Quando Jorge Sampaoli foi contratado em março, alertei aqui neste espaço, no meu blogue no Superesportes, no meu canal de YouTube e no meu instagram @jaecicarvalhooficial, que o Galo estava contratando um técnico problema, que saiu do Santos pela porta dos fundos, sem títulos e que se acha o suprassumo dentre seus pares. Passados 11 meses, somente agora o torcedor entendeu o que coloquei e a imprensa – principalmente a geração “nutella”, que de bola nada entende –, enganou os torcedores o tempo todo. Até ela agora atira pedras em Sampaoli.
Usei um argumento muito forte: Sampaoli tem 60 anos, é argentino e nunca foi chamado a dirigir Boca ou River ou qualquer outro clube argentino de primeira linha. Fracassou na Seleção Argentina com seu jeito “louco” de ser, e Messi e Mascherano escalavam o time. No Sevilla, que era pentacampeão da Liga Europa, não conseguiu o hexa, e no Santos, onde fez um bom trabalho, mas com 16 pontos a menos que o campeão, Flamengo, saiu pela porta dos fundos, de tanto que peitou a diretoria. Ganhou apenas a Copa América de 2015 com o Chile, que tinha a melhor geração pós-Marcelo Salas e Zamorano. Portanto, contra fatos não há argumentos.Sampaoli começou como um furacão, pondo seu time como um leão feroz, marcando sob pressão a saída de bola do adversário, vencendo o Flamengo no Maracanã. Depois, fez outros bons jogos, mas tropeçou nas próprias pernas, perdendo pontos para times da parte de baixo da tabela. O leão se transformara em um gatinho, sem agressividade. Contratou R$ 200 milhões em jogadores medianos.
Um meio-campo que não cria. Um ataque que não faz gols e com uma única jogada: Keno. Sim, Keno, que começou muito mal, firmou-se pela esquerda depois de um jogo contra o Atlético-GO e era a única alternativa ofensiva. Com um detalhe: dos concorrentes ao título, o Atlético era o único que só jogava o Brasileirão. Sampaoli tinha todo o tempo para treinar a equipe e jogar somente nos fins de semana.
Porém, não conseguiu dar padrão tático, além de inventar a cada partida. Jamais repetiu a escalação. Tirava zagueiro e punha centroavante. Tirava lateral e punha zagueiro. Uma verdadeira miscelânea de erros e equívocos, além, é claro, da forma como dirige os atletas à beira do campo. Parece um desequilibrado, gritando e xingando todo mundo, sendo expulso em várias ocasiões. O cara ganha R$ 1,6 milhão mensais, o maior salário entre os técnicos no Brasil, e não se interessa nem sequer em aprender a língua do país no qual ganha dinheiro e vive. Quando estava suspenso e ficou atrás das cadeiras no Mineirão, chutou uma delas, e a mídia, puxa-saco, nem contestou.
Sampaoli é uma espécie de “rei”. Manda e desmanda e os bobos da corte batem palmas. Não tinha relacionamento com o antigo presidente nem com os diretores na época. Aí, eu pergunto: como um ser assim pode dar certo em algum lugar? Se os argentinos não o quiseram jamais, é sinal de que há algo muito errado com esse treinador.