Jornal Estado de Minas

COLUNA DE JAECI CARVALHO

Cruzeiro só empata com o Coritiba e continua seu calvário na Série B

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Depois de assistir a um espetáculo, em Wembley, um jogaço em que a Itália chegou à final da Eurocopa, foi hora de virar a chave e trabalhar no jogo Cruzeiro x Coritiba. A “geração Nutella” não aceita quando digo que nosso futebol está na lama. Quem assistiu a pelo menos um jogo de uma seleção mediana na Eurocopa percebeu a distância abissal do futebol do Velho Mundo para o nosso. Como não há torcedores nos estádios brasileiros, é fácil ouvir as instruções dos técnicos: “pega, marca, mata a jogada”. Na Europa eles dizem: “tabela, dribla, toca, faz o gol”. Entenderam a diferença? Os técnicos brasileiros e a safra ruim não nos permitem mostrar nada melhor. Por isso, o 0 a 0, foi justo.




O Cruzeiro precisava da vitória. Desesperado, com apenas 9 pontos, pertinho da zona de rebaixamento. Um time combalido, desestruturado, arrasado, segundo a polícia e a Justiça pela última gestão fraudulenta. Mas é preciso fazer algo. Esse gigante está na lona, mas tem a grandeza de um grande campeão e necessita reagir. 

O Coritiba buscava a sexta vitória consecutiva. Ele sim está disposto a subir novamente. O Cruzeiro parece acomodado, sabendo que a situação é gravíssima e sem poder de reação. Confesso que nunca imaginei ver o clube azul viver isso. É muito triste. Um time que ninguém mais respeita. No primeiro tempo, exceto o gol perdido por Bruno José, cara a cara com Wilson, nada mais a relatar. Fraquíssimo, abaixo de qualquer crítica!

Nós também estamos ultrapassados. Os comentaristas falam em linhas, dinâmica do jogo. Uma nomenclatura boba e pobre, que nada explica! Copiam dos técnicos “professorais” que criaram esses termos para explicar o inexplicável. Os jogos são marcados por um excessivo número de faltas. Jogadores se estranhando, não se respeitam em campo. 

Confesso que esperava pelo menos uns dois gols no segundo tempo, mas nada indicava isso. Movido pela emoção de Itália x Espanha, e pela narração do “Pelé dos narradores”, Galvão Bueno, confesso que fiquei prostrado, no sofá, para escrever sobre Cruzeiro e Coritiba. Não é fácil, gente. A adrenalina ainda estava grande.





Rômulo e Marcelo Moreno entraram. Moreno é o artilheiro da Bolívia na Copa América. Ele é o cara! Outro grande problema, hoje, é que a imprensa só fala em tempo de posse de bola, números e mais números, sendo que o futebol não é ciência exata. A Espanha trocou 870 passes no jogo contra a Itália, mas foi o time italiano o vencedor. Futebol é bola na rede. O resto é balela, inventada principalmente pelos técnicos gaúchos. Esses sim, acabaram com o futebol.


Léo Santos quase marcou contra. A bola passou raspando a trave. O Cruzeiro tentava nas jogadas aéreas. É um time sem solução, sem jogadas, sem qualidade. Tirando Fábio, Moreno e Sóbis, os outros são todos medianos, e com jogadores nível B, não se sobre para a elite! Tem jogador que não sabe dar um passe de 2 metros. Um descalabro! 

E assim o 0 a 0 acabou sendo justo, pela mediocridade das duas equipes. Menos ruim para o Coxa, que está entre os ponteiros. E no último lance do jogo, o Coritiba ainda acertou a trave de Fábio. O Cruzeiro, segue seu calvário, para permanecer na Série B. Dura e triste realidade.


ITÁLIA NA FINAL


Itália e Espanha fizeram um grande jogo, em Wembley, com vitória italiana por 4 a 2, nas penalidades, após 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. A Itália ficou fora da Copa da Rússia, e fez uma renovação com Roberto Mancini, que tem visão de futebol ofensivo e bem jogado. 





A Espanha também se renovou com o técnico, Luis Enrique, e 17 novos jogadores. Foi um jogaço, de encher os olhos, que mostrou, mais uma vez, a diferença abissal do futebol europeu para o sul-americano. Até parece que o que se pratica no Brasil, por exemplo, é outro esporte, tamanha a mediocridade. Nosso futebol está agonizando e ninguém muda esse quadro. 

Nesta quarta-feira conheceremos o adversário da Itália na final. Inglaterra, dona da casa, enfrenta a Dinamarca. Apostei em uma final Itália e Inglaterra, antes de a Copa América começar. Acho que vou acertar.

audima