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Estado de Minas COLUNA DO JAECI

Com estádio e planejamento, Galo será campeão nos próximos anos

Com um investidor que não poupa esforços para ajudar o clube, Sampaoli tem tudo para fazer o que só Telê Santana conseguiu: dar o título brasileiro para a Massa


16/09/2020 17:27 - atualizado 16/09/2020 19:00

Jogadores do Atlético carregam o técnico Jorge Sampaoli no Mineirão, após a conquista do título mineiro de 2020(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Jogadores do Atlético carregam o técnico Jorge Sampaoli no Mineirão, após a conquista do título mineiro de 2020 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)

O Atlético será campeão brasileiro nos próximos anos. Todo mundo sabe disso. Que contestação idiota para fazer média com a torcida. Com estádio e um investidor que não poupa esforços para soltar a grana e contratar, a tendência é mesmo que o Galo se transforme num ganhador de troféus. É a expectativa da torcida, que, aliás, provou no episódio Thiago Neves que quem manda no clube é mesmo ela, e o que é pior: os dirigentes assumiram ter medo de apanhar ou sofrer qualquer tipo de sanção e, por isso, voltaram atrás na contratação.


Isso representa um grande perigo para as instituições de futebol. Se um dirigente, ameaçado por organizações e por medo, cancela uma contratação, torna-se refém para o resto da vida. Por isso, há algum tempo, eu disse que o Atlético não deveria ter nas suas fronteiras um dirigente que é cruzeirense, e que percorria o Brasil em caravanas para torcer para o time azul, e que não tem identificação com o clube alvinegro. Qualquer criança de 5 anos sabe que Thiago Neves é inimigo e persona non grata no Atlético, e que mesmo sendo um pedido de Sampaoli – eu não acredito nisso –, não tinha a menor condição de ser nem sequer cogitado, quanto mais contratado. Pedidos de desculpas idiotas não têm valor. O Atlético é muito maior que qualquer atleticano, ainda mais de quem não é alvinegro.

 

Que saudades de Themer Maurício, Valmir Pereira, Elias Kalil, Marum Patrus, Ivo Melo, Hermenegildo Gomes e tantos outros atleticanos ilustres, que fizeram a história desse clube. Conheci e convivi com todos eles, na época em que trabalhava na TV Globo. Homens que dedicavam a vida ao clube, que faziam tudo por ele e que jamais o usaram. Gente comprometida com a instituição, com suas cores, com sua gente. Naquela época, a Charanga do Bororó animava os jogos no Mineirão, mas não ia à porta da sede protestar. Os torcedores, do bem, até se queixavam quando o time ia mal, mas no Mineirão, virando faixas de cabeça para baixo, entoando cânticos que faziam os jogadores sentir na pele a frustração do torcedor. Hoje, os caras invadem sedes e CTs, fazem protestos um dia inteiro, diante de uma diretoria acuada e com medo. Tem gente que não conhece a história e a grandeza do clube. Caíram de paraquedas, pulando de clube em clube, querendo fazer média com o torcedor. Mas o atleticano não é bobo. Sabe muito bem quem torce pelo time, quem realmente trabalha por amor. Esses que num ano estão em um clube e no outro vestem outra camisa pensam apenas no dinheiro.

 

Acho estranho alguns clubes não adotarem a postura do Flamengo e de outras instituições esportivas que não têm a figura do diretor de futebol. Quem negocia compra e venda de jogadores são os vice-presidentes eleitos. Não tem rachadinhas com empresários, nem falcatruas. Por que um presidente ou um vice-presidente não ligam para seus pares, diretamente, e fazem a negociação, sem que haja intermediários? O agente até pode participar, está no seu papel, mas há casos em que o diretor de futebol dá privilégios, dando cartas de apresentação ao empresário X para que ele faça o negócio. Ao invés de o empresário procurar o clube, é o clube quem procura o empresário e lhe concede exclusividade em determinadas negociações. Isso está errado. Clube não tem que ter “amor” a empresário X ou Y. Façam uma pesquisa no país e vejam quantos empresários estão ligados aos clubes e seus diretores. Lembro-me do episódio envolvendo Mano Menezes e Carlos Leite. O ex-técnico da Seleção foi acusado de privilegiar jogadores do seu empresário, e esse foi um dos motivos de sua demissão. É sabido que os treinadores são postos nos clubes pelos agentes, e, por gratidão ou coisa parecida, acabam contratando vários jogadores do tal empresário. É, no mínimo, estranho!

 

Por isso eu bato na tecla da modernização. Clube tem que ser empresa para dar taças e lucro. Tem que trabalhar em cima de um orçamento, ter uma reserva e não depender de empréstimo ou doação de ninguém. Enquanto houver um processo de gestão amadora, a corrupção vai continuar imperando, pois, sem responsabilidade fiscal, os dirigentes brasileiros fazem o que querem dos clubes. Alguns se apossam deles. Outros, usam até não poder mais. E o sofrido torcedor, que paga para ver o time jogar e que entra no plano de sócio para ajudar o clube, vê seu dinheiro indo para o ralo. Chega de amadorismo no futebol brasileiro. Os clubes não pertencem aos dirigentes e, sim, aos torcedores do bem, que são os maiores patrimônios de uma instituição.

 

ATLÉTICO-GO

Se fora de campo as coisas vão muito mal para o Galo, com atrasos de salários e trapalhadas da diretoria, dentro o time vai bem, obrigado. Vice-líder, com um jogo a menos, o Galo terá uma parada torta, em Goiânia, neste sábado, contra o Dragão. O time goiano venceu o Flamengo por 3 a 0 e empatou com o Grêmio. Nessa metade de turno, pelo que vem fazendo, mesmo sem ter um grande time, o Galo é o mais regular da competição, jogando sempre para vencer. Isso me agrada muito em Sampaoli, embora eu veja mil defeitos nele. Tanto assim que, aos 60 anos, tem apenas o título da Copa América, em 2015, como relevante. Porém, nunca é tarde para se tornar ganhador, e o Galo está à espera de um técnico que consiga fazer aquilo que Telê Santana fez em 1971, dando o primeiro Campeonato Brasileiro ao alvinegro. Sampaoli tem mostrado a versatilidade do time, mas inventa muito. As constantes mudanças na escalação deixam jogadores e torcedores inseguros. É preciso ter um norte, um equilíbrio, para que o objetivo seja atingido. Fato é que o Atlético de hoje se impõe e amedronta seus adversários. Muitos me perguntam se ele pode ser campeão. Claro que sim! Numa competição onde os chamados favoritos estão mal e ele está bem, é possível sim. O campeonato está bem embolado alia na cabeça, mas, de todos os concorrentes, o Galo tem sido o mais regular, contrariando todos os prognósticos. Não pode e não deve perder pontos para times pequenos. Sábado, é entrar para voltar a BH com os três pontos.  

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