Atlético, Cerro Portenho, América de Cáli e Deportivo La Guaira vão compor o Grupo F da Copa Libertadores da América desta temporada. Analisando friamente, pelo investimento que fez, o Galo deve passar em primeiro lugar, com Cerro e América de Cáli decidindo a segunda vaga. Porém, isso na teoria, pois a Copa Libertadores é uma competição traiçoeira, com muitas surpresas.
O grupo do Flamengo pode ser chamado de “grupo da morte”, com Vélez Sarsfield, LDU e Unión La Calera. O Flamengo terá dificuldades contra os dois primeiros, na Argentina e em Quito.
O São Paulo vai pegar Racing, Sporting Cristal e Rentistas, e não deverá ter problemas para se classificar.
O Fluminense seu deu mal, pois caiu no grupo do River Plate, Santa Fe e Júnior Barranquilla ou Bolívar. Grupo difícil.
O Palmeiras pega o Defensa Y Justicia, Universitario do Peru, e Grêmio ou Independente Del Valle. Grêmio e Palmeiras deverão avançar.
O Internacional pega Olimpia, Deportivo Táchira e Always Ready, da Bolívia. Deve se classificar em primeiro lugar.
É preciso que o torcedor do Galo entenda que a Copa Libertadores tem que ser jogada com qualidade, mas que garra e saber jogar pelo resultado são pontos fundamentais.
Cuca, que volta ao clube depois de sua maior conquista, em 2013, justamente a Libertadores, onde teve que reverter placares improváveis, sabe muito bem o que ela significa. Foi finalista na temporada passada, e perdeu o título para o Palmeiras.
O Atlético gastou R$ 300 milhões em jogadores. Nacho Fernández é a estrela da companhia, mas tem também Hulk, contratado a peso de ouro e outros bons jogadores. Me preocupa a defesa. Os laterais-direitos são fracos, e os zagueiros não inspiram confiança. Se o Galo não se reforçar nesses setores, temo por uma eliminação precoce, o que seria decepcionante para o torcedor, tão ansioso por taças.
Não adianta as equipes brasileiras tentarem iludir o torcedor. Elas começam a temporada pensando em ganhar a Libertadores pelo dinheiro, pela projeção e pela chance de disputar o Mundial de Clubes.
Claro que a Copa do Brasil premia bem, e ganhar o Brasileirão dá moral, mas a grande competição do continente é a Copa Libertadores. Uma pena que não podemos ter público nos estádios. Fico imaginando o Mineirão lotado nos jogos do alvinegro. E, cá pra nós, a torcida dá um gás a mais.
O Atlético tem que se planejar e ficar forte. Vejo Nacho Fernández como craque. Tardelli como um grande jogador, Hulk com história nos clubes por onde passou. O meio-campo ainda não se acertou na marcação, mas Tchê Tchê é o homem da confiança de Cuca. Outro detalhe importante: Everson não inspira confiança nem mesmo no mais otimista torcedor. A volta de Rafael como titular deve ser uma prioridade.
Mesmo com tantos jogadores contratados a peso de ouro e medianos como Hyoran, Sasha, Vargas, Savarino, o Galo precisa definir os 11 e o técnico ter 3 ou 4 jogadores que sejam os coringas e estejam sempre entrando na equipe. Os demais compõem o grupo.
Repito e reafirmo: com Everson de titular, Guga ou Mariano, e a zaga atual, não acredito que o Galo vá muito longe. Zagueiros experientes são fundamentais na Libertadores.
Réver pode e deve estar no grupo, pois tem liderança e experiência, mas é muito pouco para ganhar a taça. Vejam que o São Paulo buscou Miranda, de 38 anos, para se reforçar para a competição. Os avisos são muitos. Cuca não é bobo. Está no futebol há décadas. Sabe muito bem o que esperar de cada jogador. Deve estar atento ao mercado, esperando a contratação de um grande zagueiro. Achei o grupo do Galo relativamente fácil. Porém, da teoria à prática, há uma distância grande. Tomara que o Galo confirme sua classificação, e, de preferência, em primeiro lugar.