há quase 50 anos. Um gol contra de Filipi Luís definiu o placar. A posse de bola do Flamengo foi o dobro da do Galo, mas a bola na rede é o que vale. Por isso, eu detesto matemática no futebol. O que vale é a bola na casinha, e nesse quesito, deu Galo! Sampaoli mostrou toda a sua competência ao mudar o esquema de jogo durante a partida. Dessa vez, ele não foi suicida e conseguiu equilibrar todos os setores da equipe alvinegra. O Galo está em ritmo de jogo, o Fla não. Porém, isso não é justificativa. O Atlético foi mais competente em sua defesa e acabou saindo com os três importantes pontos.
Flamengo e Atlético protagonizaram um ótimo primeiro tempo. O rubro-negro mandou bola na trave, perdeu vários gols na cara de Rafael, mas foi o Galo que saiu vencedor nessa etapa. Um cruzamento da esquerda, quando não havia nenhum atacante atleticano na área, fez com que o apavorado Filipi Luís jogasse contra seu próprio gol, marcando contra. Galo 1 a 0. O Flamengo tinha mais posse de bola, o dobro do que tinha o Atlético, que foi mais eficiente em sua chance. Bruno Henrique e Gabigol cansaram de perder chances diante de Rafael.
À beira do gramado, Domenec Torrent não lembrava Jorge Jesus. Muito apático, sem cobrar dos atletas. Já Sampaoli, andava pra lá e pra cá, o que é característica dele. O jogo era muito bom, com as duas equipes jogando pra frente, com toques, tabelas e dribles. Nada de retranca. O Flamengo teve mais volume, mais oportunidades, porém, não conseguiu por a bola nas redes de Rafael. E não tomou o segundo gol graças a Diego Alves, que salvou um chute da Savarino, cara a cara com ele. Foi o único chute do Galo a gol.
Por ter Gabriel com um cartão amarelo, Sampaoli o tirou e pôs Jair. Gosto de treinadores que ousam. Realmente, os técnicos estrangeiros estão anos-luz à frente dos brasileiros. Eles privilegiam o ataque, o gol. Não mandam bater, nem cometer faltas. Gostei muito do que vi do Galo, que copia o sistema de jogo do Flamengo, marcando a saída de bola. Deu para perceber também que Rafael se atrapalha muito quando tem que jogar com os pés. Por isso, Sampaoli ainda insiste na contratação de um goleiro. O Flamengo teve mais volume, mais chances de gols e mais qualidade, porém, quem saiu vencedor no primeiro tempo foi o Galo.
GALO DETERMINADO
O Galo voltou determinado, marcando lá na frente e querendo ampliar o placar. O Flamengo tentava o empate. Num lançamento, Gabigol recebeu, dominou, entrou na área e pediu pênalti. VAR consultado, segundo Rafael Klauss, árbitro do jogo, não houve nada. Savarino foi lançado. Cara a cara com Diego, chutou em cima do goleiro rubro-negro. Sampaoli fez várias alterações. Ele privilegia o grupo todo. Não gosto de números no futebol. O Galo tinha 38% de posse de bola, mas era muito mais ofensivo e chegava o tempo todo. Marrony, da entrada da área, chutou forte e Diego segurou firme. O Galo marcava muito bem e os atacantes rubro-negros não conseguiam chegar.
O Flamengo já não é o mesmo da época de JJ. Aliás, mesmo com ele, nessa temporada não fez um grande jogo. O Galo fazia um ótimo segundo tempo. Marcando muito e explorando os contra-ataques. O tempo ia passando e o Flamengo desesperado em busca do gol de empate. O Galo administrava muito bem. Como o Fla tinha quatro atacantes, Sampaoli pôs três zagueiros. Ele não é bobo. O bom técnico é aquele me muda o seu sistema de jogo de acordo com o adversário. O tempo e a ótima marcação alvinegra eram os maiores adversários do Flamengo. O goleiro Rafael nem trabalhou no segundo tempo. Vitinho tentou de fora da área. A bola foi para fora. Não houve jeito. O Galo abriu o Brasileirão com uma vitória muito forte, contra o grande favorito Flamengo.
CRUZEIRO
Pela Segundona, o Cruzeiro estreou, no sábado, vencendo o Botafogo-SP por 2 a 1. Foi sofrido, pois o time azul levou o empate aos 40 minutos da etapa final, mas conseguiu marcar logo em seguida e garantir os três pontos. Agora, o lanterna está com menos três pontos, já que entrou na competição devendo seis pontos, por punição da Fifa. Como venho escrevendo há tempos, acho o time azul limitado e fraco. Essas dificuldades vão acontecer ao longo da competição e não será fácil o time voltar à elite, como muitos apostam. Entendo o torcedor, pois ele é passional. Como analista, tenho sempre que usar a razão.