“No futebol não há verdade que dure 24 horas”. Esse era um ditado antigo, que não tem mais valor. No futebol atual, verdades não duram nem 15 minutos, haja vista o mentiroso Jorge Sampaoli, que mentiu para a diretoria alvinegra, às vésperas de Atlético x Bahia, quando foi à sala do diretor executivo, Rodrigo Caetano, e disse que ficaria para tocar o projeto do clube nesta temporada. Conheço o caráter e a dignidade de Rodrigo Caetano. Ele não mentiu. Quem mentiu foi o argentino, que, felizmente, já é passado no clube.
Como estarão as viúvas de Sampaoli, agora? Em março, quando ele foi contratado, eu e o Neto, apresentador do programa de esportes da Band, fomos os únicos a dizer que ele era um perdedor, e que não ganharia nada no Galo. Que aos 60 anos, tinha muita marra e nada de taças. Fomos detonados por boa parte da torcida e até da mídia, desqualificada. Bastaram 11 meses, para o torcedor e as viúvas perceberem que Sampaoli é uma farsa, uma mentira das maiores, já contadas no clube.
Dito isso, é hora de pensar pra frente. Em conversa com o presidente, Sérgio Coelho, há alguns dias, ele me disse que gosta muito do trabalho do Cuca e que é seu técnico preferido. Porém, hoje o Atlético é comandado por ele e seu colegiado, composto por José Murilo Procópio, Rubens e Rafael Menin, Renato Salvador, Ricardo Guimarães e Rodrigo Caetano. Eles pesam os prós e os contras de cada técnico alvo, para definirem quem comandará o clube na Libertadores e na temporada.
O objetivo maior é contratar alguém que tenha o mesmo pensamento dos que comandam o clube: investimento nas categorias de base, para a formação de atletas que possam atuar no time profissional e que possam dar lucros ao clube no futuro. Resumindo: Formar jogadores, como fazem Flamengo, Santos, São Paulo, e vendê-los ao exterior, a preço de ouro. Eles não querem um técnico só para o momento e para ganhar a Libertadores. Querem alguém para um projeto.
Gosto muito da ideia do jovem jornalista, Eduardo Panzi, da Rádio Itatiaia, filho do meu amigo, Afonso Alberto, outro gigante do jornalismo brasileiro, com relação a manter um projeto e valorizar um técnico, mesmo que ele não seja campeão. Porém, com Sampaoli não daria para fazer isso, pois, além de perdedor, ele é irresponsável, instável e jamais conseguiu equilibrar uma equipe. Mas o pensamento tem que ser esse do Eduardo. Contratar um técnico, traçar um projeto e dar a ele tempo para a construção disso tudo. Os títulos serão consequência. Funciona bem na Europa, mas no Brasil, precisamos mudar nossa cultura.
Nós, jornalistas, somos culpados também, além dos torcedores e dirigentes. No Brasil, vice-campeão é o primeiro dos perdedores. Na Europa, é valorizado quase como um campeão. Lá, se analisa o trabalho ao longo da temporada. Muitas das vezes, uma equipe não é campeã, por um detalhe, mas o trabalho do técnico é muito bom e importante para a sequência. Vejam o Liverpool, que ganhou tudo em 2019.
Na temporada 2020-2021, está muito mal, perdendo jogos em casa, sem chances de conquistar a Premier League. Porém, em nenhum momento, o técnico alemão, Jurgen Kloop, está ou esteve ameaçado. Vai continuar no cargo, recuperando jogadores machucados, que estão fazendo falta, e os que não estão em boa forma. Isso chama-se trabalho com seriedade e prosseguimento. Os torcedores do Liverpool não vão ao CT do clube, ameaçar técnicos, jogadores ou dirigentes.
Por isso, o Atlético vai ter calma em escolher o novo treinador. Ele tem que ter esse perfil de valorizar os jovens, ajustando-os aos profissionais. A ideia dos homens que tocam o clube, é contratar um treinador para esses 3 anos de mandato do atual presidente, Sérgio Coelho. Eles entendem que o torcedor está ansioso, mas, é melhor esperar um pouco e contratar a pessoa certa, do que errar, novamente.
E mais um detalhe: a torneira vai fechar. Serão contratados 1 zagueiro e um volante, para serem titulares, e só. O Galo jogou R$ 200 milhões no lixo, com contratações medianas, na gestão anterior. Agora, Sérgio Coelho e sua equipe já contrataram Hulk, Nacho Fernandez, dois jogadores de alto nível, e vão contratar um zagueiro e um volante, também de peso. A filosofia no Galo mudou.
Jogar dinheiro fora não faz parte dos planos da nova gestão. Aliás, é um desejo do presidente, tornar o time superavitário, sem depender de dinheiro de Mecenas. Entretanto, isso só será possível quando o estádio estiver pronto, pois tudo o que girar em torno do espetáculo, será para os cofres do clube. O Galo será como um time europeu. Venderá carnês, antecipadamente, para 5 temporadas, com faturamento certo. Isso chama-se profissionalismo!