A rodada foi ótima para o Cruzeiro, que precisava vencer o Oeste e diminuir para 5 pontos a diferença para o quarto colocado. O problema é que o time azul não fez a parte dele, e acabou derrotado pelo lanterna da competição, que ainda respira por aparelhos, para se manter na B. Já o time azul não sobe mais e vai amargar o ano do centenário na Segundona, com dívidas impagáveis, um grupo ruim e pouca perspectiva. Uma vergonha!
Os jogadores do Cruzeiro, em protesto, não se concentraram para o jogo contra o Oeste. Um direito legítimo de quem não recebe salários desde outubro, incluindo aí o décimo-terceiro. É sabido que a situação financeira do clube é de insolvência, mas, quando assumiu, o atual presidente conhecia todos os riscos. Felipão está insatisfeito, pois o que foi combinado com ele não está sendo cumprido.
Uma das exigências era de que o clube mantivesse os salários em dia. A cada momento chega uma determinação para o Cruzeiro pagar dívidas, e elas vão se acumulando, tornando-se uma bola de neve. Dentro de campo, não há o que contestar em relação aos atletas. São todos profissionais ao extremo. Se alguns não rendem o esperado, é porque não têm condições técnica mesmo. A vitória era importante para manter viva a chama da esperança, matemática, de volta à elite. E o adversário, o último colocado, não deveria dar muito trabalho.
Uma vitória deixaria o time azul a 5 pontos do G-4, reacendendo a esperança na China Azul. E o Cruzeiro começou em cima. Sóbis quase marcou em cobrança de falta. Os chutes de fora da área assustavam o goleiro do Oeste. Caio Vinícius chega pela direita e cruza. A bola passa rente a trave. Fábio estava nela. E o Oeste marcou aos 41 com Fábio, de cabeça, ganhando nas costas de Manoel. Oeste 1 a 0. E assim terminou o primeiro tempo. O maior adversário do Cruzeiro na Série B foi sua própria incompetência.
Os salários atrasados pesam muito. Por mais que um jogador ganhe, ele tem seus compromissos e sua vida baseada nisso. Não é justo nenhum trabalhador ficar 3 meses sem receber salários. Mesmo que esqueçam disso, durante os 90 minutos, é claro que a cabeça deve ficar quente com os compromissos chegando e não tendo dinheiro para pagar. Cabe ao empregador se virar e saldar a dívida. Quando o presidente do Cruzeiro assumiu, sabia de todas as dificuldades que enfrentaria, mas, em várias entrevistas, disse que tinha a situação sob controle. Não é isso que estamos vendo.
No segundo tempo o Cruzeiro foi pra cima e criou situações. Na melhor delas, Felipe Machado chutou na trave. O Oeste jogava sua vida, pois a vitória o deixaria respirar na luta para não cair. O goleiro se transformava na melhor figura em campo. Fazia defesas impossíveis. Sóbis tabelou e tocou por cobertura. A bola subiu demais. O Cruzeiro merecia o empate, mas o goleiro Caíque França estava bem demais. No contra-ataque, quase o Oeste marcou. Fábio fez grande defesa. O Cruzeiro envergonha a China Azul e vai amargar mais uma temporada na Série B. Um clube desgovernado, um time sem rumo. Uma tristeza para um gigante do futebol brasileiro.
FINAL BRASILEIRA
O Santos despachou o Boca, derrotando-o por 3 a 0, e fará a final da Libertadores contra o Palmeiras, dia 30, no Maracanã. O Santos poderá chegar à sua quarta Libertadores, enquanto o Porco busca sua segunda conquista. Cuca faz um trabalho brilhante, com a garotada, pegando um time destruído pelo português, Jesualdo, e pondo-o na final da competição Sul-Americana. Cuca, que deu a única Libertadores ao Galo, em 2013, e que deixou saudades na torcida alvinegra. Que tenhamos uma grande final e que a melhor equipe, aquela que apresentar o melhor futebol, seja a vencedora. O duelo no túnel será entre o brasileiro, Cuca, e o português, Abel Ferreira. Façam suas apostas.