O Atlético começou o Brasileiro como há muito não começava: deixando sua torcida feliz, não só pelas duas vitórias sobre dois concorrentes diretos, Flamengo e Corinthians, mas pela forma como o time tem jogado, com variações de esquemas táticos durante o jogo e uma vontade impressionante dos atletas.
É sabido que o time atleticano é limitado e não tem astro. Craque, nenhum time do Brasil tem, mas o Flamengo tem excelentes jogadores. O Galo é um time coeso, com jovens valores e um técnico inovador.
Confesso que não gostaria de ver Sampaoli no Flamengo. Tanto que o rubro-negro nunca cogitou seu nome, quando Jorge Jesus foi embora. Ele sim, ficou desempregado e esperando que JJ não renovasse para se oferecer. Mas JJ renovou e o Galo, através de Rubens Menin, foi buscá-lo.
Não posso negar, entretanto, que ele revoluciona o futebol brasileiro, assim como fez o português, com marcação na área adversária, toques rápidos e muita disposição dos jogadores. Fez isso no Santos, com uma meninada, e está fazendo no Galo. Minha contestação com relação a Sampaoli é o fato de ter treinado a Seleção da Argentina com Messi, Agüero, Di María, Higuaín, entre outros craques, e ter empatado com a Islândia e tomado de três da Croácia, sendo eliminado pela França na Copa da Rússia.
Justamente por isso, eu não o quis no Flamengo. Ele é bom dirigindo jogadores comuns. Com estrelas, não consegue comandar o vestiário. De longe, dá para sentir que sua personalidade é forte e ele não hesitará se tiver que expulsar o presidente do clube do vestiário.
É assim que ele trabalha e, quando o contrataram, sabiam disso. Saiu pela porta dos fundos do Santos, brigado com todo mundo.
Para o torcedor atleticano, não importa. O que vale é perceber que o Galo não tem um começo de Brasileiro assim desde que ganhou tudo em 2013/2014, com o eterno e mais vencedor presidente da história do clube.
De lá para cá foram insucesso e fracassos, embora eu sempre ressalte que todo presidente procura fazer o melhor e montar um time de acordo com as condições do clube. Como agora há Rubens Menin, o mecenas que abriu o cofre para montar o time atual, a coisa fica mais tranquila.
A diretoria atual não ganhou um título sequer, em quase três anos. Pode conquistar o Mineiro no fim do mês e sair somente com essa taça. O Galo terá eleições em dezembro, e não sabemos quem será candidato. Existe a possibilidade de um nome de consenso, que uniria oposição e situação. A coisa está sendo costurada. É o melhor que poderá acontecer, pois o Atlético pacificado deverá se preocupar apenas com o Brasileirão.
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É um novo Atlético, com mentalidade vencedora, esquema de jogo diferente dos últimos anos. A bola é sempre o objeto de disputa, com qualidade e com os jogadores muito bem treinados, sabendo o que devem fazer. Era assim que a Massa sonhava em ver o time neste ano, e pelo menos no Brasileirão a coisa começa a engrenar.
Que não seja o tal cavalo paraguaio que muitos falam e que possa realmente brigar pela taça até o fim, em fevereiro, quando completará 50 anos de sua única e primeira conquista importante: o Brasileiro de 1971.
Cruzeiro precisa pontuar
O Cruzeiro enfrenta o Figueirense hoje para somar seus três primeiros pontos na classificação da Série B. Prejudicado pela gestão anterior, que assaltou os cofres do clube, entrou na competição com menos 6 pontos, ganhou seus dois primeiros jogos e zerou a pontuação.
Vi os jogos contra Botafogo-SP e Guarani. Gostei mais do duelo em Campinas, mas é visível que o time precisa de quatro reforços para mostrar força e voltar à elite com tranquilidade.
Aos poucos, Enderson Moreira vai implantando sua filosofia (ele conhece bem a Série B), e o time entendendo a forma de jogar a competição.
O torcedor, mesmo ausente dos estádios, deve jogar junto, fazendo ações nas quais os jogadores sintam sua presença. Incentivando a distância, sem perder o contato com o clube. Esse é o papel do torcedor anônimo.
Viram como torcidas organizadas não fazem falta aos jogos? O que faz falta mesmo é o torcedor do bem, aquele que ama o clube e que o ajuda. Os que usam o clube não são do bem e nunca serão.
Que o Cruzeiro decole em Santa Catarina e parta em busca da pontuação que lhe garantirá a volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Por sua grandeza, títulos e história, é cruel ver o Cruzeiro na Série B. Um gigante que tem seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros e duas Libertadores. Um dos clubes mais vitoriosos do Brasil. O que conta a história de um clube são as taças e títulos, não há a menor dúvida disso!
Coluna on-line
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