Jornal Estado de Minas

coluna do jaeci

A cobrança de empresários de Dedé ao Cruzeiro é vergonhosa

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Os empresários do zagueiro Dedé jogaram na mídia uma denúncia, cobrando R$ 330 milhões do Cruzeiro, segundo eles, pelo fato de o clube ter rescindido unilateralmente o contrato do jogador. Perguntei a um jurista se essa cobrança procede, e ele me disse o seguinte: “Não procede. Os empresários jogaram na mídia justamente porque, se entrarem na Justiça, correm o risco da sucumbência, que nada mais é que o fato de que, não ganhando a ação, terão que pagar R$ 33 milhões, 10% do valor da ação ao advogado que for defender o clube. Como os empresários, sabem que não há a menor condição de ganhar, jogam na mídia para fazer barulho e assim tentar sensibilizar a opinião pública. Mas o tiro saiu pela culatra e Dedé está sendo acusado de ser uma pessoa ingrata”.





Não entro no mérito, pois não entendo nada de advocacia, e por isso mesmo consultei alguém da área. Porém, quanto ao fator humano, me sinto no direito de opinar e dizer que Dedé, caso esteja em comum acordo com seus empresários, está tendo atitude de um ingrato. Se seus empresários jogaram isso na mídia sem o seu consentimento, deveria vir a público e dizer que nada tem a ver com essa questão. É sabido que Dedé foi um monstro na zaga cruzeirense. Para mim, um dos maiores zagueiros que vi jogar, como também é verdade que nos cinco anos de Cruzeiro passou pelo menos metade no estaleiro, no departamento médico, tratando de problemas no joelho, com várias cirurgias. Pelo que sei, sempre foi pago, religiosamente, mês a mês, mesmo sem atuar. E olha que o salário dele era dos mais altos do clube.

Uma pessoa com o mínimo de gratidão e berço poria na balança e constataria que o clube jamais o abandonou, principalmente nos momentos mais difíceis. Portanto, isso cabe a cada pessoa, a educação e ao berço que teve. Exigir isso de um jogador de futebol, com raras exceções, é muito. A maioria veio de baixo, de origem sofrida, o que não significa dizer que não tenha que ter berço. Alguns têm – e muito. Mas a grande maioria não sabe nem o que significam as palavras gratidão e lealdade. Exigir isso deles é realmente missão impossível.

Num momento em que o Cruzeiro começa a ter um norte, a se repaginar para voltar às suas origens, com pagamento de salários em dia, com o resgate do técnico Vanderlei Luxemburgo e com a criação do clube-empresa, vêm essas aves de mau agouro para querer prejudicar o trabalho. A inveja em cima do clube azul é algo assustador. Querem diminuí-lo, por estar vivendo um momento de terra arrasada. Porém, como digo há tempos, contra fatos não há argumentos. O Cruzeiro é o grande campeão das Minas Gerais. Quatro Brasileiros, seis Copas do Brasil e duas Libertadores. Títulos conquistados em 98 anos, já que há dois ele vive seu inferno astral, na Segundona. A situação é momentânea, e logo esse gigante estará na elite, ao lado de clubes também vencedores, como Flamengo, Palmeiras, Grêmio, Inter, Corinthians, Santos e São Paulo. São os maiores ganhadores de títulos do futebol brasileiro.





Não acredito que o Cruzeiro vá subir em 2022. Acho que o tempo e os pontos perdidos são irrecuperáveis. Teria de fazer campanha de campeão, e com os jogadores que tem isso é improvável. Já que as coisas estão clareando, que o clube chegue o mais próximo possível dos ponteiros e monte um time realmente forte para a disputa da Segundona, ano que vem. Essa é a realidade. Claro que Luxemburgo tem de chegar com um discurso vencedor, de que pode ficar entre os ponteiros. Como analista, porém, não posso e não devo entrar nessa onda. Mesmo achando Luxa o Pelé dos técnicos, não iludo ninguém. A distância em pontos para os primeiros colocados mostra outra realidade. O Cruzeiro briga, sim, para não cair para a Série C, pois está bem mais perto dela do que do outro lado do grupo.

Show nas redes sociais


A cada conquista do skate, boxe, vela, surfe ou outro esporte, as pessoas se mobilizam nas redes sociais para parabenizar os ganhadores de medalhas na Olimpíada de Tóquio. São as mesmas pessoas, inclusive, nós, jornalistas, que não damos a menor importância a esses esportes durante quatro anos, e em 15 dias dos Jogos enaltecemos para mostrarmos nossa afinidade e reconhecimento a esses esportes. Pura hipocrisia. Que tal, a partir de hoje, todos acompanharmos o dia a dia desses atletas e darmos o espaço necessário para a divulgação, para que eles consigam patrocínios e possam se dedicar até a Olimpíada de Paris, em 2024? Seria o ideal! De hipocrisia e demagogia o mundo está cheio! Vamos refletir?

audima