Jornal Estado de Minas

COLUNA JAECI CARVALHO

América faz grande jogo, vence e empurra o fraco Cruzeiro para o buraco

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O América derrotou o Cruzeiro por 2 a 1, no Mineirão, encosta nos líderes da Série B e aumenta a grave crise pela qual passa o time azul. A cada partida, ao invés de evoluir, o Cruzeiro regride, com jogadores absolutamente ruins, e muita falta de confiança. Não adianta ter vontade e não ter futebol. Um exemplo da mediocridade aconteceu com Henrique, aos 25 minutos, livre, no meio-campo, foi dar um passe e jogou a bola para a lateral. Um horror! Ou o Cruzeiro se vira e contrata jogadores de qualidade, ou vai passar seu Centenário na Série B. Eu estou avisando, desde janeiro.





Sabe quando se toma um doce da mão de uma criança? Foi exatamente o que o América fez com o Cruzeiro, no primeiro tempo. Não tomou conhecimento da camisa azul, impôs seu melhor jogo e fez 2 a 0. O time de Lisca é muito bem treinado, os jogadores sabem o que fazer com a bola e demonstram organização. Já o Cruzeiro mais parece um bando em campo. Não tem criação de jogadas, os laterais são fraquíssimos, e Marcelo Moreno, continua isolado lá na frente, sem ter com quem tabelar, dialogar. O time azul se limita a cruzamentos na área, que, normalmente, terminam nas mãos do goleiro adversário.
 
Eu tenho avisado, desde janeiro, que esse time é fraco e não sobe. Enderson Moreira tem sua parcela de culpa, pois a equipe é muito mal treinada. Entretanto, tem a seu favor o fato de ter um grupo medíocre em mãos. Uma realidade triste para um clube dessa grandeza. Não se ganha jogo com camisa ou tradição. É preciso organização, jogadores competentes e muito treinamento. Será que o torcedor azul aceitará a manutenção do time na B? Falta muita coisa e tem muito campeonato pela frente. Porém, a distância dos ponteiros vai aumentando em relação ao Cruzeiro. Se não acordar logo, quando isso acontecer, será tarde.
 
O primeiro gol americano saiu aos 26 minutos. Daniel Borges cruzou, a zaga azul deu bobeira, Rodolfo dominou a bola e cruzou rasteiro, para Bauermann desviar para o gol. América 1 a 0. O segundo gol veio em seguida. Daniel Borges ganhou dividida com Ariel Cabral-, nunca vi um argentino tão sem raça-, e a bola sobrou para Rodolfo. Ele cruzou rasteiro. Matheusinho chutou, Cárceres salvou, mas ele pegou o rebote e fuzilou. Coelho 2 a 0, sobrando em campo. O Cruzeiro não tinha o menor poder de reação. Não tinha um armador, um cara que pensasse o jogo, não tinha nada. E olha que isso foi só nos primeiros 45 minutos. Ainda havia todo o segundo tempo, para desespero da torcida azul.





E o Cruzeiro voltou com 3 alterações. O time deu uma melhorada, mas não tinha objetividade. O goleiro do América não trabalhava. E o Coelho, administrando a vantagem, esperava o momento de dar o bote e matar o jogo. É impressionante como o time azul não consegue chegar. Méritos ao América, também, pela aplicação e por ser um time bem certinho. Mostrou isso no Campeonato Mineiro, ao contrário do Cruzeiro, que nem chegou à fase final. O grande problema do Cruzeiro e que a gente não vê como a equipe pode evoluir. O grupo é fraco, sem opções. Uma equipe sem um criador de jogada, só chega na área adversária quando os laterais se livram da bola. Eles não cruzam. Rifam a bola. Maurício é muito bom jogador, mas, está se perdendo, no meio de tanta mediocridade. Quando um jovem entra num time bem montado, se ele tiver talento, vai evoluir. No caso do Cruzeiro, atual, eles desaprendem.

Não há como esconder nada. O Cruzeiro é um time perdido, não reage. O presidente disse que vai contratar. Mas isso tem que acontecer de forma urgente. Não dá para esperar. Cada vez que o América chegava na área azul, era um desespero. A insegurança e a incerteza de um time completamente perdido. Porém, aos 30 minutos, em falta na entrada da área, Arthur Caíque fez um golaço. Ele chutou por fora da barreira, e a bola ainda tocou na trave e entrou. América 2 a 1. O gol deu esperança de o Cruzeiro crescer e tentar o empate. Enderson Moreira fez as duas últimas alterações, colocando Thiago e Felipe Machado. O Cruzeiro foi para o abafa, para o tudo ou nada, arriscando chutes de fora da área. Aos 36, o técnico americano, Lisca, fez 3 alterações. Queria segurar o resultado, pois sabia que a pressão azul seria grande, e conseguiu seu objetivo. O América mereceu a vitória, pela organização, qualidade e coletividade. Não tem nenhum grande jogador, mas, é um time bastante homogêneo e muito bem treinado.