Estamos vivendo uma Olimpíada de pandemia e muita tristeza. Os próprios japoneses são contra os Jogos de Tóquio e fazem protesto, ainda que discreto, já que as leis japonesas são bem severas.
Estive quase de malas prontas para cobrir o evento. Minha credencial chegou, e eu estava animado para minha sexta Olimpíada. Porém, avaliando com meus diretores, achamos por bem que eu não fosse.
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Conmebol deveria punir o Boca com os rigores da leiMesmo remando contra a maré, o Cruzeiro sempre será giganteTimaço, novo PSG deve tirar o protagonismo de NeymarAlvimar Perrella: ''Não volto nunca mais''Vejam o que é essa doença. Nos Estados Unidos, nos mandaram tirar a máscara, desde que estejamos totalmente vacinados, com as duas doses. Fomos à Universal Studios, fiquei três meses me confraternizando com pessoas e nada peguei. Mas, num jantar com todos vacinados, o vírus nos pegou. Como consequência, passamos para os nossos filhos.
Graças a Deus estamos quase curados. Falta pouco. Mas, daqui pra frente, ainda que me garantam estar totalmente imunizado, vou voltar a usar máscara e evitar aglomerações.
Se os cientistas e médicos têm dúvidas quanto à doença, imaginem nós, que somos leigos. De uma coisa tenho certeza: a vacina salvou nossas vidas!
Em Tóquio podemos dizer que é a Olimpíada da tristeza. O mundo não está interessado nela, e o mais correto teria sido o cancelamento. Sabemos, porém, que o dinheiro para os investidores vale mais que nossas vidas.
Então, resolveram fazer o evento, ainda que com riscos e várias pessoas já contaminadas por lá. Além disso tudo, há o desinteresse pelo horário. Madrugada no Brasil. O povo quer comida, emprego, vacina. Não quer ver provas de saltos, vôlei, futebol ou qualquer outro esporte. Estamos carentes de amor, afeto, certezas, não de jogos.
O COI deveria ter esticado a Olimpíada de Tóquio para 2024 e empurrado Paris e Los Angeles para 2028 e 2032. Porém, manteve Paris em 2024, Los Angeles em 2028 e anunciou Brisbane, na Austrália, em 2032. Cobri a Olimpíada de Sidney, em 2000. Foi uma das mais bem organizadas e competentes.
Adoro os Jogos Olímpicos. Atlanta foi espetacular. Sidney, Pequim, Londres e Rio de Janeiro. Foram as cinco que cobri. Espero estar com saúde e disposição para cobrir as três próximas. Como escrevi outro dia, quero morrer no palco, trabalhando na profissão que escolhi e que amo. Porém, sem pandemia, sem vírus, sem medo.
Que Tóquio consiga chegar ao último dia dos Jogos em paz e com poucos casos de COVID-19. Infelizmente, estamos vivendo o pior período da vida da nossa geração e dos mais jovens. Se Deus quiser vai passar. Mas me desculpem os japoneses, estou mais interessado nas vacinas, na cura da COVID, do que em qualquer outra coisa.
Nem mesmo o jogo da Seleção de futebol eu assisti. Primeiro, porque estou me recuperando da doença. Segundo, porque essa Seleção não me representa. Simples assim!
Cruzeiro, terra arrasada
Destruíram o Cruzeiro de uma maneira que parece não ter mais conserto. Falam em falir e refundar o clube, mas ainda penso que alguém com capacidade de gestão seria a melhor forma de não deixar esse gigante morrer. Os títulos e a história do Cruzeiro não se apagam enquanto o clube existir.
Sei que o ser humano é vaidoso por natureza, mas, nesse caso, não há espaço para isso. É preciso que a atual diretoria, que já provou não entender nada de futebol, dê vez a quem entenda, ou contrate um CEO para fazer esse trabalho.
Não adianta mudar treinador. O problema é de gestão ruim e de falta de jogadores de qualidade. Sei que o atual mandatário tem as melhores intenções, pois é cruzeirense roxo. Porém, somente isso não adianta. É preciso conhecer futebol e ter competência para formar um time à altura da tradição desse gigante. A Série B em 2022 é realidade, mas existe o risco de cair para a C. E ele é iminente.