Teremos hoje, no Mineirão, um dos maiores clássicos e uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro, Atlético Mineiro x Flamengo. Ambos estão disputando a taça do Brasileirão cabeça a cabeça, como diriam os narradores de turfe. É o início do returno, e a diferença que os separa é de três pontos, sendo que o Galo tem um jogo a disputar, pelo turno, contra o Athletico – coisas do nosso futebol.
Atlético Mineiro e Flamengo travaram duelos épicos na década de 1980, e aquele jogo no Serra Dourada, onde José Roberto Wright estragou o espetáculo, fez com que os torcedores alvinegros odiassem o rubro-negro.
Gente que nem era nascida naquela época tem um ódio mortal, passado de pai para filho. Uma pena, pois num mundo tão desigual, desonesto e violento, deveríamos entender que o futebol é apenas uma forma de lazer e não de desmandos e badernas.
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Cruzeiro fatura 10 pontos em 12 possíveis; Felipão impõe seu estiloCom justiça, América está nas quartas de final da Copa do BrasilAtleticanos começam a enxergar Sampaoli com outros olhos: os da crítica!Galo goleia e humilha o Flamengo no MineirãoContra fatos não há argumentos: sete Brasileiros, três Copas do Brasil, duas Libertadores, duas Recopas e um Mundial de Clubes. Realmente é de causar inveja a muita gente. E os revoltados dizem que o Flamengo só tem essas taças porque a arbitragem ajudou. Aí é demais.
Já fiz entrevistas com Zico, Cerezo, Éder, Júnior e Reinaldo, craques que formavam a base da Seleção de 1982, do mestre e saudoso Telê Santana. Todos são unânimes em concordar comigo quando digo que se houvesse 10 jogos entre eles, o Galo ganharia quatro, o Flamengo outros quaro e teríamos dois empates.
Gente, os jogadores não têm culpa da lambança de Wright no Serra Dourada. Eles queriam jogar futebol. E essa balela de que o árbitro teria ganhado apartamento de presente é uma grande mentira. Wright torce pelo Fluminense e, quando parou, foi inclusive gerente de futebol do tricolor. São as lendas urbanas.
Dava gosto ver os dois times atuarem. Quantas vezes eu, garoto, ia ao Maracanã para ver Reinaldo, Éder e Cerezo! Além de Zico, Adílio e Júnior. Eram clássicos sempre equilibrados, com belíssimo futebol e qualidade. Craques na essência da palavra.
Esse ódio não se justifica. Escrevi outro dia que recalque e complexo a gente deve tratar no analista.
Falando do jogo de hoje, os dois times têm em comum treinadores que não conseguem ajustar um time no seu todo. As defesas de Flamengo e Atlético Mineiro são um filme de terror, com uma instabilidade monstro.
Vocês sabem o que penso sobre Sampaoli, um técnico que aos 60 anos tem apenas uma Copa América com o Chile e trabalhos péssimos no Sevilla e na Seleção da Argentina. Desequilibrado, que chuta cadeiras do estádio quando está suspenso (caso do jogo de hoje) e que na área técnica só passa insegurança aos jogadores.
Outro dia, conversando com um grande ex-jogador do Galo, ele me disse: “Se eu jogasse com este treinador, eu sairia de campo e não voltaria mais. Ele só passa intranquilidade aos jogadores. Desequilibrado, emocionalmente”. É verdade.
A campanha é boa, principalmente pelo fato de o Galo só estar disputando uma competição ao passo que os concorrentes estão na Copa do Brasil e Libertadores, além do Brasileiro. Mesmo assim, Sampaoli treina o time a semana inteira e na hora do jogo o futebol é pífio. Mas o torcedor se agarra a ele como se fosse uma tábua no oceano.
Eu já disse que o Atlético Mineiro tem 112 anos, é uma instituição gigantesca, e Sampaoli é apenas mais um técnico. Não foi ele quem inventou o Galo.
Foram investidos R$ 200 milhões em contratações – me digam qual jogador é acima da média? Nenhum. São todos medianos. O próprio Vargas, contratado agora, eu nunca vi fazer um grande jogo. Um cara que faz 11 gols em 35 jogos tem uma média ruim.
Gosto de Marrony, jovem, alto, com qualidade, mas é justamente dele que o treinador não gosta. Nunca o aproveita. Savarino é outro que tem feito ótimo papel e Keno, que desencantou em alguns jogos, dribla bem, mas cruza muito mal.
É uma pena Diego Tardelli não estar em condições. Ele, sim, é diferenciado e tem muita qualidade. Com a bola passando na cara do gol o tempo todo, faria um caminhão de gols. Quem sabe ele volta na reta final para ainda disputar a taça?
Que tenhamos um grande jogo. Que fiquemos apenas na rivalidade, dentro de campo, e que a geração que aí está entenda que “o futebol é a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida”. Brigas, xingamentos, revoltas não levam a lugar algum. Vamos fazer um mundo melhor.
Que o futebol seja prazer, lazer, emoção, e que não passe disso. Que o vencedor seja reconhecido pelo rival e que todos tenham o direito de disputar as taças com dignidade e decência. Se não for assim, não tem o menor sentido. Ódio gera ódio. Amor gera amor.
Novo presidente dos EUA
Joe Biden foi eleito o 46º presidente da história dos Estados Unidos. Fico feliz por viver em um país onde a democracia funciona de verdade. A mim não importam nomes e, sim, o caráter e a competência da pessoa.
Não sou republicano, nem democrata. Sou pelo bem do país, esta nação gigante, onde tenho orgulho de criar meus filhos. Na próxima eleição já poderei votar. Espero que Biden faça um grande governo e que seja um aliado do nosso Brasil e do mundo.
Precisamos de paz, de economias fortes e de gente feliz. Quem sabe em 2022, nas urnas, a gente possa dar uma resposta positiva para a democracia no nosso Brasil???? Democracia se constrói com o voto certo, na hora certa, na pessoa certa. Chega de ditadores, de gente preconceituosa, de homofóbicos ou qualquer outro tipo de fobia.