Jornal Estado de Minas

ONDA ROXA

Pela vida e vacina digo não ao futebol!

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Desde o começo da pandemia do coronavírus, há mais de um ano, fui contra a volta do futebol. Lembro-me de um jogo do Flamengo, pelo Campeonato Carioca, em 2020, com gente morrendo no hospital de campanha, ao lado do Maracanã. Vivemos um clima de guerra, com hospitais super lotados, sem leitos em UTIs, com gente exposta nas macas, pelos corredores dos hospitais.



Onde está a sensibilidade de dirigentes, jogadores e presidentes de federações? Será que algum deles teve um parente morto pela COVID-19? Acredito que não, pois, nesse caso, sentiriam na pele a dor que milhares de famílias brasileiras estão sentindo. Gente, são mais de 279 mil mortos!

Jamais deixo de citar a frase do ex-técnico da Seleção Italiana, Arrigo Sachi, que, ao perder a Copa de 1994 para o Brasil, disse: “o futebol é a coisa mais importante, entre as menos importantes da vida”. Sou um apaixonado pelo esporte bretão. É bem verdade, não esse que a gente tá praticando no Brasil, pois esse é fraco e medíocre. Sempre amei as equipes e jogadores que atuavam com tabelas, dribles, passes e gols. Amei e amo até hoje os craques do passado, coisa extinta no país.

Quando você vê um Gabigol desrespeitando leis, escondendo-se embaixo da mesa de um cassino clandestino, aglomerando-se com centenas de pessoas, a gente percebe o quão são medíocres e tacanhos esses jogadores de hoje. E o pior: os dirigentes do Flamengo não tomaram nenhuma medida punitiva. São esses caras que querem a continuidade do futebol? Eles não me representam em nada!

Vivo num país onde a prioridade é a vida. Até o ex-presidente Donald Trump percebeu que a vacina era a única solução para proteger os cidadãos. Aqui não falta vacina. No Brasil, não compramos a vacina da Pfizer, cuja primeira dose eu já tomei. A segunda será dia 29. O respeito ao povo é uma coisa extraordinária. No Brasil, eles esquecem que os jogadores vivem numa espécie de bolha, mas que há milhares de pessoas no entorno do futebol, que vão voltar para suas casas, e não têm a mínima proteção. E olha que, mesmo protegidos e testados, vários jogadores já contraíram o vírus.

Mesmo vacinado, continuo usando máscara, passando álcool em Gel, protegendo a mim e ao próximo. No futebol, após os jogos, vejo jogadores se abraçando, conversando com o rosto colado, sem máscara. Vale lembrar que mesmo testados, houve caso de um jogador deixar o time no intervalo, por estar contaminado. Ele disputou todo o primeiro tempo contaminado pela Covid-19. Que absurdo!

Não me interessa se o clube A ou B está endividado e não tem onde buscar recursos. Me interessa saber que o pobre, aquele que ganha o salário mínimo de fome, terá arroz e feijão no prato. Se terá seu emprego preservado. Se conseguirá quitar seus boletos, que nunca deixaram de chegar. O que a gente vê no Brasil são espetáculos de pirotecnia de políticos, um querendo aparecer mais que o outro. O governador de São Paulo é um exemplo. Nunca vi um cara tão “aparecido”!

Sou a favor da paralisação do futebol, até que consigamos salvar vidas, resgatar o ser humano, vacinar a população. Já vi previsão médica de que teremos mais de 500 mil mortes no país. Se isso não comove esse povo do futebol, o que irá comover?

A COVID-19 matava idosos. Hoje, mata crianças, adolescentes, gente saudável. É uma doença nova, que deixa dúvidas nas maiores autoridades no assunto. Sei que as economias do mundo estão quebradas e que precisaremos de muito esforço para recuperá-las. Porém, entre a vida e o futebol, eu fico com a vida. Vamos vacinar nossa população, priorizar isso, e, depois, pensamos no lazer.

Não há clima para nada. E, vale lembrar, que nesse período no Brasil, disputam-se campeonatos estaduais, competições falidas e retrógradas, que nada acrescentam aos clubes, haja vista que a maioria disputa com jogadores reservas. Vida e vacina, essas são as palavras de ordem!




audima