"O medo de perder tira a vontade de ganhar". Essa frase, do técnico Vanderlei Luxemburgo parece estar bem atual para o Cruzeiro. O time mineiro se fecha na defesa e usa o contra-ataque como arma. Isso se explica pela fragilidade da equipe, com jogadores bem medianos, sem capacidade para vestir a camisa azul. O Vasco também não é essa "oitava maravilha", tem um time bem comum, que repatriou, do Fluminense, o atacante Nenê.
E não é que foi Nenê o autor do gol no primeiro tempo. Cruzamento, Cano escorou no primeiro pau, e Nenê tocou para o gol. Vasco 1 a 0, no fim do primeiro tempo.
A verdade é uma só: não havia muito o que falar dos primeiros 45 minutos. Que joguinho ruim, reflexo do que as duas equipes estão fazendo na Segundona. Vamos mandar a real, como dizem os jovens? Nenhum dos dois vai subir. O Cruzeiro tem um grande técnico, que eu considero o Pelé dos treinadores, Vanderlei Luxemburgo. E cumpriu suspensão no Rio. Belletti comandou o time.
O problema é que Luxa pegou o "avião" caindo e não há muito o que fazer. Está trabalhando com o que tem, pois o clube não tem dinheiro para contratar e não pode inscrever ninguém. Luxa é técnico, não é milagreiro.
Quando a gente percebe que um jogador com 40 anos, Nenê, ainda é útil ao futebol brasileiro, a gente entende o motivo de o nosso futebol está na lama. Nada contra ele, mas será que o Vasco não conseguiu formar um jogador de qualidade sequer?
No segundo tempo, o Cruzeiro voltou melhor, pressionando o Vasco, mas sem organização. Era mais na base da vontade, da raça, da garra. A atual diretoria do Cruzeiro de bola nada entende - por isso mesmo, o torcedor vai amargar a vergonhosa Segundona por mais um ano. Foi assim em 2020, neste ano, e será assim em 2022.
Eu joguei a toalha, não sei se o torcedor pensa do mesmo jeito. Claro que o técnico e os jogadores têm que ter um discurso otimista. Porém, otimismo sem bom futebol de nada vale. Pensar que um clube da grandeza do Cruzeiro vai ficar 3 anos consecutivos na Segundona é uma vergonha. Não se planejaram, não se organizaram. Acharam que subiriam com o nome, e isso não funciona mais no futebol, haja vista que ninguém respeita o Cruzeiro.
O Vasco administrava o resultado, pois também não tem competência e qualidade, mas estava faturando os 3 pontos, e isso era o que importava para os poucos torcedores em São Januário. O contra-ataque era a arma para tentar matar o jogo. E olha que o técnico é o Fernando Diniz, que se acha o maioral, mas que tem trabalhos pífios. Eu até gostava da filosofia de trabalho dele, mas percebi que é mais um treinador enganador. Não irá a lugar nenhum.
Nenê cobrou uma falta com categoria. Castan cabeceou e Fábio, o gigante azul, espalmou para escanteio, fazendo mais uma grande defesa. Vejam a diferença: um goleiro de 40 anos, cada vez melhor. Já os atacantes são limitados.
Com Luxemburgo à beira do gramado as coisas funcionam melhor. Sem ele e o auxiliar, ambos expulsos no jogo contra o Operário, Belletti, contratado para ser diretor de relações internacionais, é que comandava o time.
Uma desorganização total. Belletti tentava ajudar, mas ali não é sua praia. Cano quase marcou em rebote de Fábio. A bola foi para fora. O Cruzeiro não criava nada. O goleiro do Vasco assistia ao jogo, sem ser incomodado.
Daniel Amorim recebeu na entrada da área, limpou e mandou um balaço. O gol foi anulado, pois o VAR entendeu que ele conduziu a bola com a mão. No finzinho, Ramon empatou. 1 a 1. Mais um empate.
O "rei" dos empates não irá a lugar nenhum. A situação é muito grave. O torcedor tem apoiado e feito sua parte, mas paciência tem limite. Quem não tem competência, que dê vez a outro. Esse discurso de que haverá um planejamento melhor para 2022, não cola.
Será que o torcedor, acostumado a títulos e taças, vai aceitar ficar 3 anos consecutivos na Segundona? Duvido muito! Tem que protestar de forma pacífica e inteligente, pois não pode ser normal esse gigante passar essa vergonha nacional. Matematicamente, ainda há chances, mas, com esse time bem fraco, acho difícil.