Alguns internautas e amigos – entre eles, Fernando Ângelo, meu companheiro de reportagens na TV Globo, que seguiu a carreira artística – têm puxado a minha orelha, e com razão. Quase não falo do América neste espaço, principalmente neste momento em que o Coelho é vice-líder da Série B, com belíssima campanha.
É verdade, orelha puxada, vou dedicar parte desta coluna ao time mais bem treinado do futebol mineiro, ajustado em todos os setores, com jovens revelações talentosas.
Tudo isso graças a organização e ao excepcional trabalho do técnico Lisca, que de doido não tem nada. Ele é muito sabido e entende de futebol como poucos. A gente assiste a um jogo do América e dá prazer em observar o esquema tático, a vontade de fazer gols, dentro ou fora de casa.
Encarou o Corinthians, pela Copa do Brasil, lá no Itaquerão, e o venceu por 1 a 0. Vai jogar pelo empate o jogo de volta, esta semana em BH, para avançar às quartas de final, classificação inédita para o Coelhão.
Não duvido que o América vença outra vez. E, só para esclarecer, para mim o estádio do Corinthians é Itaquerão e não Arena..... Não vou dar crédito a quem não paga publicidade conosco. Querem que divulguemos a marca, de graça, quando o clube ganha uma fortuna. De jeito nenhum.
Chega desse amadorismo no Brasil. É igual aquela empresa que patrocina o Palmeiras e o Jornal Nacional, e dá uma banana para o resto da mídia. Me recuso a falar o nome dela e ponto. Por que só anunciam na Globo. Será que é para a emissora não falar mal do Palmeiras? Não acredito, a Globo vende publicidade, não opinião.
Voltando ao Coelhão, que é o que importa, que time bem montado, que estrutura o clube tem, que planejamento, que orçamento. Você não ouve falar em atraso salarial no América porque seus dirigentes são corretos, na conta do chá, com receitas bem menores que os grandes clubes, mas com responsabilidade.
Por isso, o América vem se estruturando cada vez mais, a cada ano, mostrando competência e qualidade. Sempre foi um revelador de talentos, e a safra atual é muito boa.
Gestão eficiente e competente é feita por gente séria. O diretor esportivo do América, Paulo Bracks é um cara sério, que não faz esquema com empresários ou quem quer que seja. Não o conheçopessoalmente, mas pelo trabalho apresentado me parece uma pessoa correta, de princípios e valores, que sabe fazer futebol.
O presidente, conheço de longa data, outro cara honestíssimo, vencedor e conhecedor de futebol. Toda vez que Marcus Salum assume o clube, coisas boas acontecem. Tem buscado investidores para parcerias, e dirige com mão de ferro, ciente de tudo o que acontece no América.
Salum não se aproveita do clube. Ao contrário, deixa suas empresas para cuidar do time do coração. Eu sou a favor de gestões com presidentes remunerados. Com a chegada do clube-empresa, com certeza isso vai acontecer.
Espero que o América volte à elite do nosso futebol, com um time forte, em condições de se manter lá. Essa gangorra de sobe e desce me incomoda. O Coelho precisa se estruturar para ficar entre os grandes.
É preciso saber se ele terá as receitas de TV equivalentes aos outros clubes que disputarão a Série A, em caso de acesso. Não se pode dar R$ 200 milhões a um e R$ 10 milhões a outro. É desigual e desleal.
As cotas de TV devem seguir os padrões da Premier League, na Inglaterra, que divide 50% dos valores em partes igualitárias para todos os 20 clubes. Os outros 50% vão para venda de pay-per-view, classificação e outras coisas. Seriedade é isso. Você dá a chance de um clube menor formar um time competitivo.
O América é hoje a melhor equipe do futebol mineiro. O mais organizado, mais competente e com gente muito séria em seu comando. Tomara que suba, que avance e chegue longe na Copa do Brasil. Se Paulista, de Jundiaí, Juventude, Criciúma e outros desse porte, já foram campeões, por quê não o Coelhão também?
Eu confio e acredito no trabalho de Lisca, e você torcedor? Repito: de doido, ele não tem nada. É um baita de um treinador.
SEAN CONNERY
Assim como muitos de vocês, cresci vendo os flmes do 007, o espião mais famoso do planeta, o escocês Sir Sean Connery. Sim, Sir porque foi condecorado pela rainha da Inglaterra com o título, por sua genialidade no cinema.
Ninguém representou o papel melhor que Connery. Ele nos deixou ontem, aos 90 anos. Já não atuava havia 10 anos, pois enfrentava um câncer de rins, desde 2006, e atualmente jogava golfe, esporte pelo qual sempre foi apaixonado.
Na estreia do Brasil na Copa da França, em 1998, uma das minhas missões naquele jogo era ficar na entrada da área vip, para anotar as celebridades que chegavam. E tive o prazer de vê-lo, frente a frente, com sua boina escocesa, bem caracterizado com as vestimentas de seus país. Uma imagem que jamais vou esquecer.
Que nosso James Bond, descanse em paz, R.I.P (Rest In Peace), em inglês e que Deus conforte sua família.