Jornal Estado de Minas

COLUNA DO JAECI

Missão Série A será dura, mas Cruzeiro não pode falhar

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O maior ganhador de taças importantes do estado começa sua trajetória na Série B, hoje, diante do Confiança, em Sergipe. O torcedor azul, acostumado a tantas conquistas épicas e históricas, com grandes esquadrões que contavam com jogadores como Nelinho, Piazza, Joãozinho, Dirceu Lopes, Natal, Evaldo, Dida, Roberto Gaúcho, Nonato, Sorín, Fábio e tantos outros, terá de se acostumar com Cáceres, Joseph, Ramon, Matheus Pereira, Flávio, Matheus Barbosa, Rômulo, Bruno José, Aírton. De nome mesmo, somente o Paredão Azul, Fábio, um dos maiores ídolos da torcida em todos os tempos, e o experiente Rafael Sóbis.



É o que há para o momento. Eu costumo dizer que um time de Série A, que nunca havia caído, deveria ter um time de Série A na Série B, para que a volta ocorresse naturalmente no ano subsequente. Não foi o que ocorreu com o Cruzeiro, que envergonha sua torcida ao permanecer na Segundona por duas temporadas. Ele e o Fluminense são as exceções entre os grandes, que caíram e não voltaram imediatamente no ano seguinte. E o pior: amargará a Segundona no ano do Centenário. O torcedor não merecia isso. Esse gigante das Minas Gerais não deveria passar por isso.

Não adianta mais culpar quem supostamente lesou o clube. Cabe à Justiça provar. É preciso dizer que houve tempo para que os dirigentes tomassem providências e contratassem jogadores de nível. Não ter dinheiro não é desculpa, pois quem assume o clube nessas condições sabe o que vai encontrar. Entendo que é difícil fazer futebol sem dinheiro para investimentos em jogadores, mas “quem não aguenta brincar, não desce para o play”, diz o ditado dos jovens.

Ano passado, em janeiro, eu cravei que o time não voltaria à elite, pois o via bem fragilizado. Nesta temporada, prefiro não cravar, mas vou alertar que o Cruzeiro terá muitas dificuldades. Se as teve no fraquíssimo e inexpressivo Campeonato Mineiro, perdendo pontos e jogos para equipes de terceira e quarta linhas do futebol nacional, imaginem na B, onde há equipes mais bem preparadas e acostumadas a jogar a competição? E o mais grave: num ano em que Vasco e Botafogo caíram juntos. Ainda há por lá Coritiba, Goiás, Ponte Preta, Guarani, Vitória e outras equipes acostumadas com a gangorra de subir num ano e cair no outro.



O técnico Felipe Conceição é o único que pode ficar isento, pois não terá culpa de nada. Faz um trabalho com as peças que lhe deram e, todos sabemos, a maioria dos atletas é mesmo de Segunda Divisão. Eu sugeri que os dirigentes fossem nos seus pares, nos clubes da Série A, e buscassem jogadores de bom nível por empréstimo. Não quiseram dar ouvidos. Tomara que esse grupo suporte a competição, pois um começo ruim vai deixar o torcedor frustrado e preocupado.

Acredito mesmo que o clube empresa seja a solução para o falido futebol brasileiro, mas, neste momento de indefinições, o Cruzeiro deve ter os pés no chão e não confiar muito nisso. O projeto deve ser aprovado pelo Senado, em breve – na Câmara já passou –, mas até que seja implantado, demandará tempo. Um tempo que o Cruzeiro não tem e que o torcedor azul não quer. A urgência é por vitórias, por se manter no grupo da ponta, do começo ao fim da competição. Se desgarrar, não conseguirá alcançar o objetivo, a exemplo da temporada passada. E, cá pra nós, começar com uma vitória hoje sobre o Confiança será muito importante. Se em 2020 o Cruzeiro começou a competição com menos 6 pontos por problemas na Fifa, agora está zerado, e não pode pensar em perder 3 logo na estreia. Esse gigante de seis Copas do Brasil, quatro Brasileiros e duas Libertadores, só para citar os títulos mais importantes, conquistados em menos de 100 anos, não pode e não deve permanecer na B. Seu lugar de origem é na elite e o torcedor não aceitará outro resultado que não seja a volta às origens. A Série A te espera, gigante Cruzeiro. Faça por onde para voltar o mais rapidamente possível. Não há outro caminho!



audima