Jornal Estado de Minas

COLUNA DE JAECI CARVALHO

Atleticanos começam a enxergar Sampaoli com outros olhos: os da crítica!

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Quando o argentino Jorge Sampaoli foi contratado, eu avisei nesse espaço, e nos meus canais, que ele não conseguia ajustar uma equipe por completo. Que, aos 60 anos, nunca fora convidado a dirigir o Boca ou o Ríver, que fez péssimo trabalho na Seleção Argentina e no Sevilla. Contra fatos não há argumento. 





Alguns apaixonados, que não enxergam um palmo à frente do nariz, me criticaram, dizendo que Sampaoli é “o maior técnico do mundo”. Passadas 18 rodadas para o Atlético, ele tem 6 derrotas, um futebol ruim e jogadores de medianos para baixo.

Aliás, com os R$ 200 milhões gastos, o Atlético deveria ter jogadores de qualidade. Dos contratados, gostei de Marrony, que, curiosamente, o técnico não usa, e de Arana. Os demais, inclusive Júnior Alonso, são bem normais. Um zagueiro de 1.84m é baixo para os padrões atuais, embora, pelo chão, ele seja razoável. 

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Nada como um dia atrás do outro. Até mesmo um cara de um órgão de imprensa, na segunda-feira, falou tudo o que eu havia dito aqui nesse período todo. Quanta incoerência! O cara me criticou porque eu disse tudo isso, e, após a derrota para o Palmeiras, repetiu tudo o que eu venho dizendo. Por isso, não dou atenção a pseudos-jornalistas, torcedores, que trabalham com a camisa do Galo por baixo de suas vestes.



Gente, Renato Gaúcho foi feliz em seu comentário, na noite de segunda-feira: “Querem ver time jogando bonito? Cobrem de Flamengo e Atlético. Me deem R$ 200 milhões e o Grêmio vai jogar bonito”. Só que mesmo tendo gasto R$ 200 milhões, o Galo não conseguiu nenhum jogador-referência. E vale dizer que só contratou quem Sampaoli pediu, inclusive o goleiro Everson, fraquíssimo debaixo dos paus, preterindo Rafael, que vinha muito bem. 

Guga, que já está lá desde o ano passado, é uma piada de mau gosto. Péssimo em todos os aspectos. Réver tem serviços prestados ao clube, é um ídolo, mas, precisa repensar suas atuações. Arana é excelente jogador. No meio você tem o esforçado Jair, Allan Franco, com lampejos, e Nathan, bem mediano. No ataque, Savarino, veloz e driblador, Eduardo Sasha, que fez apenas 1 gol no Brasileiro, e Keno, que fez sete gols em 3 jogos, depois de mais de uma dezena de partidas ruins. É esse o time do Galo. 

Marrony entra de vez em quando, assim como Marquinhos e um ou outro jogador mediano. Zaracho foi contratado agora, mas a informação é de que não jogava desde março. Portanto, senhoras e senhores, Sampaoli teve a liberdade de escolher jogadores no mercado e indicar. Qual desses citados é acima da média para vocês, torcedores racionais?

Alguns torcedores querem que a gente minta e diga que é um super time. Não é! O futebol brasileiro está nivelado por baixo e nem mesmo o Flamengo, que tem time, banco e jogadores reservas que seriam titulares em qualquer time do país, não estão jogando nada. O equilíbrio entre os ponteiros se dá pela falta de qualidade e não o contrário. Isso não quer dizer também que o trabalho no Galo é péssimo. 





Tenho um amigo que diz que para quem teve Micale, Thiago Largui, Dudamel e outros, Sampaoli é realmente melhor. Não duvido disso, mas, como me escreveu um leitor, ele entrega muito pouco para quem ganha R$ 1,6 milhão, o técnico mais bem pago do país. E eu avisei: gastar isso para ser vice-campeão ou chegar apenas na Libertadores, é demais. Vários técnicos menos badalados foram vice-campeões brasileiros com o Atlético. É preciso coerência nas análises.

Com todos esses problemas, o Atlético continua na disputa do título, pois tem 3 pontos a menos que o líder, Inter, e um jogo a fazer do turno. Muita gente pergunta se o Galo perdeu o gás. Isso não existe. Ele está sendo mais bem marcado em seu ataque, e, como a defesa é ruim, acaba sofrendo muitos gols e derrotas. Os times de Sampaoli sempre foram assim: levaram muitos gols. Talvez esteja aí a explicação para ser ele um treinador badalado, mas sem títulos. 

Alguém precisa avisá-lo que ele mora no Brasil, recebe em reais e que o mínimo que deve fazer, por respeito ao país, é aprender a falar o português. Acho um descaso esse treinador não se preocupar com isso. Aliás, ele não está nem aí. Quando suspenso, chuta cadeiras e ninguém fala nada. À beira do campo, é instável e passa insegurança aos atletas. Liderança se conquista, não se impõe. 

É preciso que Sampaoli saiba que o Atlético é uma instituição de 112 anos, que está acima de qualquer nome de treinador, dirigente ou jogador. Os torcedores foram ao aeroporto protestar pelos péssimos resultados na chegada do time após a derrota para o Palmeiras. Talvez agora. Sampaoli comece a conhecer um pouco da força dessa torcida apaixonada, que encanta o Brasil, pelo amor que tem pelo Galo. Lá, Sampaoli, a banda toca diferente da Argentina.




audima