O Galo é o campeão mineiro de 2020. Com um gol de Jair, marcado no primeiro tempo, garantiu sua quadragésima quinta conquista do estadual, dando a Jorge Sampaoli seu primeiro título no Brasil. Ele que é dono de uma Copa América com o Chile, em 2015, e mais três títulos com times daquele país. Depois de 5 anos, ele volta a vibrar com a conquista de uma taça.
Se o Tombense foi o melhor time do campeonato, o Galo foi superior nos dois jogos da final e mereceu a taça. Não há o que contestar. Agora, vira a chave e se concentra, exclusivamente no Brasileirão, onde tropeçou duas vezes, mas já terá um confronto difícil, diante do São Paulo, quarta-feira, no Mineirão.
O São Paulo que virá com moral por ter vencido o clássico contra o Corinthians.
Foi um primeiro tempo de um time só. O Galo finalizou 10 vezes. O Tombense, apenas uma. E com um detalhe: Quem precisava da vitória era o time de Tombos, já que o Galo tinha a vantagem do empate.
O técnico Eugênio pôs seu time na defesa, sem se interessar em atacar. Esperava um contra-ataque para tentar fazer um gol. Mas o futebol pune quem não quer atacar. Claro que o Galo é infinitamente superior, e foi criando suas chances. Teve duas com Eduardo Sasha, em cabeçadas perigosas, duas com Savarino, uma com Arana e duas com Keno. Porém, o Tombense se safava, pondo a bola para escanteio ou dando chutão.
Ao contrário da quarta-feira, rifava a bola, e o Atlético era só ataque, pois pegava todos os rebotes. Savarino chegou a marcar um gol, mas, o bandeira viu o impedimento, confirmado pelo VAR. Tudo indicava que os dois times iriam para o vestiário com o 0 a 0. Indicava, pois no último lance dessa etapa, córner para o Galo, cobrado por Guilherme Arana, na cabeça de Jair, que, com estilo, encobriu o goleiro do Tombense, fazendo justiça ao melhor time em campo.
“Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, diz o velho ditado. E foi o que aconteceu. Em jogo em que somente uma equipe entra para fazer gols, o resultado acaba, quase sempre, favorecendo. Foi o que aconteceu. O Galo procurou o gol insistentemente e acabou premiado. Entretanto, se tivesse feito dois ou três gols, não seria nenhum exagero. Foi o dono dos primeiros 45 minutos. A única equipe que se interessou realmente pela vitória.
No segundo tempo o Galo manteve sua mesma determinação. Queria fazer mais gols e definir a taça. Sentido sua inferioridade técnica, o Tombense não mudava sua postura. Talvez estivesse pensando em terminar como vice-campeão, sem tomar uma goleada. Continuou sem iniciativa, sem incomodar o goleiro Rafael, que, praticamente foi um espectador privilegiado.
Sampaoli estava gostando do seu time, pois só mexeu aos 20 minutos, pondo Marquinhos em campo. O relógio era inimigo do Tombense. Mas, um time sem iniciativa, dificilmente vai conseguir fazer gol. Sinceramente, gostei mais do primeiro jogo, pois o Tombense saiu um pouco mais e foi bastante movimentado.
O Galo foi superior também, pois massacrou e só conseguiu a vitória no último lance. Neste segundo jogo, porém, embora com menos volume, o Atlético sobrou em campo. A diferença técnica entre os dois times é muito grande.
Marquinhos entrou e, como sempre, fez das suas pela esquerda. É um jogador muito veloz. Numa jogada de Hyoran, outro que havia entrado, Marquinhos ficou cara a cara com o goleiro do Tombense, tentou tirar dele, mas Felipe conseguiu segurar a bola.
Allan quase marcou ao chutar da entrada da área. Felipe salvou, pondo a escanteio. Allan fez uma bobagem, ao sofrer falta, e empurrou o juiz. Foi expulso e o Tombense foi pra cima.
Numa contra-ataque, Marrony, diante de Felipe, chutou em cima dele. Havia 10 minutos de descontos. Porém, não foi tempo suficiente para o time de Tombos reagir. O Galo sagrou-se campeão, de fato e de direito, e agora vai se dedicar, única e exclusivamente, ao Brasileirão.
Parabéns aos atleticanos. Se os Estaduais não valem mais nada, eles não querem nem saber. Querem é comemorar, pois é mais uma taça que vai para a sede de Lourdes. Aliás, a única ganha pela atual diretoria, em 3 anos à frente do clube.
PATROCINADOR NÃO É PRESIDENTE
A entrevista do mecenas do Cruzeiro e patrocinador, Pedro Lourenço, pedindo a demissão do técnico, Enderson Moreira, causou um mal-estar ao presidente do clube, Sérgio Santos Rodrigues. Ele confia e acredita no trabalho do treinador, embora admita que a equipe precisa de reforços e jogar mais do que está jogando.
Entretanto, entendo que o patrocinador não deve opinar em contratação ou demissão de técnico ou jogadores. Isso cabe à diretoria e a mais ninguém. Ele pode até ligar para o presidente, se reunir com ele, e falar da sua frustração, como torcedor e amigo que é, mas dar entrevista pedindo a cabeça de alguém, não é correto.
Se a moda pega, os patrocinadores dos clubes do país inteiro vão querer dar pitaco. Isso não é correto. Infelizmente, com os clubes quebrados e de pires na mão, os patrocinadores, alguns chamados mecenas, se acham no direito de mandar no clube. Isso tem acontecido em vários grandes clubes do país.