Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

A COVID-19 levou o grande jornalista Paulo Stein

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Mais de 300 mil mortos no Brasil pela COVID-19. Entre as vítimas, meu amigo Paulo Stein, grande narrador da TV Manchete, com quem trabalhei e aprendi muito. Participei de várias mesas redondas com ele, Márcio Guedes e os saudosos Alberto Léo e João Saldanha. Sim, tive a honra de trabalhar e aprender com esses mestres. Carlos Alberto Silva era técnico da Seleção Brasileira e nosso convidado aos domingos à noite.



Paulo Stein foi repórter, apresentador, narrador, sempre com um sorriso. Lembro-me das transmissões que fizemos no Minas I, quando o nosso vôlei era o melhor do país. O Minas de Pelé encarava o Bradesco de Bernard, o Pirelli de Willian, e ganhava de todo mundo. Paulo Stein era o narrador e eu o repórter.

Ficamos durante uma semana “acampados” no Minas, transmitindo o torneio. Paulo entra para a triste estatística dessa maldita doença. Que Deus possa confortar sua família e que o receba de braços abertos. Obrigado pelos ensinamentos. Jamais o esquecerei.

Por causas de tantas mortes, sempre fui contra a volta do futebol. Embora os dirigentes digam que é seguro e que os atletas são testados todas as semanas, acho um desrespeito com tantas vidas perdidas.

Ainda mais quando falamos em campeonatos estaduais, competições falidas, retrógradas e ultrapassadas. Vejam que os principais clubes do país estão jogando com suas equipes reservas, pois os principais jogadores fazem uma espécie de pré-temporada, visando Libertadores, Brasileiro e Copa do Brasil, competições que realmente valem.



Se com a presença do público os estaduais já eram péssimos, imaginem agora, que o torcedor está impedido de ir ao estádio!

Não entendo a sede dos dirigentes pelos jogos num momento em que pessoas estão nos corredores dos hospitais em busca de leito. Faltam respiradores, balão de oxigênio, macas, falta tudo! Não me interessa se o clube A ou B vai quebrar.

Entre o futebol e as vidas, fico com as vidas! Os clubes são desorganizados e estão quebrados há tempos. Péssimas gestões, com dirigentes amadores, que dizem amar os clubes, mas que, na verdade, querem aparecer.

Há também os venais, que usurpam o dinheiro alheio. Caso do Cruzeiro, pois a Justiça já constatou formação de quadrilha, lavagem e desvio de dinheiro.

Vejam que a maioria dos grandes clubes deve acima de R$ 700 milhões. Um buraco sem fundo, com dívidas impagáveis. Mas sempre há um Refis, uma válvula de escape. Para o trabalhador, não. São impostos e mais impostos cobrados. E se não pagar as sanções são duras.



Sou contra perdoar qualquer dívida no futebol. Os clubes e seus dirigentes não merecem. O Corinthians ganhou um terreno e um estádio com o dinheiro público. Isso não é certo. É só um exemplo de como os governantes são complacentes com as agremiações esportivas. Não deveriam.

O futebol só é um mundo à parte na vergonhosa questão salarial. No mais, está inserido no contexto da sociedade.

Devemos nos preocupar em salvar vidas, vacinar a população em massa, para voltarmos a ter uma vida digna, perto do normal. Não há espaço para o futebol neste momento tão grave pelo qual a humanidade passa.

Como profissional da área, tenho que trabalhar e falar sobre o esporte bretão. Mas confesso que preferia me abster, pois, com mais de 300 mil mortes, é muito triste ver gente comemorando um gol de um time.

Meu Flamengo foi campeão brasileiro. Como afirmei anteriormente, não comemorei. Não temos nada para comemorar. Não é possível que com tantas vidas perdidas ainda haja gente fazendo festas e aglomerações.



Se essa tragédia não sensibiliza as pessoas é porque realmente a humanidade está perdida.

Segunda dose


Nesse domingo, eu e minha mulher tomamos a segunda dose da vacina da Pfizer, aqui nos Estados Unidos. Eu tenho 61 anos. Ela apenas 44. Mas, por aqui, já vão começar a vacinar todos, a partir dos 18 anos.

Em um país sério, com governantes voltados para a população, funciona assim. Obrigado, meu Deus e a esse país tão maravilhoso. Porém, continuaremos a usar máscara, distanciamento social e álcool em gel.

A vacina não te impede de pegar e transmitir o vírus. Ela imuniza seu corpo de forma que você, caso pegue a doença, não morra. Tenha efeitos bem leves. Não quero pegar essa maldita doença jamais.

Quero viver e desejo vida longa ao povo brasileiro. Que Deus possa passar em cada leito e salvar nossos irmãos e que logo, logo, todos estejam vacinados.

audima